Maio Azul: câncer de ovário é silencioso e pode evoluir depressa se não tratado

Com maior incidência após os 50 anos, neoplasia é o sétimo tipo de tumor mais comum no público feminino. Oncologista explica por que pode acontecer, tipos e como identificar

  • Data: 20/05/2022 14:05
  • Alterado: 20/05/2022 14:05
  • Autor: Redação
  • Fonte: Oncoclínicas
Maio Azul: câncer de ovário é silencioso e pode evoluir depressa se não tratado

Crédito:Marcelo Camargo - Agência Brasil

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Considerado o sétimo tipo de tumor mais comum entre as mulheres, o câncer de ovário merece atenção. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que no triênio 2020-2022 sejam diagnosticados 6.650 novos casos da neoplasia ao ano. Quanto ao número de óbitos, o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2020 apontou 3.921 mortes no período.

Quando não tratado em estágio inicial, o câncer de ovário pode evoluir rapidamente e costuma ser assintomático. No entanto, quando existem sinais da doença, são bastante discretos, podendo dificultar o diagnóstico.

“A neoplasia possui uma maior incidência em mulheres acima de 50 anos. Na grande maioria dos casos, não é possível que os fatores de risco sejam identificados previamente, tornando este tipo de câncer agressivo”, comenta a Dra. Marcela Bonalumi, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

Tipos de câncer de ovário

Ao todo, é estimado que existam cerca de 30 tipos de câncer de ovário, podendo ser denominados a partir de suas células de origem.

“Em 95% dos casos, o câncer de ovário é derivado das células epiteliais, que revestem o ovário. Já os outros 5% são das células germinativas, que formam os óvulos, e também das estromais, responsáveis por produzir grande parte dos hormônios femininos”, comenta a oncologista.

Vale lembrar ainda que o câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum em mulheres, ficando atrás somente do câncer de colo de útero. Os três principais grupos da neoplasia são:

Carcinoma epitelial de ovário — vem da superfície do ovário (o epitélio) e é o subtipo mais comum. O câncer de tuba uterina e o câncer primário do peritônio estão incluídos neste grupo;

Carcinoma de células germinativas de ovário –– origina-se nas células reprodutivas ou germinativas dos ovários, ou seja, aquelas que dão origem aos óvulos;

Carcinoma de células estromais de ovário –– forma-se nas células do tecido conjuntivo.

Há também o carcinoma de pequenas células hipercalcêmico do ovário, que não se enquadra nos três grupos acima e é extremamente raro. Ainda não foi identificado em que tipo de células ele se origina.

Sintomas e sinais do câncer de ovário

O câncer de ovário é uma doença silenciosa e em seus estágios iniciais não costuma apresentar sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar:

Inchaço no abdômen;

Dor no abdômen;

Dores na região pélvica, nas costas ou nas pernas;

Náuseas;

Indigestão;

Gases;

Funcionamento anormal do intestino (prisão de ventre ou diarreia);

Fadiga constante;

Perda de apetite e de peso sem razão aparente;

Sangramento vaginal anormal, especialmente depois da menopausa;

Aumento na frequência e/ou na urgência de urinar.

Por que o tumor pode acontecer?

“Não se tem um motivo ao certo, mas existem alguns fatores de risco que podem colaborar para o surgimento do câncer de ovário. Dentre eles, é possível citar: a obesidade, sedentarismo, tabagismo, endometriose, idade maior a 50 anos, fatores hormonais (menarca precoce ou menopausa tardia), histórico familiar, mutações em genes BRCA1 e BRCA2, fatores reprodutivos (mulheres que não tiveram filhos possuem um risco aumentado de desenvolver a doença), entre outros”, comenta a oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

Alguns estudos sugerem que o uso de pílula anticoncepcional pode ser adotado como método preventivo, pois o número excessivo de ovulações tende a levar ao aparecimento de tumores. “A partir dos resultados, foi possível analisar que o medicamento diminuiu em até 33% o risco de câncer de ovário, seguido por 34% no de endométrio e 19% no de intestino”, explica.

Diagnóstico

Infelizmente, até o momento não existe um exame específico que possa detectar o câncer de ovário, assim como o Papanicolau para o câncer de colo de útero ou a mamografia para o câncer de mama.

“Os sintomas da neoplasia podem ser facilmente confundidos com outras doenças. Por isso, caso qualquer um deles apareça, é muito importante procurar ajuda médica o mais rápido possível”, comenta a oncologista.

A partir disso, o médico pode solicitar exames clínicos ginecológicos, laboratoriais e também de imagem, para identificar a presença de ascite ou acúmulo de líquidos, além da extensão da doença em mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal. Se houver suspeita de câncer de ovário, é necessário uma avaliação cirúrgica.

Vale lembrar que pode ser realizado também um raio x ou tomografia computadorizada do tórax, com o intuito de analisar derrame pleural, metástases pulmonares ou ainda quaisquer outras alterações.

Tratamento

Apesar do câncer de ovário ser o tumor ginecológico de maior índice de óbito no mundo, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem aumentar. “O tratamento irá depender do tipo de estágio do câncer de ovário. Além disso, deve-se levar em conta os desejos da paciente, ou seja, se há a vontade de ter filhos. A partir disso, a cirurgia é o principal tratamento, mas pode significar a retirada unilateral ou bilateral dos ovários. Já no caso da quimioterapia, ela pode ser realizada antes ou depois da cirurgia”, comenta a Dra. Marcela Bonalumi.

Por isso, a oncologista aconselha que a decisão sempre seja tomada junto com o especialista. “O melhor método é aquele com o objetivo de salvar a vida da paciente, mas sem perder de vista os sonhos futuros. Contudo, devemos realizar uma abordagem personalizada para cada caso, pensando não só nas questões físicas, mas também nas emocionais durante todo o processo”, finaliza.

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  • Data: 20/05/2022 02:05
  • Alterado:20/05/2022 14:05
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  • Fonte: Oncoclínicas









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