Itaú Cultural recebe a temporada de estreia da peça ENTRE

O texto inédito da autora Eloisa Elena, que se passa durante um encontro familiar afetado pelos acontecimentos no apartamento vizinho, tem temporada de estreia no instituto

  • Data: 29/03/2019 13:03
  • Alterado: 29/03/2019 13:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Itaú Cultural recebe a temporada de estreia da peça ENTRE

Crédito:Henrique Resende

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De 4 a 7 de abril (quinta-feira a domingo), o Itaú Cultural apresenta a temporada de estreia de ENTRE, peça com texto inédito da autora Eloisa Elena, dirigida por Yara de Novaes e Carlos Gradim. No dia 3 (quarta-feira), Yara de Novaes participa do Camarim em Cena, ação do Itaú Cultural na qual compartilha com o público suas experiências e rituais de preparação para entrar em cena. Esta edição do encontro é mediada pela crítica teatral Maria Eugênia de Menezes, do site Teatrojornal.

Nova produção da Barracão Cultural, ENTRE conta um dia na vida de dois irmãos (Alexandre Cioletti e Cláudio Queiróz) e da irmã (Eloisa Elena), que se encontram para organizar a festa de bodas dos seus pais. Esta reunião, aparentemente banal, vai sendo afetada por acontecimentos no apartamento vizinho. Apesar de ser um encontro superficialmente afetuoso, a relação dos irmãos já evidencia aspectos do patriarcado nessa relação familiar. Um olhar mais profundo sobre como somos afetados pelo entorno, o quanto nos alienamos e onde está nosso medo, permeiam este encontro familiar.

O espetáculo pretende gerar uma reflexão sobre os processos que alimentam a sociedade patriarcal. A dramaturgia de Eloisa Elena parte da diferença de papeis e representatividade de gênero na sociedade e como esta questão está presente, muitas vezes de forma sutil e adaptada ao cotidiano, para abordar a cumplicidade e passividade diante dos diversos desdobramentos e consequências do histórico patriarcal que estrutura nossa formação.

Para a trilha sonora que vai permeando a trama, Dr Morris gravou uma encenação real com os atores Lavinia Pannunzio e Joca Andreazza. A dramaturgia de Eloisa Elena propõe essa coexistência de histórias: a que está acontecendo na frente do público, e a que se ouve ao longe. Essa situação expressa pelo texto tem grande potencial para gerar discussões acerca do quanto nos permitimos afetar pelos fatos a nossa volta, o quanto as pessoas estão dispostas a assumir posicionamentos efetivos e arcar com as consequências disso.

A encenação de Carlos Gradim e Yara de Novaes propõe também um paralelo na interpretação dos atores, que ora narram, ora vivem a história. Um caleidoscópio de existências, pensamentos e realidade colocado na frente do público.

Entre trata da correlação entre afetação, alienação e medo. O quanto somos afetados pelo que ocorre ao nosso redor e as consequências desta afetação, são questões cada vez mais cotidianas para todos nós. Ao mesmo tempo que somos bombardeados por informações do que ocorre no mundo inteiro e estamos o tempo todo nos manifestando e nos posicionando nas redes sociais e nos nossos pequenos círculos, continuamos muitas vezes fechando os olhos e ignorando o que ocorre ao nosso lado. Violências acontecem dentro de casa, pessoas morrem na nossa esquina e por uma infinidade de razões, muitas vezes não nos damos conta disso e do que não fizemos para evitar.

A constituição desta sociedade patriarcal, o machismo estrutural no qual as pessoas são formadas, as fazem repetir grandes ou pequenos comportamentos de opressão, de diferenciação, de continuidade. “É neste lugar incômodo que nos colocamos neste espetáculo e estamos a cada dia nos perguntando: como saltar sobre isso?”, comenta Eloisa Elena.                                                                                             

SINOPSE

Dois irmãos e a irmã se encontram para organizar a festa de bodas dos seus pais. Este encontro, aparentemente banal, vai sendo afetado por acontecimentos no apartamento vizinho.

Sobre diretores, autora e companhia

Yara de Novaes

Atriz, diretora e professora de teatro. Lecionou na PUC-Minas, UFPE e Uni-BH e atualmente, na FAAP-SP. Trabalha como atriz e diretora. Seus trabalhos mais recentes como atriz são: Justa, de Newton Moreno; Love, Love, Love, de Mike Bartlett; Contrações, de Mike Bartlett, e Uma Espécie de Alasca, de Harold Pinter. Recebeu vários prêmios por suas atuações e direções, entre eles, o APCA, por Contrações. Em Belo Horizonte, sua terra natal, fundou duas companhias, o Grupo Teatral Encena e a Odeon Companhia de Teatro, essa última ao lado do diretor Carlos Gradim. Na Odeon dirigiu e atuou em espetáculos de grande importância para a cena teatral mineira e brasileira. Entre eles, Ricardo 3°, de W. Shakespeare, e O Coordenador, de Benjamim Galimiri.  Em São Paulo, funda o Grupo 3 de Teatro, junto com Débora Falabella e Gabriel Fontes Paiva, onde dirigiu os espetáculos A Serpente, de Nelson Rodrigues, e O Amor e seus Estranhos Rumores, adaptação de Silvia Gomez para a obra de Murilo Rubião. Dirigiu como convidada diversos espetáculos nos últimos anos, entre eles: Tio Vania, do Grupo Galpão; Caminho para Meca, com Cleyde Yaconis; A Mulher que Ri, de Paulo Santoro, Maria Miss – adaptação da obra de Guimarães Rosa, As Meninas – de Lygia Fagundes Telles; O Capote, de Nicolai Gógol; Noites Brancas, de Fiodor Dostoiévski; e Tiros em Osasco, de Cássio Pires.

