Inadimplência cai, mas dívidas crescem em São Paulo no mês junho, aponta FCDL-SP
Estado registra queda de 0,19% no número de inadimplentes em comparação com o mesmo período do ano anterior, mas valor das dívidas segue em alta
- Data: 25/07/2024 14:07
- Alterado: 25/07/2024 14:07
- Autor: Redação
- Fonte: FCDL-SP
Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Pelo 6° mês consecutivo, o levantamento realizado pelo SPC Brasil em parceria com a FCDL-SP mostra uma queda de 0,19% no número de devedores em São Paulo no mês de junho de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em junho de 2023, o estado contava com 14,2 milhões de inadimplentes, número que caiu para aproximadamente 14.173.020. A redução de cerca de 26.980 pessoas, embora pequena, reflete uma tendência positiva na gestão financeira das famílias e nos programas de apoio econômico.
Apesar da redução no número de inadimplentes, o valor das dívidas em São Paulo continua a crescer. Em junho de 2024, o total de dívidas em atraso aumentou 1,87% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento ficou abaixo da média da região Sudeste, que foi de 2,49%, e da média nacional, de 2,20%. De maio para junho, o número de dívidas em São Paulo cresceu 0,71%, enquanto na região Sudeste o aumento foi de 0,38%.
“Embora vimos uma queda no número de inadimplentes, é preocupante notar que o valor das dívidas vem aumentando a cada mês. O número indica que, mesmo com menos pessoas entrando em inadimplência, aqueles que já possuem dívidas estão acumulando mais débitos. A inflação elevada tem sido um fator para esse cenário”, comenta o presidente da FCDL-SP, Mauricio Stainoff.
Faixa etária
A análise por faixa etária revela que, em junho, a maior concentração de devedores em São Paulo estava entre aqueles com idades de 30 a 39 anos, representando 25,75% do total. Quanto à distribuição por sexo, os números são bastante equilibrados, com 50,22% dos devedores sendo mulheres e 49,78% homens.
Em junho de 2024, a média de dívida por consumidor negativado em São Paulo era de R$5.409,68, somando todas as pendências. Os dados também mostram que 25,19% dos consumidores inadimplentes tinham dívidas de até R$500, e esse percentual aumenta para 37,90% quando se trata de dívidas de até R$1.000. O tempo médio de atraso dos devedores era de 26,7 meses, sendo que 41,36% deles estavam inadimplentes há um período entre um e três anos.
Reincidentes no mês de junho
O Indicador de Reincidência de Pessoas Físicas do SPC Brasil em parceria com a FCDL-SP mede a quantidade de consumidores que apareceram nos cadastros de inadimplentes nos últimos 12 meses. Se, nesse intervalo (incluindo o mês referência), o consumidor foi negativado apenas uma vez, não é considerado reincidente; se foi negativado mais de uma vez, sendo uma no mês de referência, será considerado reincidente naquele mês de referência
De acordo com dados de junho, 85,88% das negativações no estado foram de devedores reincidentes, que já haviam aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses. Entre esses reincidentes, 62,61% não haviam quitado dívidas antigas até junho, e 23,27% tinham saído do cadastro, mas retornaram. Apenas 14,12% eram novos inadimplentes.
Setores
O setor bancário foi o que mais contribuiu para o aumento das dívidas em São Paulo, representando 72,46% do total de débitos em atraso em junho de deste ano. Seguido de água e luz (9,92%).
“Essa alta participação dos bancos nas dívidas é um reflexo do crédito mais acessível, mas também mais caro, especialmente em um cenário de inflação elevada e juros altos”, aponta Stainoff. “Os consumidores muitas vezes recorrem a empréstimos e financiamentos para cobrir necessidades imediatas, mas acabam se endividando ainda mais devido às altas taxas de juros. Normalmente, torna-se um ciclo vicioso, onde a dívida se acumula mais rápido do que a capacidade de pagamento”.