Levantamento mostra redução de 31% nas mortes por suspeita de embriaguez ao volante

No comparativo entre os anos de 2019 e 2021 houve queda de 124 óbitos em consequência de uso de bebida alcoólica por motoristas no Estado de São Paulo

  • Data: 18/02/2022 11:02
  • Alterado: 18/02/2022 11:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Detran.SP
Levantamento mostra redução de 31% nas mortes por suspeita de embriaguez ao volante

Crédito:Governo do Estado de São Paulo

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Na data em que se comemora o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, um levantamento exclusivo do Detran.SP revela que o total de mortes com suspeita de embriaguez ao volante caiu 31,3%, entre os anos de 2019 e 2021. A quantidade passou de 396 para 272, 124 óbitos suspeitos a menos em todo o território paulista. O total é o menor dos últimos cinco anos.

Operações

O Detran.SP realiza também a Operação Direção Segura Integrada (ODSI) em todo o território paulista. “A realização da ODSI é fundamental para conscientizarmos os motoristas de todo o estado, e ajudar na redução de acidentes e mortes no trânsito. Álcool e direção é uma combinação que definitivamente não dá certo”, alerta Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.

As operações integram equipes do Detran.SP e das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica. Somente no ano passado, foram realizadas 91 ODSIs, que resultaram em mais de 26 mil veículos fiscalizados.

Além disso, ainda foram aplicadas 1.344 infrações de trânsito. Do total, 46 foram por crimes de trânsito. Ou seja, de condutores que apresentaram mais de 0,34% miligramas de álcool por litro de ar expelido. Ainda foram aplicadas 163 infrações por dirigir sob efeito de álcool. Outros 1.135 motoristas foram autuados por recusa ao teste de bafômetro.

Outro levantamento realizado pelo Detran.SP no início do mês mostrou que 78% das multas aplicadas no mês de janeiro deste ano durante fiscalizações da ODSI foram para motoristas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro. De um total de 274 infrações registradas, 216 foram por esse motivo.

Tanto dirigir sob a influência de álcool quanto recusar-se a soprar o bafômetro são consideradas infrações gravíssimas, de acordo com os artigos 165 e 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Ambas as situações podem gerar multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses e ainda medida administrativa – recolhimento do documento de habilitação e retenção de veículo.

Efeitos do álcool

De acordo com Marcia Oliveira de Menezes Pinto, psicóloga e diretora executiva da Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho dos Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito (Fenactran), o álcool é a droga psicoativa que mais causa dano social no Brasil. Atualmente, em 50% ou mais dos acidentes de trânsito no Brasil há um condutor que dirigia alcoolizado.

O álcool é depressor do sistema nervoso central e pode alterar percepções, comportamentos, aumentar a agressividade e diminuir a atenção prejudicando a aptidão de um condutor e tornando a direção veicular insegura, podendo causar sequelas cognitivas e psicológicas permanentes.

Segundo Márcia, quanto mais álcool um motorista ingerir, maior será o tempo de reação e a probabilidade de não ser possível evitar uma colisão. “Além do reflexo, perdemos a coordenação global, grossa. Isso aumenta muito as chances de provocar um acidente também”, explicou ela.

Educar é poupar vidas

Dirigir sob a influência de álcool é uma infração que pode levar o condutor a perder a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Mas essa não é a consequência mais severa que essa atitude pode gerar. “Quando um motorista está sob efeito de álcool, a chance dele se envolver em acidentes de trânsito e, consequentemente, causar mortes, aumenta em mais de 300%. Daí a importância de educar para conscientizar e evitar que condutores dirijam sob essa condição”, ressaltou Mauro Voltarelli, gerente de Educação para o Trânsito no Detran.SP.

Ainda de acordo com ele, ações como a ODSI são fundamentais para garantir uma fiscalização efetiva e punir os motoristas que não cumprem as leis. De qualquer forma, educar o cidadão é a maneira mais eficaz de poupar vidas.

“Em todas as campanhas que fazemos, sempre enfatizamos que o álcool é um fator de risco. Esses ensinamentos são, inclusive, aplicados dentro do programa Clube-Bem-Te-Vi, que atende alunos de 7 anos de idade, transformando-os em agentes multiplicadores”, ressaltou Mauro.

Coordenado pelo Detran.SP em parceria com a Polícia Militar do Estado, o Clube do Bem-te-Vi existe há 30 anos e leva a educação de trânsito para crianças da rede pública. Desde sua criação, em 1981, o programa já atendeu mais de 1,6 milhão de alunos de mais de 4,6 mil entidades entre escolas e Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes).

“Dentro do programa temos o teatro de fantoches. As peças incluem um personagem alcoolizado, demonstrando às crianças as consequências que o alcoolismo pode causar no contexto do trânsito”, destacou.

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