‘Ir para a cadeia? Está doido? De jeito nenhum’, protesta senador Marcelo Castro
O placar amplamente favorável (17 a 2) à criminalização do caixa 2 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado revoltou o senador Marcelo Castro (MDB-PI), ex-ministro da Saúde
- Data: 11/07/2019 11:07
- Alterado: 11/07/2019 11:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Brasília - Entrevista com o Deputado Marcelo Castro, que fala sobre a sua candidatura a Presidência da Câmara dos Deputados (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Crédito:Antonio Cruz/Agência Brasil
Citado na delação da J&F como um dos beneficiados por recursos ilícitos na eleição de 2014, Castro disse que é “praticamente impossível” fazer campanha eleitoral sem “nenhum centavo não contabilizado”, e defendeu o abrandamento da pena: em vez de prisão, perda de mandato e direitos políticos.
“Estamos entrando num caminho aqui, diante do qual é preciso uma reflexão. Vamos pensar, e eu topo: ‘Pegou caixa dois, perdeu o mandato’. Perco o meu mandato tranquilo, vou para casa viver com a minha família. Agora, ir para cadeia? Está doido? De jeito nenhum”, disse. Para o senador, o Código Penal é “coisa para bandido” e não para político.
Médico psiquiatra, Castro comparou o caixa 2 a um “vício”. “Chegamos a um nível de promiscuidade tal que o melhor que a classe política faria seria ficar longe das empresas, por décadas, até se tirar esse vício”, afirmou.
Executivos da J&F acusaram o senador em delação premiada de receber R$ 1 milhão como contrapartida para apoiar a candidatura do deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) para a presidência da Câmara, em 2015. O caso tramita na Justiça Eleitoral. Procurado, Castro negou ter recebido a quantia e afirmou que a citação não resultou em investigação.