Infecção por HIV cresce entre jovens no Brasil e no mundo
De acordo com infectologista cooperada da Unimed Goiânia, Dra Heloina Claret de Castro, falta de uso de preservativos e percepção de "doença controlada" favorecem o aumento dos casos.
- Data: 18/12/2024 16:12
- Alterado: 18/12/2024 16:12
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Reprodução
O mês de dezembro é marcado pela campanha de conscientização sobre o HIV/AIDS, trazendo à tona um problema de saúde que tem se mostrado cada vez mais desafiador entre os jovens. De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), em 2023, foram registradas, aproximadamente, 1,3 milhão de novas infecções pelo vírus no mundo, um número bem acima da meta global, de menos de 370 mil infecções anuais prevista para 2025. No Brasil, o cenário segue a mesma tendência, concentrando o maior aumento de novos casos entre homens de 18 a 24 anos.
Para a médica infectologista e cooperada da Unimed Goiânia – Cooperativa de Trabalho Médico, Dra. Heloina Claret de Castro, o aumento tem explicações comportamentais. “O principal fator é o de o HIV não ser mais visto como uma doença fatal, devido ao avanço no tratamento com medicamentos eficazes e acessíveis. Isso gerou uma falsa sensação de segurança, especialmente entre os mais jovens, que não viveram a crise do HIV nas décadas passadas. Além disso, o uso de preservativo nunca foi uma prática plenamente adotada por essa população”, explica.
Testagem e tratamento precoce: principais aliados no combate ao HIV
A testagem regular é uma das estratégias mais recomendadas para frear o avanço das infecções. A infectologista reforça que o diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento antes mesmo da manifestação de sintomas, o que contribui para a qualidade de vida do paciente e para a interrupção da cadeia de transmissão do vírus. “Aqueles que têm uma atividade sexual variada, com exposição frequente e sem o uso de preservativos, devem testar-se regularmente. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais rápido o tratamento pode ser iniciado. Hoje, uma pessoa em tratamento pode ter uma expectativa de vida praticamente igual à de qualquer outra pessoa”, afirma Dra. Heloina Claret.
Atualmente, mais de 30,7 milhões de pessoas no mundo têm acesso à terapia antirretroviral, o que corresponde a 75% dos indivíduos que vivem com o vírus. Além do tratamento pós-diagnóstico, uma das principais ferramentas de prevenção é a profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste no uso de medicamentos orais ou injetáveis (ainda não disponíveis no Brasil) de medicamentos por pessoas que têm maior risco de exposição ao vírus.