Jornalista Ricardo Boechat morre em helicóptero que caiu em São Paulo
O Corpo de Bombeiros confirmou três vítimas: o piloto e Boechat que morreram e o motorista do caminhão, socorrido pela CCR
- Data: 11/02/2019 14:02
- Alterado: 11/02/2019 14:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução/Band TV
O jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, morreu na queda de um helicóptero no Rodoanel no início da tarde desta segunda-feira, 11. A aeronave caiu no quilômetro 7 do Rodoanel, próximo ao acesso à rodovia Anhanguera, próximo a chegada a São Paulo, em cima de um caminhão. Ricardo Eugênio Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires.
Boechat era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista IstoÉ. Ele também trabalhou nos jornais “O Globo”, “O Dia”, “O Estado de S. Paulo” e “Jornal do Brasil” e foi comentarista no Bom Dia Brasil, da TV Globo. Ele ganhou três vezes o Prêmio Esso, um dos principais do jornalismo brasileiro. O perfil de Boechat no site da Band News FM informa que ele era o recordista de vitórias no Prêmio Comunique-se – e o único a ganhar em três categorias diferentes (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV). Em pesquisa do site Jornalistas & Cia em 2014, que listou cem profissionais do setor, Boechat foi eleito o jornalista mais admirado. Boechat lançou em 1998 o livro “Copacabana Palace – Um hotel e sua história” (DBA).
A confirmação da morte do jornalista veio da direção de jornalismo da Band ao Estado. Ele estava voltando de Campinas, onde tinha ido dar uma palestra. O helicóptero não era da emissora de televisão.
O apresentador José Luiz Datena interrompeu a programação da Band nesta tarde para confirmar a morte de Boechat. Emocionado, “Com profundo pesar desses quase 50 anos de jornalismo, cabe a mim informar a vocês que o jornalista Ricardo Boechat, pai de família, companheiro, o maior âncora do jornalismo da TV brasileira, morreu hoje em um acidente de helicóptero no Rodoanel em São Paulo”, disse Datena.
O helicóptero, uma aeronave Bell Jet Ranger, prefixo PT-HPG, fabricada em 1975, não era da emissora de televisão. Tinha capacidade para cinco lugares, estava com a declaração anual de inspeção de aviação válida até maio deste ano e com o certificado de aeronavegabilidade válido até maio de 2023. Ele pertence à empresa RQ Serviços Aéreos Especializados, cuja sede fica no Tatuapé, zona leste, empresa com uma frota de quatro aeronaves especializada em filmagens, fotografias e reportagem.
A morte do jornalista teve grande repercussão nas redes sociais. O presidente Jair Bolsonaro comentou no twitter “É com pesar que recebo a triste notícia do falecimento do jornalista Ricardo Boechat, que estava no helicóptero que caiu hoje em SP. Minha solidariedade à família do profissional e colega que sempre tive muito respeito, bem como do piloto. Que Deus console a todos!.”
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou Boechat de “um dos maiores jornalistas da sua história”. “Sua atuação diária demonstrava sensibilidade em defesa do interesse público e do jornalismo de qualidade. Toda a solidariedade a seus familiares, amigos e colegas da Rede Bandeirantes”, escreveu.
Boechat era torcedor do América-MG, que prestou homenagem ao jornalista nas redes sociais. “Expressamos nossos sentimentos à família e aos amigos do jornalista e das demais vítimas desse triste acidente.”
ACIDENTE
Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu em cima de um caminhão que trafegava pela via, no sentido interior, próximo à praça do pedágio. O motorista do caminhão foi socorrido pela concessionária.
Os bombeiros informaram que 11 viaturas foram deslocadas para o local. Pessoas que estavam próximas ao local do acidente contam ter visto uma movimentação estranha do helicóptero antes da queda.
“Eu vi o helicóptero baixo, com a hélice quase parando, rodando de um jeito estranho. O helicóptero bateu no caminhão e depois explodiu”, disse Orlando Vieira da Silva, de 30 anos, morador da comunidade Vila Sulinas, às margens da rodovia.
“O helicóptero deu pelo menos uma volta antes de cair. Foi muito estranho. Depois, ouvi o estrondo. Fez muita fumaça”, disse o morador da comunidade Morro Doce, Anderson Donato, de 25 anos
Foram feitas interdições parciais na pista do Rodoanel, sentido Perus, e na Anhanguera, sentido Jundiaí. A concessionária CCR Rodoanel informou que os motoristas podem acessar a Anhanguera, no sentido São Paulo, e pegar um retorno no quilômetro 18 para seguir para o interior.