Itaú Cultura apresenta ‘Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu’

A diretora Renata Soffredini estreia Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu no Itaú Cultural, peça de seu pai Carlos Alberto Soffredini

  • Data: 04/06/2019 10:06
  • Alterado: 04/06/2019 10:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultura
Itaú Cultura apresenta ‘Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu’

Crédito:Gabriela Rocha

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O Itaú Cultura apresenta de 6 a 9 de junho (quinta-feira a domingo) a minitemporada de estreia de Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu, peça do Núcleo de Estética Teatral Popular (ESTEP). A nova montagem do texto de Carlos Alberto Soffredini (1939-2001), apresentado pela primeira vez há 40 anos, reúne oito atores e seis músicos para contar a trama de uma companhia de teatro cuja história é confundida com a da peça que eles levam aos palcos. Renata Soffredini, filha do dramaturgo, que, se vivo, completaria 80 anos em 2019, dirige a peça. A doutora em letras Eliane Lisboa dá palestra sobre a sua dramaturgia no dia 9.

Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu se passa nos bastidores de uma companhia de teatro em uma pequena cidade do Brasil. A trupe é dirigida por Aleluia Simões/Mãezinha (Bete Dorgam), mulher que luta bravamente pelo sustento de seus artistas e da lona de circo que herdou dos seus pais. Entre os problemas que precisa administrar está a paixão de seu filho, Campônio (Ian Soffredini), pela ambiciosa Amada Amanda (Yael Pecarovich), uma das integrantes do grupo. Até que um dia a história começa a mudar, quando Amada fica com inveja da rica Cancionina Song (Laura La Padula), que chega na cidade ao mesmo tempo em que o sedutor Lologigo (Clovys Torres) vai embora.

Montagem

A primeira versão teatral de Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu sobre o texto escrito entre 1978 e 1979, foi produzida pelo Grupo de Teatro Mambembe, sob direção de Yacov Hillel, em 1979. Nos anos de 1990, a peça teve uma nova e bastante premiada montagem, então dirigida por Gabriel Vilella e com a atriz Laura Cardoso no papel de Mãezinha.

Na montagem que estreia agora no Itaú Cultural, Renata Soffredini busca despertar uma reflexão a mais no público. “Trazemos uma discussão sobre a cultura e sobre as linhas rompidas com o teatro a partir das experiências estrangeiras. A peça retoma o fio anterior, do teatro que ficou na periferia e que é nosso,” afirma.

A diretora observa que o cenário do teatro musical no Brasil sofreu uma grande mudança nos últimos anos, em decorrência da grande quantidade de espetáculos com formato e modos de produção importados da Broadway.  Em contrapartida, Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu é inspirado no teatro de revista, tido como o gênero fundador do musical no Brasil.

“Nesse sentido, esperamos que esta montagem estimule a produção de muitos outros musicais genuinamente brasileiros, levando ao conhecimento, principalmente do público jovem, que o musical brasileiro existe e tem seu valor artístico e sua importância cultural”, completa a diretora.

Dramaturgia e palestra

Na nova montagem, Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu coloca em cena um elenco de oito atores ao lado dos músicos Betinho Sodré (percussão), Luis Aranha (violão) e Tauan Ribeiro (acordeom), que interpretam ao vivo as músicas compostas por Wanderley Martins, sob direção musical de Fernanda Maia. Assim, resgata o melodrama e o circo-teatro, característicos da dramaturgia de Carlos Alberto Soffredini.

Para Renata, a peça é uma síntese poética da pesquisa de seu pai sobre o circo-teatro e sobre a genuína linguagem teatral brasileira. Ele tinha como proposta revelar o universo poético dessas histórias, sem a pretensão de representá-las de forma realista. Analogamente, a peça que dirige coloca em cena a dificuldade de sobrevivência das famílias de circo, em meio às novidades de uma indústria cultural atual que prima por modelos estrangeiros de musical.

Para que o público possa conhecer mais sobre o legado deixado por Soffredini ao teatro brasileiro, o Itaú Cultural realiza no domingo, dia 9, às 15h, antes da última apresentação desta temporada, a palestra A Dramaturgia de Carlos Alberto Soffredini, com a doutora em letras pela Universidade de Campinas (UNICAMP) Eliane Lisboa. A mediação é de Renata, que ainda faz um sorteio de livros com peças do autor para a plateia.

Sobre autor, diretora e companhia

Carlos Alberto Soffredini (1939-2001) é pesquisador, dramaturgo, autor e diretor. Nascido em Santos (SP), conquistou prêmios com Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu e outros textos de sua autoria. Recebeu também o Prêmio Serviço Nacional de Teatro (1967) e o Kikito no Festival de Cinema de Gramado em 1985, pelo roteiro de A Marvada Carne, de André Klotzel. Ficou conhecido do grande público por seus trabalhos em TV, como a novela Brasileiros e Brasileiras (SBT, 1990) e a série Hoje É Dia de Maria (Rede Globo, 2005).

