Logística com privilégios – caminhão semipesado Mercedes-Benz Atego
O caminhão semipesado Mercedes-Benz Atego 3033 8x2 mostra na prática a funcionalidade da nova geração de câmbio automatizado e da suspensão pneumática
- Data: 01/08/2023 20:08
- Alterado: 31/08/2023 19:08
- Autor: Leonardo Doca
- Fonte: Agência Transporta Brasil - especial para a Agência AutoMotrix
Mercedes-Benz Atego 3033 8x2
Crédito:Leo Doca/Transporta Brasil
A linha Atego da Mercedes-Benz tem representantes de caminhões nas categorias de semipesados e pesados, em várias configurações. Mas o grande apelo da família está nos modelos abaixo de 40 toneladas, um mercado bastante acirrado. No final de 2022, a Mercedes-Benz lançou sua nova família Atego Euro 6 e trouxe para o mercado brasileiro o modelo 3033, com configuração de eixos 8×2 e segundo eixo direcional de fábrica. O caminhão tem algumas características colocadas para atrair grandes frotistas da logística industrial, supermercadistas e autônomos que operam no transporte de alimentos e produtos agrícolas. Sua motorização OM 926 L de seis cilindros e 7,2 litros gera uma potência máxima de 321 cavalos e um torque de até 127 kgfm na faixa de rotação de 1.200 a 1.600 rpm. O motor foi repotencializado para atender às novas normas de emissões Euro 6, também exigindo a instalação de um novo sistema de pós-tratamento – batizado de Bluetec 6 pela fabricante -, que conta com injeção maior de Arla 32, DOC e filtro de material particulado. O peso bruto total homologado do Atego 3033 8×2 é de 30.200 quilos, com capacidade técnica máxima de tracionar até 36 toneladas no peso bruto total combinado, com a carga líquida ficando entre 18 e 20 toneladas, dependendo da operação e do implemento a ser instalado. Segundo a Mercedes-Benz, o preço do Atego 3033 8×2 Euro 6 na configuração testada parte de R$ 789.800, sem o implemento.
O Atego 3033 não tem opção de câmbio manual e uma das novidades do modelo na era Euro 6 é a utilização da transmissão automatizada Powershift G211, considerada a novíssima geração da Mercedes-Benz no Brasil. Ela trabalha com embreagem monodisco com 12 anéis sincronizadores e promete trocas até 40% mais rápidas e precisas do que a geração anterior, com acionamento simples pela alavanca posicionada na coluna de direção do caminhão. O sistema tem 12 marchas escalonadas, com a última sendo “overdrive”. Outra característica do “Ategão”, como é chamado pelos operadores de forma carinhosa, é a grande autonomia que o caminhão oferece em suas configurações de fábrica. Por fazer médias de consumo acima de 4 km/l e por ter tanques de diesel com capacidade de 630 litros, o veículo chega facilmente a autonomias superiores a 2.500 quilômetros. Nas aplicações rodoviárias, esse foi um fator importante na “virada de chave” do Euro 3 para o Euro 5, quando era mais difícil encontrar postos de abastecimento com diesel S10 de qualidade. Agora, com o Euro 6, o Atego tem um consumo cerca de 8% menor.
O pacote de equipamentos do Atego 3033 inclui a suspensão a ar nos eixos traseiros, que permite a elevação ou o abaixamento da plataforma de carga em diferentes tipos de docas. O acionamento é simples, por meio de um comando no painel, mas existe um controle remoto opcional, tornando a operação mais simples e fácil. Em segundos, as bolsas se enchem e se esvaziam mudando a altura da traseira do caminhão, mesmo com ele totalmente carregado. Outro equipamento que faz sucesso na linha de semipesados da Mercedes-Benz – reformulado no Atego Euro 6 – é o sistema de frenagem auxiliar Top Brake, que pode ser acionado pela mesma alavanca da transmissão, na coluna do volante, com o primeiro estágio em frenagem simples e o segundo com o freio-motor de borboleta. Com isso, aproveita a compressão das válvulas do motor proporcionando uma frenagem mais forte, totalizando 220 cavalos de potência, para que o motorista evite de utilizar os freios de serviço durante as viagens. Completando o pacote de segurança e dirigibilidade do caminhão, o Atego 3033 tem sistema eletrônico de frenagem EBD, sistema antibloqueio dos freios ABS, controle de tração e de estabilidade e assistente de partida em rampa. Mas o motorista precisa acionar o dispositivo em uma tecla no painel.
Primeiras Impressões
Relação interativa
O teste do Atego 3033 8×2 partiu da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, rodando pela Rodovia Anchieta, pelo Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas e pelas rodovias Ayrton Senna, Carvalho Pinto e Dom Pedro, até a região de Igaratá, totalizando 220,4 quilômetros, em cerca de quatro horas e quarenta minutos de viagem. O Atego 3033 fez uma média de 4,3 km/l. O caminhão estava carregado com peso de balança, em sua capacidade total, com cerca de 18,5 mil quilos de lastro de pedra e areia.
Por dentro, o novo Atego é confortável, om os novos bancos da Mercedes-Benz com cinto de segurança de três pontas integrado e 11 ajustes, incluindo altura do assento e ajustes lombares. A cabine tem um bom acabamento e é espaçosa. Na versão com a cabine leito teto alto, o caminhão tem uma cama grande. E é possível ficar de pé a bordo, já que o teto chega a 1,98 metro de altura.
No Atego, o sistema EcoDrive pode ser visualizado pela tela digital de TFT colorida que fica no cluster, entre os mostradores analógicos. O sistema avalia as atitudes do motorista dando notas para sua postura em relação ao consumo, aceleração, frenagem, uso do freio-motor e outras funções. A mesma tela dá acesso a informações como pressão do óleo e da turbina, horímetro, tempo de direção, distância percorrida, média de consumo e mapa de marchas que o caminhão está usando. O novo câmbio traz a função EcoRoll, uma espécie de banguela eletrônica. Ela desacopla a marcha quando não é necessário ter um giro alto do motor. Depois, volta a engatar a marcha de forma segura. Todas as funções da tela digital podem ser navegadas por meio dos botões instalados no volante multifuncional. No teste, o caminhão demonstrou muita precisão nas trocas de marchas. O “cérebro eletrônico” que controla o câmbio “encontra” muito bem a marcha a ser utilizada em cada momento. As trocas são imperceptíveis, e o caminhão não fica “procurando” a marcha ou variando o giro para fazer as trocas.