Liga Solidária e seu trabalho durante a pandemia
Neste Natal, Liga distribui ceias natalinas para quatro mil famílias em comunidades de São Paulo
- Data: 23/12/2020 17:12
- Alterado: 23/12/2020 17:12
- Autor: Redação
- Fonte: Liga Solidária
Liga Solidária: em São Paulo
Crédito:Liga Solidária/Divulgação
Com a pandemia da Covid-19, o home office foi uma solução encontrada para incentivar o isolamento social. Mas, além dos profissionais de saúde, outras funções exigem a presença física e foi assim com diversos profissionais da Liga Solidária, organização social sem fins lucrativos que atende a pessoas em situação de alta vulnerabilidade na capital paulista. Desde março, colaboradores da Liga vêm atuando em funções diversas, desde a distribuição de cestas básicas – inclusive na semana do Natal – até visitas a idosos.
Para este Natal, a Liga Solidária distribui ceias natalinas para quatro mil famílias em comunidades de todas as regiões da capital paulista. A iniciativa alcança famílias atendidas pelos nove programas sociais da organização.
Porém, logo no primeiro semestre, para minimizar os efeitos da pandemia, a Liga realizou uma série de ações entre os meses de abril e julho, como a campanha “Cestou na Liga”, com doação por três meses de cestas básicas de alimentos e produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica, além da distribuição de cartões de alimentação no valor de R$ 150,00, o que aumentou em 10% a renda domiciliar per capita de mais de duas mil famílias residentes no bairro Jardim Esmeralda, região do Butantã. A Liga Solidária também distribuiu cestas básicas por meio de convênio com a SMADS (Secretaria Municipal de Assistência Social) e 10 mil máscaras de proteção, em parceria com a marca de roupas Aramis.
VÍNCULOS
Mas se as distribuições de produtos são pontuais, com dias marcados, outros projetos da Liga Solidária são perenes e exigem presença diária da equipe. O Programa Famílias, um dos principais eixos da organização, atende cerca de mil famílias e quatro mil pessoas. Outro programa fundamental é o Idosos, cujos beneficiados têm mais de 60 anos.
Marina Nambu, gerente de Projetos Sociais da Liga Solidária, destaca a função social dessas ações: “Esses dois programas garantem o estreitamento de vínculos, que é um dos propósitos da Liga e se mostrou ainda mais importante agora, com a pandemia. O Famílias, por exemplo, organiza os benefícios que os usuários recebem, como cestas básicas, mas os colaboradores da Liga também atuaram em outras frentes, como dar orientação a quem precisou pedir o Auxílio Emergencial e encontrou dificuldades”, afirma. Já o Programa Idosos tem uma grande responsabilidade, pois alguns atendidos precisam ser acompanhados de perto: “Alguns moram sozinhos, outros têm mobilidade reduzida, o que exige uma logística para ir até eles”.
Segundo Shirley Christiane Basílio, coordenadora do Programa Famílias, a pandemia trouxe um retrocesso para as famílias em vulnerabilidade social. “Se anteriormente, o trabalho desenvolvido visava o empoderamento de pessoas que sonhavam com seu desenvolvimento, hoje voltamos a olhar e trabalhar em primeiro plano com a garantia de direito à alimentação, por exemplo”, conta.
“Quantas pessoas que tinham trabalhos formais perderam suas rendas e tiveram que entregar suas casas de aluguel e voltar a residir com suas famílias de origem”, afirma Shirley. Outro fator importante se refere ao teletrabalho, realidade distante da maior parte da sociedade brasileira: “Grande parte das famílias atendidas pelo programa não tem acesso à internet via wifi ou dados móveis nem possui computadores. Quando muito tem um celular com internet para as crianças e adolescentes conseguirem ter acesso às aulas”.
Com a maior quantidade de pessoas dentro da mesma casa, Shirley contabiliza ainda o fator de risco devido à contaminação pelo vírus, além do aumento de despesas e declínio em suas condições de vida. “Lida-se também com a fragilidade de vínculos: atendemos a uma crescente demanda por atendimento psicossocial devido a conflitos familiares, inclusive com o aumento da violência doméstica”, complementa.
IDOSOS
Para Gilberto Camilo da Silva, gerente executivo de Longevidade da Liga Solidária, com a propagação da Covid-19 no Estado de São Paulo, a instituição se reorganizou para mudar a cultura de atendimento no período de isolamento social. “O maior desafio foi romper com uma de nossas maiores premissa que se refere à socialização. Diante do novo cenário, tomamos algumas medidas para proteger nossos idosos e colaboradores. Alteramos a rotina de atendimentos e atividades presenciais, por domiciliares e virtuais, garantindo dessa forma o contato dos Idosos com o programa, visando manter o vínculo afetivo com eles e garantindo sua autonomia”, explica Gilberto. “Criamos novos protocolos técnicos de atendimentos e cuidados necessários com o uso de EPIS específicas para diminuir o risco de contaminação e contágio, seguindo todas as orientações das autoridades de saúde”.
Mas o trabalho presencial das equipes da Liga Solidária não significa que esses programas ficaram distantes da internet na pandemia. Atividades online também começaram a ser feitas em grupos de WhatsApp e pelo Facebook.
O Programa Famílias, por exemplo, ofereceu oficinas virtuais de Culinária, Artesanato e Empreendedorismo, além de realizar lives para falar sobre o impacto da pandemia e atendimentos por meio de videochamadas, o que possibilitou às famílias o acesso à orientação psicológica e social. Por sua vez, o Programa Idosos lançou a campanha #euaindaquero, com fotos e vídeos gravados pelos idosos atendidos, que aposta na resiliência para enfrentar a pandemia e na esperança de ainda fazer muitas coisas no futuro.