Justiça aceita denúncia contra jogadoras do River Plate por racismo em jogo contra o Grêmio

Atletas argentinas seguem proibidas de deixar o Brasil enquanto respondem às acusações.

  • Data: 30/01/2025 19:01
  • Alterado: 30/01/2025 19:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Justiça aceita denúncia contra jogadoras do River Plate por racismo em jogo contra o Grêmio

Crédito:Divulgação/Grêmio Oficial

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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) confirmou a aceitação da denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra quatro jogadoras do River Plate, detidas no final do ano passado após um incidente ocorrido durante uma partida contra o Grêmio.

As atletas Juana Cangaro, Camila Ayelen Duarte, Candela Agustina Diaz e Milagros Naiquen Diaz enfrentam acusações de racismo, especificamente dirigidas ao gandula Kayque Rodrigues e à jogadora Stephanie de Brito Cerqueira. A decisão foi proferida pela juíza Manoela Assef da Silva, responsável pela 15ª Vara Criminal do TJ-SP, na última segunda-feira (27).

A defesa das jogadoras havia solicitado permissão para que elas retornassem à Argentina, mas o pedido foi indeferido na terça-feira (28), obrigando-as a permanecer no Brasil durante o andamento do processo.

O incidente que gerou a prisão das atletas aconteceu em 20 de dezembro, durante a Ladies Cup, realizada no estádio do Canindé, em São Paulo. Elas foram detidas em flagrante e, no dia seguinte, a prisão foi convertida em preventiva. Após uma semana, no dia 27, receberam liberdade provisória com a condição de não deixarem o país.

Uma audiência virtual está agendada para o dia 7 de julho, às 13h30, onde as jogadoras deverão comparecer. A defesa tentou contato com a imprensa na tarde da última quinta-feira (30), mas não obteve retorno até a publicação deste artigo.

De acordo com o Ministério Público, a possibilidade de um acordo de não persecução penal foi descartada devido à seriedade das acusações. O MP-SP requereu que cada uma das jogadoras seja condenada ao pagamento de 30 salários mínimos como indenização por danos morais ao gandula e à atleta do Grêmio, além de 50 salários mínimos por danos morais coletivos.

A confusão que resultou na detenção das jogadoras teve início quando Maria, atleta do Grêmio, empatou o jogo com o River Plate aos 38 minutos do primeiro tempo. Segundo as alegações apresentadas na denúncia, Candela teria imitado um macaco ao se dirigir a Kayque e o insultado com ofensas racistas. Além disso, Milagros é acusada de ter cuspido no rosto do gandula, enquanto Camila teria declarado que ele não passaria de um gandula por ser negro. Juana também é mencionada na denúncia por ter chamado Kayque de gorila; quando Stephanie tentou defender o compatriota, ela foi alvo de mais insultos racistas por parte de Camila.

A partida foi interrompida prematuramente devido à série de expulsões e resultou na eliminação do River Plate da competição. Em consequência dos eventos, o clube argentino foi suspenso da competição por dois anos. Tanto o Grêmio quanto o River Plate emitiram comunicados públicos repudiando os comportamentos discriminatórios.

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  • Data: 30/01/2025 07:01
  • Alterado:30/01/2025 19:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
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