Influenciadora é condenada por ofensas racistas à filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank
Em 2017, a influenciadora disse nas redes sociais que a criança era uma "macaca", que tinha "cabelo horrível, de bico de palha" e "nariz de preto"
- Data: 08/02/2024 11:02
- Alterado: 08/02/2024 11:02
- Autor: RedaçãoABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Influenciadora é condenada por ofensas racistas à filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank
Crédito:Reprodução
Após seis anos, a Justiça do Rio de Janeiro condenou a influenciadora Day McCarthy por danos morais contra Titi, filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. Day terá que pagar R$ 180 mil a família por proferir ofensas racistas contra a menina que, na época, tinha apenas 4 anos de idade.
Em 2017, a influenciadora disse nas redes sociais que a criança era uma “macaca”, que tinha “cabelo horrível, de bico de palha” e “nariz de preto”. Os pais de Titi acionaram a Justiça que, na terça-feira, 6, condenou Day a pagar indenização que, segundo defesa de Bruno e Giovanna, deve superar os R$ 500 mil, pois irá passar por correção monetária.
O juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro, concluiu, no processo que o Estadão teve acesso, que as declarações da influenciadora “evidenciam um conteúdo racista”. Ele os descreveu como “uma ofensa deliberada, cruel e covarde em face de uma criança indefesa, objetivando agredi-la, assim como a seus pais”.
Na época, Day não foi localizada pela Justiça, foi citada por edital e não apresentou contestação. O Estadão entrou em contato com a defesa das duas partes. O advogado de Day, Gil Ortuzal, afirmou que a influenciadora entrará com recurso e que reconhece que “tais frases jamais deveriam ter sido proferidas contra qualquer pessoa”.
“Como advogado da Sra Dayane Alcantara Couto de Andrade, conhecida como Day McCarthy, comunico que assumi sua defesa técnica na esfera civil na data de hoje [quarta-feira, 7], uma vez que foi defendida por curadoria especial, sendo decretada revelia, já que reside no exterior. Em tempo, Day McCarthy esclarece que, passados seis anos, tem o entendimento de que tais frases atribuídas a ela jamais deveriam ter sido proferidas contra qualquer pessoa, principalmente se tratando de uma criança. À vítima e seus familiares, apresenta seus sinceros pedidos de desculpas e garantia de que esse erro jamais se repetirá. Os inúmeros vídeos e publicações com falsos pronunciamentos e afronta à justiça com relação ao caso e a sentença, que estão circulando na internet, não são de sua autoria, sendo que a mesma somente se pronunciará através de seu advogado”.
Já o advogado da família de Titi, Alexandre Celano, garante que “a luta continuará pela condenação criminal pelo crime de racismo, que é inafiançável e imprescritível, cuja pena pode chegar a 5 anos de prisão”.
Veja a noa completa:
“Recebemos com grande contentamento a notícia de que o Juízo da 32ª Vara Cível da Capital do Rio de Janeiro julgou integralmente procedentes os pedidos formulados pela família Gagliasso contra a infuencer digital e socialite Day Macarthy – após mais de seis anos do início do trâmite da ação indenizatória – em sentença cirúrgica e sensível do magistrado Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves.
Nada apagará as marcas das atrocidades racistas cometidas pela ré, uma vez que os registros dos fatos continuarão disponíveis no ambiente virtual, que é público. Por outro lado, há o alento de que a condenação em compensar os danos morais sofridos, cujo valor atualizado supera a quantia de meio milhão de reais, ao que me parece, a maior quantia já arbitrada no país contra um racista, terá amplo efeito pedagógico na sociedade, de extrema relevância, pois diariamente assistimos à população preta sofrer as consequências do racismo infelizmente ainda arraigado em muitos.
A luta parecia eterna e por isso usamos o clichê de que a justiça tarda, mas não falha. Em muitos momentos me inspirei nas palavras de Nelson Mandela, que gostaria de compartilhar em agradecimento a confiança depositada em meu trabalho pela família Gagliasso: ‘Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar elas podem ser ensinadas a amar’“.
Alexandre Celano – advogado