Ibovespa fecha em novo recorde, acima dos 108 mil pontos; dólar fica abaixo de R$ 4
Com momento positivo para os bancos e as ações da Petrobrás somado à maior confiança global, bolsa brasileira operou em alta e o dólar fechou no menor valor desde o dia 15 de agosto
- Data: 28/10/2019 18:10
- Alterado: 28/10/2019 18:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
O Índice Bovespa iniciou a última semana de outubro registrando novos recordes, garantidos pela combinação entre o apetite por risco no mercado internacional e a percepção de um cenário doméstico mais benigno para o mercado de ações nos próximos meses. Em alta desde a abertura, o principal índice da B3 terminou o dia aos inéditos 108.187,06 pontos, com ganho de 0,77%. Os negócios somaram R$ 14,9 bilhões.
Os ganhos foram puxados principalmente pelas principais ações do setor financeiro e da Petrobrás, que acumulam valorização bem superior à do Ibovespa em outubro. Enquanto o índice registra alta de 3,29% no período, a ação preferencial da petroleira estatal contabiliza 7,44% e a ação preferencial do Bradesco, por exemplo, acumula 12,52%.
DÓLAR
Pela primeira vez desde 15 de agosto, o dólar à vista encerrou abaixo dos R$ 4 e também no menor nível desde então. No fechamento, a moeda à vista marcou R$ 3,9925 (-0,38%). Na mínima do dia, foi a R$ 3,9734 (-0,86%). A queda é alinhada ao desempenho da moeda americana ante as pares de economias emergentes e também do Dollar Index (DXY), índice composto por seis moedas de países desenvolvidos.
As perspectivas mais positivas sobre o confronto entre os gigantes do comércio global – China e Estados Unidos – somados a uma trégua no conflito sobre o Brexit apoiaram o aumento do apetite a risco global. Um indicativo desse movimento é a nova queda do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, um termômetro do risco-País, que era negociado nesta segunda-feira a 119 pontos. Na sexta-feira, o CDS fechou a 121 pontos. As cotações são da IHS Markit.
Também apoia o movimento a expectativa com o ingresso de dezenas de milhões de dólares com o leilão da cessão onerosa do pré-sal, programado para novembro. Em Riad, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Arábia Saudita deve participar do leilão, em novembro. Assim como fez na China, ele vai reforçar o convite aos sauditas na visita iniciada hoje. “Todo o mundo está interessado no leilão do pré-sal”, declarou o presidente.
ESTRANGEIROS
No cenário externo, a influência positiva das bolsas de Nova York contou com os novos recordes do S&P-500, em meio à safra de balanços e às notícias de que as negociações entre Estados Unidos e China convergem para um acordo parcial. Além disso, o adiamento do Brexit para janeiro também tranquilizou os investidores lá fora, o que reduziu a procura por ativos defensivos, como dólar e os títulos do Tesouro americano, e beneficiou as bolsas do mundo inteiro. Ao final da tarde, o MSCI Emerging Markets tinha alta de 0,61%. O iShares MSCI Brazil (EWZ) ia além, com ganho de 1,07%.
De acordo com dados divulgados neste início de tarde pela B3, o saldo dos investimentos estrangeiros na Bolsa ficou positivo em R$ 173,370 milhões na última quinta-feira, dia 24. Embora em volume tímido, foi o quarto pregão consecutivo de ingresso de recursos externos na Bolsa. Em outubro, o saldo acumulado ainda é negativo em R$ 9,887 bilhões.
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores altas foram de Bradesco PN e ON, que avançaram 3,61% e 2,97%, nesta ordem. O banco divulga seu resultado do terceiro trimestre na quinta-feira (31), antes da abertura dos negócios. Já BRF ON (-2,65%) e Marfrig ON (-2,37%) foram as quedas mais significativas do índice, em movimento atribuído a correções de ganhos recentes. Na máxima do dia, o Ibovespa atingiu 108.392,72 pontos (+0,96%).