Jovens de Diadema discutem o Afrofuturismo
Exposição de estudantes da Sodiprom debate o futuro do povo negro para além do racismo e chama a atenção da Prefeitura
- Data: 15/08/2023 20:08
- Alterado: 15/08/2023 20:08
- Autor: Redação
- Fonte: PMD
Crédito:Dino Bueno/PMD
Uma das turmas, com cerca de 30 estudantes que estão deixando a instituição (por já terem cumprido o plano de aulas e o contrato de trabalho com alguma empresa, que também é acompanhado pela entidade), se aprofundou em um dos temas e montou uma exposição temática com o nome de “Quilombo Afrofuturista”, que traz uma reflexão sobre o passado e o futuro da população preta para além da violência do racismo.
“Falar sobre futuro é falar da comunidade negra viva,” explicou Fhelipe Chrisostomo, professor de Artes Cênicas e o educador responsável pela exposição. “E o Afrofuturismo traz essa reflexão sobre futuros possíveis, trazendo como referência a literatura, as artes visuais, o cinema, a música, a militância e até imagens geradas por inteligência artificial. O filme Pantera Negra, por exemplo, foi uma grande referência para todos eles por ter realmente modificado o olhar da indústria sobre a questão de filmes que abordam a negritude, sobre pessoas negras dentro do cinema etc. Foi um marco.”
Para a coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CREPPIR) Márcia Damaceno, que visitou a exposição, a iniciativa do professor e da turma é tão boa que merece ser levada a toda a cidade, talvez até mesmo como parte da Kizomba – Festa da Raça, celebração da cultura negra que ocorre em novembro. “A vice-prefeita Patty Ferreira conheceu a exposição e ficou encantada. E realmente, essa discussão do afrofuturismo dialoga diretamente com nosso Plano Municipal da Igualdade Racial e não só pode como deve se discutido o ano inteiro.”
A exposição apresentava artesanato, cartazes, desenhos, vídeos, grafites, colagens, frases e até um retrato de Angela Davis, uma verdadeira Pantera Negra e grande filósofa da luta do povo preto. “Além de todo o trabalho construído a partir das referências, a exposição também conta com o que chamamos de Portal do Futuro, onde cada aluno que passou por aqui e se identifica como pardo ou preto deixou registrado os seus sonhos de futuro,” apontou Fhelipe.
Tanto o professor quanto os alunos foram convidados a participar das reuniões de organização da Kizomba para ajudarem a prefeitura a transportar essa reflexão a toda a população de Diadema.
Após a visita à exposição, a coordenadora Márcia Damaceno pôde conversar com cerca de 100 jovens da SODIPROM, de diversas turmas e idades. Márcia se apresentou, apresentou a coordenadoria e os serviços da CREPPIR, como a interlocução com as secretarias, a aplicação do Plano e o recebimento de denúncias de racismo. Sobre o racismo, Márcia expôs suas várias vertentes e a necessidade de políticas públicas para combatê-las. Por fim, falou sobre a Kizomba e reforçou o convite à Sodiprom. “É preciso que a juventude não apenas participe desses eventos, mas que vocês realmente se interessem e dêem a sua opinião. É assim que vamos mudar Diadema e o mundo. Axé!”