Mãe Bernadete: até quando líderes quilombolas serão silenciados?
Líder do Quilombo Pitanga dos Palmares foi assassinada a tiros na noite desta quinta-feira (17)
- Data: 18/08/2023 12:08
- Alterado: 18/08/2023 12:08
- Autor: Redação
- Fonte: Defensoria Pública da União
Mãe Bernadete
Crédito:Reprodução
É com profundo pesar e indignação que a Defensoria Pública da União (DPU) vem publicamente lamentar o assassinato da líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Yalorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA), Maria Bernadete Pacífico. O crime aconteceu na noite desta quinta-feira (17).
É crucial que sejam tomadas medidas imediatas não só para a investigação e apuração dos responsáveis por este crime como também para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares. Há quase seis anos, no dia 19 de setembro de 2017, o filho de Mãe Bernadete, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, também foi executado.
Até quando líderes quilombolas e defensores dos Direitos Humanos serão silenciados?
Que esta perda irreparável, não apenas para a comunidade quilombola, mas para todo o movimento de defesa dos Direitos Humanos, não se torne mais uma ocorrência de violência, entre tantas, contra povos e comunidades tradicionais.
A partida de Mãe Bernadete deixa uma lacuna imensa na luta pela preservação da cultura afro-brasileira e dos direitos das comunidades quilombolas. Ela foi uma inspiração para todos que a conheceram, dedicando sua vida a combater a discriminação, promover a igualdade e preservar as tradições ancestrais. Seu legado de determinação e resistência continuará a iluminar o caminho para as gerações futuras.
Neste momento de luto, a DPU presta solidariedade e sinceras condolências à família, aos amigos e à comunidade quilombola, se coloca à disposição e se compromete a acompanhar o caso por meio de sua Defensora Nacional de Direitos Humanos, da Secretaria-Geral de Articulação Institucional e do Grupo de Trabalho Comunidades Tradicionais.