Jovem de 27 anos vence a covid e recebe alta do Hospital de Campanha de São Caetano
“Meu filho renasceu”, foi com essas palavras e muita emoção que Jane Cristina Aragão Maia de Freitas, mãe de Victor Augusto Aragão Maia de Freitas, 27 anos, o recepcionou após 22 dias de internação no Hospital de Campanha de São Caetano do Sul. “Foi uma bênção de Deus. Foi muito emocionante recebê-lo no Hospital após […]
- Data: 15/07/2021 16:07
- Alterado: 15/07/2021 16:07
- Autor: Gisele Lopes
- Fonte: PMSCS
Jovem de 27 anos vence a covid e recebe alta do Hospital de Campanha de São Caetano
Crédito:Divulgação
“Meu filho renasceu”, foi com essas palavras e muita emoção que Jane Cristina Aragão Maia de Freitas, mãe de Victor Augusto Aragão Maia de Freitas, 27 anos, o recepcionou após 22 dias de internação no Hospital de Campanha de São Caetano do Sul.
“Foi uma bênção de Deus. Foi muito emocionante recebê-lo no Hospital após tantos dias internado. Passamos por momentos difíceis quando ele precisou ser intubado”, relatou Jane, relembrando que Victor Augusto foi internado três dias após a família enterrar seu tio, irmão de Jane, que faleceu aos 61 anos vítima de covid. “Ele acompanhou de perto todo o processo da doença de meu irmão e isso o abalou demais”, explicou.
Por volta do dia 15 de junho, a mãe já percebia que o filho não estava bem, mas ele achava que era asma, já que sofre de bronquite asmática e a mudança de temperatura acaba desencadeando a doença. “Ele trabalha de casa. Somente eu, meu marido e minha filha trabalhamos fora, tanto que em janeiro nós três tivemos a doença e ele não contraiu”.
“Quando percebi que a gripe e a falta de ar começaram a se agravar, levei ao Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin (HMEAS). A covid foi detectada e com 50% do pulmão comprometido ele já ficou internado. Nossa família, que já vinha de uma perda recente, ficou absolutamente abalada”.
O paciente deu entrada no HMEAS no dia 22 de junho com tosse seca, mialgia (dor muscular), astenia (perda ou diminuição da força física) e cefaleia. No mesmo dia foi transferido ao Hospital de Campanha. Três dias depois apresentou piora no quadro e foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para suporte intensivo.
AGRAVAMENTO DA DOENÇA
Com o agravamento da doença, no dia 26 de junho houve necessidade de intubação. Victor permaneceu sete dias em ventilação mecânica. “Por ele ser muito jovem, a evolução rápida da doença nos chamou muita atenção. Mas, após esforços da equipe multidisciplinar, e luta pela vida do próprio paciente, houve melhora significativa no quadro. Ele pôde ser novamente transferido para a Enfermaria e ontem, após 22 dias de internação, recebeu alta hospitalar, sendo recepcionado de forma muito emocionante por toda família”, explicou o diretor do Hospital de Campanha, Arthur Felipe Rente.
Jane contou que por ter vivenciado a doença do tio, Victor tinha muito medo da intubação e resistiu demais. “Os médicos nos ligavam diariamente com notícias, mas o diagnóstico quando ele estava na UTI não era dos melhores. Ele estava resistente à sedação e com muito medo, devido à perda do tio. Foi um período terrível e angustiante. Mas, com uma grande corrente de orações que envolveu a família dos meus 11 irmãos e muitos amigos, além de todo cuidado que recebeu da equipe do hospital, ele se curou”, comemora a mãe.
Victor Augusto, ainda em recuperação e um pouco desnorteado devido ao efeito de anestesia e sedativos, conta que demorou para entender que ficaria internado. “Quando me vi num quarto de hospital fiquei muito ansioso e triste. Não consigo me lembrar muito bem de tudo o que aconteceu. Quando fui extubado voltei sem noção de quanto tempo fiquei intubado e o que havia acontecido. Aos poucos, os médicos foram me contando e me acalmando. Eles falavam sobre os procedimentos e o porquê eu ainda precisaria me alimentar por sonda”, explicou.
Segundo Jane, Victor deixou o hospital com encaminhamentos para psicólogo e pneumologista. “Ficar em um ambiente com pessoas com covid é muito ruim, eu olhava à minha volta e via pessoas sofrendo, acompanhei momentos de tensão. Mas sempre fui acalmado pela equipe médica e de enfermeiros. Eles me diziam que eu estava bem, que minha imunidade melhorava a cada dia. Porém, não é fácil você ver alguém que estava ao seu lado partir, a gente entra em choque”, relatou Victor que, agora, comemora a volta ao lar. “Muito bom estar em casa, poder dormir mais tranquilo e receber os cuidados de meus familiares. Daqui para frente vou mudar minha rotina alimentar, me preocupar menos com tantas coisas e agradecer a cada dia pela minha vida. Também agradeço aos meus familiares e amigos que fizeram uma grande corrente de oração para que hoje eu pudesse estar aqui”.
Há menos de 24 horas em casa, Victor fez questão de responder a cada uma das mais de 300 mensagens que recebeu pelo whatsapp enquanto esteve internado. “Foram mensagens de apoio que vieram de pessoas que eu nem imaginava”.
Ao deixar o hospital nesta quarta-feira (14/7), no fim da tarde, o sentimento de Victor Augusto e de sua família foi retratado em cartazes com frases de agradecimento a Deus e toda equipe do hospital. “Obrigado aos médicos e enfermeiros do Hospital de Campanha, por não desistirem de mim”. Além dos pais Milton e Jane, e da irmã Gabriela, mais três tias e um primo foram recepcionar Victor na saída do hospital. “Eu agradeço muito toda a equipe do Hospital de Campanha. Meu filho foi muito bem cuidado e bem tratado. Só tenho elogios”, declarou Jane.
Victor agradeceu todo o apoio e cuidado da equipe e disse que todos estarão em suas orações. “Uma das minhas prioridades é voltar para a igreja. Depois de tudo que eu rezei, agora só tenho que agradecer. Agradecer diariamente pela minha vida, pela família e amigos”.