Renata Soffredini é filha de Carlos Alberto Soffredini e companheira de suas incursões estéticas. Com o pai, fundou o coletivo Núcleo de Estética Teatral Popular (ESTEP). Atriz e diretora de renome na cena teatral, ganhou o Prêmio APETESP 1996 de Melhor Direção de Teatro Infantil, com o espetáculo Uma Professora Muito Maluquinha, de Ziraldo. Foi contemplada em diversos editais, como PROAC e FOMENTO para projetos do Núcleo ESTEP e de publicação de livros com a obra de Carlos Alberto Soffredini. Foi instrutora de dramaturgia do dialeto caipira na Rede Globo para o elenco da novela Meu Pedacinho de Chão.

Em 2017, dirigiu a leitura dramática da peça Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu, no Itaú Cultural, na Ocupação Laura Cardoso. Dirigiu os espetáculos Uma Professora Muito Maluquinha, de Ziraldo, Senninha e Sua Turma no Teatro, de Rogério Martins, As Mentiras que os Homens Contam, de Luiz Fernando Veríssimo, Marte – Uma Comédia no Espaço, produção Estação Ciência/USP, Mais Quero o Asno que me Carregue que Cavalo que me Derrube e Minha Nossa, ambas de Carlos Alberto Soffredini. Também escreve e dirige a comédia de costumes Amor@Sexo. Confusão.

Núcleo de Estética Teatral Popular (ESTEP) foi criado há mais de 30 anos por Renata Soffredini e Carlos Alberto Soffredini, e se confunde com a história do teatro. Em 2019, com a estreia de Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu, também comemora os 80 anos de nascimento (1939) do dramaturgo e 40 anos da primeira montagem do texto Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu (1979), que rendeu ao autor diversos prêmios, como APCA, APETESP e Mambembe. Em São Paulo, foi vista a última montagem de Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu em 1990, há 28 anos, com direção de Gabriel Vilella, vencedor de inúmeros prêmios por esta montagem. Soffredini morreu em 2001, faz 18 anos.

FICHA TÉCNICA

Texto: Carlos Alberto Soffredini

Direção e coreografias: Renata Soffredini

Elenco: Bete Dorgam, Ian Soffredini, Yael Pecarovitch, Clovys Torres, Luiza Albuquerques, Fernando Nitsch, Laura La Padula e Tito Soffredini.

Músicos em cena: Betinho Sodré (Percussão), Luis Aranha (Violão) e Tauan Ribeiro (Acordeon)

Músicas: Wanderley Martins

Direção musical: Fernanda Maia

Direção de arte (Cenários, Figurinos e Maquiagem): Kleber Montanheiro

Cenotécnico: Evas Carretero

Assistente de cenários, Figurinos e Maquiagem: Marcos Valadão

Desenho de luz e Operação: Diego Rocha

Desenho de som e Operação: Hayeska Somerlatte

Preparação corporal: Renata Soffredini

Assessoria de imprensa: Morente Forte Comunicações

Design gráfico: Leo Gois

Conteúdo audiovisual (Fotos, Filmagem e Mídias Sociais): Gabriela Rocha

Direção de produção e administração de temporada: Sueli Gonçalves

Realização: Prêmio Zé Renato de Teatro 7ª Edição

SERVIÇO:

Espetáculo Vem Buscar-Me que Ainda Sou Teu

Dias 6, 7, e 8 de junho (quinta-feira a sábado), às 20h

Dia 9 de junho (domingo), às 19h

De: Carlos Alberto Soffredini.

Direção: Renata Soffredini.

Elenco: Bete Dorgam, Clovys Torres, Fernando Nitsch, Ian Soffedini, Laura La Padula, Luiza Albuquerques, Tito Soffredini e Yael Pecarovitch.

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)

Capacidade: 224 lugares

Interpretação em Libras

Palestra A Dramaturgia de Carlos Alberto Soffredini

Dia 9 de junho (domingo), às 15h

Com Eliane Lisboa. Mediação de Renata Soffredini

Duração: 120 minutos

Sala Vermelha (Piso 3)

Capacidade: 70 lugares

Interpretação em Libras

Entrada gratuita

Distribuição de ingressos:

Público preferencial: uma hora antes do evento | com direito a um acompanhante

Público não preferencial: uma hora antes do evento | um ingresso por pessoa

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

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  • Data: 04/06/2019 10:06
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