Ludmilla bate Maroon 5 e é o único destaque do dia mais fraco do The Town_x000D_
Com ótimas projeções coloridas e uma trupe de bailarinos que deixaram o público extasiado, Ludmilla trocou de roupa algumas vezes e cantou com uma firmeza nunca vista antes
- Data: 08/09/2023 10:09
- Alterado: 08/09/2023 10:09
- Autor: Redação
- Fonte: THALES DE MENEZES - UOL/FOLHAPRESS
LUDMILLA
Crédito:Reprodução
O The Town ficou um tanto “comum” em seu terceiro dia. Fraco mesmo. As surpresas acabaram às 17h, quando Ludmilla encerrou uma apresentação espetacular, a mais bem-sucedida entre as atrações nacionais do festival. Aliás, nos oito shows dos dois palcos principais, Skyline e The One, apenas dois nomes nacionais nesta quinta-feira: Maria Rita e Ludmilla. No sábado e no domingo passados, cada dia teve cinco shows brasileiros e apenas três de artistas estrangeiros.
Às 15h, no The One, Maria Rita abriu o dia com uma mistura clara de jazz e samba. Começou com uma série de standards, que incluiu Cole Porter, o tema de “O Mágico de Oz” e Elizeth Cardoso. Fez a transição para o samba, que dominaria o show até o final, ao emendar “Smile”, música composta por Charles Chaplin, com “O Bêbado e a Equilibrista”, sucesso de sua mãe, Elis Regina, que usa a figura de Carlitos. Daí para frente, uma seleção de sambas classudos num repertório que teve, entre outros, Cartola, Arlindo Cruz e Alcione.
Ludmilla levou em seguida o melhor de sua carreira ao Skyline. Com cenário portentoso, incluindo um cofre dourado gigante de onde ela saiu para cantar, trouxe um balanço de toda a sua discografia, e funcionaram muito bem as faixas do álbum mais recente, “Vilã”. Com ótimas projeções coloridas e uma trupe de bailarinos que deixaram o público extasiado, Ludmilla trocou de roupa algumas vezes e cantou com uma firmeza nunca vista antes. A plateia hipnotizada ainda teve de brinde a participação de Lulu Santos, cantando com ela “Toda Forma de Amor”.
No The One, Angélique Kidjo mostrou uma agradável coleção de canções de matizes africanas, mas que não tem empolgação para segurar um show tão grande em lugar aberto. Já Joss Stone, escalada de última hora no festival para substituir o adoentado Liam Payne, foi só empolgação.
Numa turnê que comemora os 20 anos de carreira, que inclusive teve datas no Brasil no primeiro semestre, ela mostrou um setlist meio festivo, mas fraquinho, mesmo com o hit “Super Puper Love”. Só entrou num rumo mais interessante quando emendou no final números mais intensos de soul, como “Music” e “Some Kind of Wonderful”.
No fim da noite no The One, dois cantores sem repertório para segurar uma plateia tão grande: Masego e Ne-Yo. Desfilaram suas canções, em shows sem maiores ambições. Para não dizer que Masego não tentou uma ligação maior com o público, arriscou cantar um refrão em português, mas a escolha foi um tanto estranha: “Abre Alas”, de Ivan Lins, que, coincidência ou não, tinha se apresentado mais cedo no palco São Paulo Square, reduto menor de jazz e MPB no The Town.
E no Skyline, uma barulheira insuportável e totalmente fora de rumo do Chainsmokers, dupla de DJs que quer ser mais que isso e arrisca um pouco de tudo, entre eletrônico, pop e o que mais estiver na onda. Faz uma bagunça musical, com muito som pré-gravado, e abusa de lasers e fogos no palco. E não chega a lugar nenhum.
O headliner da noite trouxe um show sem novidade nenhuma em relação a outras turnês pelo Brasil. O Maroon 5 mostrou sua mistura de pop com rock e alguma dance music. Os velhos hits, como “Moves Like Jagger” e “Sugar”, continuaram a ser os carros-chefes, se destacando numa massaroca pop sem muita identidade. O Maroon 5 fez um show para fã de carteirinha, só isso, sem conseguir salvar o dia um tanto modorrento do evento.