Itaú Cultural tem Mostra com 4 solos teatrais, abordando o feminino, corpo e identidade

Mostra de Solos reúne artistas de diferentes estados em peças marcadas por traços biográficos e representatividade

  • Data: 07/06/2023 09:06
  • Alterado: 07/06/2023 09:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Itaú Cultural tem Mostra com 4 solos teatrais, abordando o feminino, corpo e identidade

E.L.A com Jéssica Teixeira

Crédito:Guto Muniz

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O Itaú Cultural apresenta de 15 a 18 de junho (quinta-feira a domingo) a Mostra de Solos, programação com quatro espetáculos, que levam ao palco questões sensíveis a seus intérpretes, seja no âmbito físico ou das ideias. Temáticas que passam pelo viés identitário, poético, de gênero e do corpo como meio político dentro da arte conduzem as apresentações. 

Como toda programação do Itaú Cultural, a mostra é gratuita. Os ingressos devem ser reservados pela plataforma INTI (acesso pelo site www.itaucultural.org.br). Eles são disponibilizados semanalmente a partir da quarta-feira anterior à apresentação. 

Mostra de Solos abre no dia 15 (quinta-feira), às 20h, com E.L.A, espetáculo de Jéssica Teixeira, com direção de Diego Landin. Tendo o corpo como ponto de partida, a artista cearense traz indagações sobre essa máquina que permeia desde os enigmas em seu funcionamento até problemas e trabalhos que enfrenta ao longo da vida. 

No palco, Jéssica instiga o público a fazer uma autoreflexão sobre o corpo, este instrumento social, político, tecnológico, inconsciente. Para a artista, o corpo pode ser tudo, inclusive o que não se quer que ele seja. E define: “O corpo se despedaça. É estrutura. É movimento. Mas, sobretudo, é estranho. Eu sou o outro e a outra. Teimo e re-existo. Ele se degenera e E.L.A se faz impossível”. 

Em Ser José Leonilson, apresentação da sexta-feira, dia 16, também às 20h, o ator mineiro Laerte Késsimos faz uma costura poética entre a sua biografia e a vida e obra do artista plástico José Leonilson (1957-1993). A dramaturgia de Leonardo Moreira, dirigida por Aura Cunha, leva à cena depoimentos deixados pelo artista em seus últimos anos de vida, junto de registros sonoros feitos pelo ator durante o processo de criação e pesquisa. 

Com este solo, Késsimos vem tecendo uma trajetória de apresentações nos últimos anos e ganha um peso maior em 2023, quando se completa 30 anos de morte do artista visual cearense, que morreu aos 36 anos, em decorrência do vírus HIV, deixando uma obra intensamente autobiográfica em desenhos, pinturas, esculturas e, em especial, nos bordados. No espetáculo, o público acompanha a costura das inquietações de Leonilson e de Késsimos, tendo a feitura artística como um autorretrato, a casa de infância como um ambiente de domesticação, a sexualidade como campo de batalha, as pontes amorosas como uma travessia e a doença como uma reconciliação com nossa finitude. 

Gêneros

No final de semana, a Mostra de Solos é marcada por espetáculos que abordam a busca pela representatividade e presença de diferentes gêneros, por diferentes vieses. 

Em Trava Bruta, apresentação do sábado, 17, também às 20h, a artista paranaense Leonarda Glück parte de sua experiência transexual para apresentar um manifesto cênico. Ela propõe uma ponte e um contraponto entre o contexto artístico e a atual conjuntura política e social do Brasil no campo da sexualidade. Sozinha em cena, a atriz e dramaturga discute a relação da cultura com a transexualidade, enfatizando como é ser uma artista trans no país de hoje e de que forma a sociedade reage a um corpo que provoca repulsa e desejo. 

Assim, sob direção de Gustavo Bitencourt, ela cria tensões entre a ficção e a realidade, usando videoprojeções, efeitos sonoros, filtros de redes sociais que modificam a sua aparência e figurinos. Estas construções e desconstruções na narrativa trazem um questionamento sobre quais ficções são permitidas e quais diversidades são aceitas. 

A mostra encerra no domingo, 18, às 19h, com Yentl, a menina que queria estudar, com a atriz Dinah Feldman. Neste espetáculo lítero-musical baseada no conto Yentl, o menino da Yeshiva, do escritor Isaac Bashevis Singer – Prêmio Nobel de 1978 –, uma menina se veste de homem para conseguir ir à escola. 

Para desenrolar a trama dirigida por Malú Bazán, Dinah usa, na adaptação do livro aos palcos feita por ela, textos e poemas de autores como Adélia Prado, Rachel Kauder Nalebuff, Barbara Black Koltuv, Meyer Kutchinsky, Fatema Mernissi e Luiza Romão, Prêmio Jabuti 2022. Com a atriz dividindo o palco com os músicos Jefferson Bueno e Lucas Coimbra, e com a intérprete em LIBRAS Juliana Gonçalves, o resultado é uma obra com perspectiva contemporânea, numa interação de teatro, arte narrativa e música. 

SERVIÇO

Mostra de Solos

De 15 a 18 de junho (quinta-feira a domingo)

Na Sala Itaú Cultural

Capacidade: 224 lugares

Entrada gratuita. Reservas de ingressos na semana anterior às sessões através plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural

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  • Data: 07/06/2023 09:06
  • Alterado:07/06/2023 09:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural









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