Líder do PSL na Assembleia de São Paulo quer transparência a gratificações de servidores
Projeto de lei do deputado estadual Gil Diniz propõe que valores, por funcionário de cada departamento, sejam disponibilizados no site da Casa
- Data: 29/05/2019 11:05
- Alterado: 29/05/2019 11:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Alesp
O líder do PSL na Assembleia Legislativa de São Paulo, Gil Diniz, apresentou, nesta terça-feira, 28, um projeto de lei para conferir transparência às gratificações de funcionários da Casa. As gratificações de desempenho (GED) constituem o valor unitário de R$ 5,8 mil. Cada parlamentar tem 3,2 geds para conferir a seus comissionados.
“São milhões gastos mensalmente e não sabemos a quem é atribuído. A intenção é dar transparência para o dinheiro de pagador de imposto de São Paulo para que a gente saiba para onde está indo esse recurso e quem está recebendo. Geralmente, são 3,2 ‘geds’ para cada deputado, mas sabemos que esse número pode ser muito maior, então, queremos saber para onde está indo esse recurso”, afirma o deputado.
O projeto prevê que seja ‘publicado, no site oficial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o montante total despendido mensalmente no pagamento da Gratificação Especial de Desempenho’.
O texto também propõe que seja tornado público ‘o número de servidores que recebem a Gratificação Especial de Desempenho, discriminados pelos órgãos da Secretária Geral de Administração, da Secretária Geral Parlamentar, da Procuradoria e da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa’.
“Em face deste fato, a publicação dos gastos com a Gratificação Especial de Desempenho, nos termos propostos no presente projeto de lei complementar, não constitui um procedimento de difícil execução ou de custo elevado e representa um importante passo a mais para aumentar o grau de transparência dos atos desta Casa de Leis”, consta na Justificativa.
As gratificações são controladas pelos deputados da maneira que bem entendem. A distribuição entre os partidos na Casa é desigual.
INVESTIGAÇÕES
A concessão do benefício para a prática do ‘rachid’, ou ‘rachadinha’, também está na mira do Ministério Público Estadual de São Paulo. A Promotoria investiga casos em que servidores admitiam devolver aos seus parlamentares o valor das gratificações.
“Sete mil e pouco líquido, que ficava para mim, e eu devolvia mil e quinhentos. Aí, depois, foi abaixando, eles me deram GEDs recuperados, está tudo no site da transparência, ou nas minhas contas, se o senhor quiser quebrar o meu sigilo bancário”, afirmou uma ex-servidora da Casa, no âmbito de inquérito em torno da suposta devolução de salários da deputada Clélia Gomes, uma das investigadas por suposta apropriação de salários.
A apropriação de salários dos servidores é alvo de pelo menos cinco investigações na Assembleia de São Paulo. Em parte desses inquéritos, testemunhas relatam a devolução também das gratificações.