Marçal cresce entre eleitores de Bolsonaro e de Tarcísio e ameaça Nunes
Ex-coach ainda oscilou positivamente entre eleitores de Lula e Haddad; Datena também desafia afilhados políticos
- Data: 13/08/2024 09:08
- Alterado: 13/08/2024 09:08
- Autor: Redação
- Fonte: Matheus Tupina/Folhapress
Pablo Marçal (PRTB)
Crédito:Reprodução/Instagram
As intenções de voto em Pablo Marçal (PRTB) cresceram entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) e de Tarcísio de Freitas (Republicanos), padrinhos políticos do prefeito e pré-candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), segundo o Datafolha.
Marçal conquistou, até agora, 29% das preferências entre os que escolheram o ex-presidente em 2022, ante 22% no levantamento anterior, de julho. Ele também chega a 25% das intenções de voto entre os que elegeram o governador, ante 19% registrados no mês passado.
A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. No caso de diferenças no limite da margem (no caso, seis pontos), uma situação de estabilidade é tida como improvável.
Nunes, por outro lado, oscilou negativamente entre os apoiadores de Bolsonaro, passando de 42% para 38% nesta rodada. Entre os eleitores de Tarcísio, ele foi de 40% para 42% das intenções de voto.
Com isso, a diferença entre o prefeito e o ex-coach caiu de 20 para 9 pontos no caso dos eleitores do ex-presidente, e oscilou de 21 pontos para 17 entre os do governador.
Os resultados evidenciam a dificuldade que o candidato do PRTB impõe ao atual ocupante do edifício Matarazzo para captar os votos obtidos por seus padrinhos políticos no pleito passado.
Apesar de querer os votos de Bolsonaro, Nunes tem priorizado até o momento eventos com o governador de São Paulo, já que o ex-presidente tem rejeição elevada na capital paulista – segundo o Datafolha, 65% dizem não votar de jeito nenhum em um candidato apoiado por ele. Já o apoio de Tarcísio levaria à rejeição de 48% dos entrevistados.
A pesquisa de julho mostrou ainda que mais da metade dos eleitores da cidade de São Paulo (56%) admitia mudar o voto para prefeito se o candidato fosse apoiado por um político rejeitado por eles.
O pré-candidato pelo PRTB oscilou positivamente, mas dentro da margem de erro, entre os eleitores de Lula (PT) e Fernando Haddad (PT), que apoiam Guilherme Boulos (PSOL). Ele foi de 2% em julho para 5% entre os que votaram no atual presidente, repetindo os percentuais entre os que apoiaram o hoje ministro da Fazenda.
Boulos, por sua vez, ficou estagnado entre os eleitores de seus padrinhos políticos. Manteve 41% das intenções de voto dos que escolheram Lula em 2022 e oscilou negativamente, de 48% para 46%, entre os que optaram por Haddad.
Os números sugerem uma limitação à atual estratégia do congressista do PSOL, que tem dado destaque a Lula na campanha e aparecido com o petista em uma série de eventos.
O petista apareceu na convenção de confirmação da candidatura de Boulos e chegou a dizer que a vitória seria certa na capital paulista. Afirmou ainda que o deputado é a única possibilidade dessas eleições para garantir dignidade e respeito para os paulistanos.
Lula também foi condenado a pagamento de multa por campanha antecipada, junto a Boulos, após pedir votos para o deputado federal durante ato do 1º de Maio. Cabe recurso.
Ao todo, em São Paulo, 45% dos eleitores dizem que não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado pelo petista, segundo o Datafolha.
À medida que se consolida a tendência de menos da metade dos votos dados em 2022 a Lula, Bolsonaro, Haddad e Tarcísio irem para seus afilhados políticos, confirma-se a ideia de que a transferência de votos não é automática.
No caso de José Luiz Datena (PSDB), por sua vez, o cenário é de estabilidade em relação ao eleitorado de Lula e Bolsonaro.
Ele passou de 11% para 12% entre os que escolheram o presidente em 2022, e de 11% para 13% entre os que optaram pelo nome do ex-presidente em 2022.
Apesar de a movimentação estar dentro da margem de erro, ela indica uma consolidação do potencial de a candidatura do tucano dificultar o avanço de Boulos e Nunes sobre o eleitorado de seus padrinhos políticos.
Não sabem quem o petista apoiará neste ano em São Paulo 25% dos entrevistados, ante 27% em julho. Da mesma forma, são 34% os que dizem desconhecer o apoio de Bolsonaro, contra 40% no mês passado.
O Datafolha entrevistou presencialmente 1.092 eleitores de São Paulo na terça-feira (6) e na quarta-feira (7). A pesquisa foi contratada pela Folha de S.Paulo e registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-03279/2024.