Carlos Gradim

Iniciou sua carreira artística como ator de teatro.  Como publicitário, ator, diretor e realizador cultural, promoveu ações culturais assumindo importantes funções em grandes instituições de Minas Gerais. É presidente do Instituto Odeon, que gerencia o Museu de Arte do Rio – MAR e o Theatro Municipal de São Paulo. Em quase 20 anos de carreira, já assinou a direção e/ou coordenação de diversos espetáculos teatrais: Justa, de Newton Moreno; Noés, de Rafael Neumayr; Para tão longo amor, de Maria Adelaide Amaral, direção em parceria com Yara de Novaes; Horácio, de Edmundo de Novaes Gomes; Os Saltimbancos, de Sergio Bardotti e Luis Enríquez Bacalov; O Herói e a Armadura, Projeto Valores de Minas – Belo Horizonte/MG

Eloisa Elena

Formada pela UFMG, cursou a Escola de Arte Dramática da USP. É atriz e produtora da Barracão Cultural, onde, entre outros, realizou os espetáculos: On Love e Facas nas Galinhas, direção de Francisco Medeiros, Já Pra Cama! e A Condessa e o Bandoleiro, direção de Fernando Escrich, O Tribunal de Salomão e O Julgamento das Meias-Verdades Inteiras, direção de Cuca Bolaffi, A Mulher que Ri, direção de Yara de Novaes, Convite para Jantar, co-direção com Julia Ianina, e Um Destino para Julieta e Romeu, direção de Cris Lozano. Atuou ainda em Você Vai Ser o que Você Quer Ser, texto e direção de Luiza Jorge; Sacromaquia, direção de Maria Thaís; A Senhora Aoi, direção de Antonio Araujo, Florbela, de Alcides Nogueira, direção de Cibele Forjaz. Produtora da Barracão Cultural, fez produção executiva para diversos espetáculos. Recebeu indicações como Melhor Atriz: A Condessa e o Bandoleiro – 1º Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem; O Tribunal de Salomão – Prêmio Femsa 2011; Aqueles 2, de José Geraldo Petean; Prêmio Pananco (Coca Cola) 98/Melhor Atriz. Em cinema fez os curtas Todos os dias são iguais, de Carlos Gradim, premiado no festival de Recife e Canal Bravo Brasil; Condomínio, de Jean Pierre Lasmar e A História Real, de Andréia Pasquini, premiado no festival de Brasília.

Barracão Cultural

É um núcleo de criação e produção que tem como proposta realizar projetos que priorizem a pesquisa de temas e de linguagem, que sejam acessíveis e atendam a diferentes públicos. Formado por alguns parceiros fixos e outros convidados a integrar cada trabalho, desenvolve há 16 anos um exercício permanente de criação e produção de espetáculos, que obtiveram excelente acolhida de crítica e público.  Faz parte do seu repertório espetáculos para o público adulto, infanto-juvenil e espetáculos concebidos para ruas e espaços abertos.

Ficha Técnica

Texto: Eloisa Elena.

Direção: Yara de Novaes e Carlos Gradim

Elenco: Alexandre Cioletti, Cláudio Queiroz e Eloisa Elena.

Criação e espacialização sonora: Dr Morris

Cenário: André Cortez

Figurino: Marichilene Artisevskis

Iluminação: Guilherme Bonfanti

Atores (personagens vizinhos): Lavínia Pannunzio e Joca Andreazza

Direção de voz: Lucia Gayotto

Coordenação de movimento: Murilo Basso

Assistente de movimento: Renan Ferreira

Consultoria de áudio: Daniel Maia

Direção de audiovisual: Murilo Alvesso

Técnico de som: Maurício Mateus

Técnico de luz: Fábio Ferretti

Design gráfico:  Cláudio Queiroz

Foto do material gráfico: Henrique Resende

Fotos de divulgação: Henrique Resende e Murilo Alvesso

Fotos de cena: Bob Souza

Costureira: Judite de Lima e equipe

Confecção e cenografia: Ciro Schu

Administração: Tetê Ribeiro

Produção: Geondes Antônio e Eloisa Elena

Realização: Barracão Cultural

SERVIÇO

Estreia da peça Entre

Dias 4, 5 e 6 de abril (quinta-feira, sexta-feira e sábado), às 20h

Dia 7 de abril (domingo), às 19h

Duração: 55 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

Sala Itaú Cultural (224 lugares)

Interpretação em Libras

Camarim em Cena com Yara de Novaes

Mediação: Maria Eugênia de Menezes

Dia 3 de abril (quarta-feira), às 16h

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: Livre

Sala Multiúso (40 lugares)

Classificação indicativa: Livre

Interpretação em Libras

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

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  • Data: 29/03/2019 01:03
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