Justiça inicia audiências sobre caso “Tio Paulo”
Érika de Souza Vieira Nunes é acusada de estelionato e vilipêndio de cadáver
- Data: 12/11/2024 08:11
- Alterado: 12/11/2024 08:11
- Autor: Redação
- Fonte: g1
Erika Nunes tenta empréstimo em agência bancária e segura a mão de Paulo Roberto Braga. Funcionários gravaram após desconfiarem que homem estava morto
Crédito:Reprodução
Nesta terça-feira, dia 12, a Justiça realizará a primeira audiência de instrução referente ao caso conhecido como “Tio Paulo”, que envolve uma tentativa de fraude bancária ocorrida em abril deste ano. A audiência, que ocorrerá na 2ª Vara Criminal de Bangu e não contará com a presença da imprensa, marca um passo importante no processo judicial que investiga Érika de Souza Vieira Nunes, acusada dos crimes de estelionato e vilipêndio de cadáver.
O episódio, que chocou a comunidade local, ocorreu em 16 de abril quando Érika levou seu tio, Paulo Roberto Braga, de 68 anos, até uma agência bancária em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na ocasião, Paulo foi transportado em uma cadeira de rodas e aparentava estar desacordado. Funcionários do banco desconfiaram do comportamento suspeito da sobrinha e alertaram as autoridades. Ao chegar ao local, os agentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmaram que o idoso já estava sem vida.
As investigações indicam que Érika teria tentado manter a cabeça do tio ereta enquanto conversava com ele, embora este não demonstrasse qualquer reação. O comportamento levantou suspeitas sobre suas intenções na tentativa de sacar um empréstimo no valor de R$ 17 mil em nome do falecido.
Após o incidente, Érika foi detida preventivamente, mas ganhou liberdade duas semanas depois, em maio, por decisão judicial que acolheu um pedido da defesa para revogar a prisão. Em entrevista ao programa Fantástico logo após sua soltura, Érika alegou ter mantido uma boa relação com seu tio e afirmou que não percebeu que ele havia falecido antes da ida ao banco. Ela sustentou que o pedido para visitar a agência partiu do próprio Paulo.
O desenrolar desse caso inusitado será acompanhado de perto pela sociedade e pela justiça carioca, uma vez que envolve questões sensíveis relacionadas à fraude e ao respeito à dignidade humana pós-morte.