“Indígena não é fantasia”: instalação no MCI aborda representação preconceituosa no Carnaval 

Programação de fevereiro conta também com lançamentos literários, curso e exibição de documentário

  • Data: 31/01/2024 11:01
  • Alterado: 31/01/2024 11:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Museu das Culturas Indígenas
“Indígena não é fantasia”: instalação no MCI aborda representação preconceituosa no Carnaval 

Crédito:MCI

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Em fevereiro, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) realiza uma série de atividades gratuitas que celebram a diversidade e a identidade cultural indígenas, a fim de suscitar reflexões sobre visões homogêneas. A programação prevê a exibição de instalação artística que propõe uma reflexão sobre a representação de indígenas no Carnaval, contações de histórias e lançamentos literários, além da projeção de documentário com bate-papo. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.  

As atrações de fevereiro têm início com a exibição da instalação Índio Indígena NÃO é fantasia!, a partir do dia 03. Indumentárias sagradas para os povos originários, como cocar, vestimentas, além de pinturas e grafismos, são comercializadas no Carnaval indiscriminadamente e utilizadas como caricaturas por pessoas não-indígenas, o que reforça o estereótipo racista de “selvagem, folclórico e não pertencente à sociedade”.  

Para conscientizar e fomentar a conscientização do valor da cultura dos povos originários, o MCI expõe flâmulas — bandeiras decoradas tipicamente carnavalescas — com frases de combate ao racismo, ao apagamento de tradições e à hiperssexualização, bem como apelos para respeito ao sagrado.  

A conscientização e combate às visões homogêneas dos povos originários continuará em pauta no Encontro com educadores: temáticas indígenas na educação. Em 08 de fevereiro, às 10h e às 15h, docentes do ensino fundamental e médio, aprenderão com os Mestres dos Saberes, indígenas do programa educativo, temáticas e práticas para estudo da história e da cultura indígenas nas escolas.    

LITERATURA INDÍGENA 

Nesta edição do Programa de contação de histórias do MCI, o autor Luã Apyká apresenta a obra Mandí Reko – o conto de Mandi, em 17 de fevereiro, às 10h. No lançamento e bate-papo, o autor contará sobre o processo de criação, escrita e recontará o conto para o público.  

Luã Apyká, artista, escritor, ativista e contador de histórias, é um dos anciãos do seu povo, mestre nas linguagens Tupi-Guarani, e integrante da comunidade Tabaçu Rekoypy, em Peruíbe (SP). Em seu mais recente lançamento, o autor traz um conto da tradição oral do povo Tupi-Guarani, a história de Mandí, que ao longo da narrativa apresenta o nascimento, desenvolvimento e amadurecimento do personagem.  

Ainda em fevereiro, o MCI receberá o autor de Onimangá – brincadeiras indígenas Guaranis, Thiago Nhandewa, para o lançamento de sua obra, em 24 de fevereiro, às 14h. A narrativa apresenta diversas brincadeiras da cultura brasileira, como peteca e pular corda, sob a perspectiva das vivências espirituais, das crenças e da cultura indígena Guarani. O livro conta com ilustrações de Jonas Estevam Malakuiawa-Maragua.  

Tiago Nhandewa, da etnia Guarani Nhandewa, mora na cidade de Piraquara (PR), é doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (PPGAS-USP), mestre em Antropologia Social (PPGAS-USP), especialista em Antropologia, pelo Centro Universitário Sagrado Coração (Unisagrado). É autor dos livros “Quando eu caçava Tatu e outros bichos” (publicação independente, 2020) e “Onimangá – brincadeiras indígenas” (Cintra Editora, 2023). 

CINEMA E BATE-PAPO 

Para encerrar a programação mensal, o MCI realiza o Cineclube TAVA, iniciativa para a difusão da produção cinematográfica dos povos originários. Em 29 de fevereiro, às 18h, a instituição exibe o documentário “Daritizé, aprendiz de curador” (2003), de Divino Tserewahú, que acompanha a gravação do cerimonial do Wai´á, em que jovens são iniciados ao mundo espiritual para desenvolver o poder de cura. As filmagens são feitas na Aldeia Nova na Terra Indígenas São Marcos (MT), território do  povo Xavante.  

Após a exibição, o público poderá conhecer mais sobre a cultura e tradição do povo Xavante com o Mestre dos Saberes, Tserenhõ’õ Tseredzawê.  

SERVIÇO 

Índio Indígena NÃO é fantasia! 

Período: de 03 de fevereiro a 25 de fevereiro de 2024 

Ingressos disponíveis no site.  

Encontro com educadores: temáticas indígenas na educação 

Data e horários: 08 de fevereiro, às 10h e às 15h 

Entrada gratuita mediante inscrição prévia no site.   

Contação de histórias indígenas: Mandí Reko – o conto de Mandí, com Luã Apyká 

Data e horário: 17 de fevereiro, às 10h 

Entrada gratuita mediante inscrição prévia no site.   

Lançamento do livro “Onimangá – brincadeiras indígenas Guaranis”, de Tiago Nhandewa 

Data e horário: 24 de fevereiro, às 14h 

Entrada gratuita mediante inscrição prévia no site.  

Cineclube TAVA: “Daritizé, Aprendiz de Curador” 

Data e horário: 29 de fevereiro, às 18h 

Entrada gratuita mediante inscrição prévia no site.

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  • Data: 31/01/2024 11:01
  • Alterado:31/01/2024 11:01
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