Hamas aceita proposta de cessar-fogo com Israel
Mediada pelo Catar e Egito, a proposta de mediação inclui a troca de prisioneiros e uma reavaliação sobre o futuro governamental de Gaza
- Data: 15/01/2025 17:01
- Alterado: 15/01/2025 17:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: ONU
Crédito:Imagem ilustrativa gerada por IA
O Movimento de Resistência Islâmica, conhecido como Hamas, anunciou nesta quarta-feira (15) sua aceitação a uma proposta de cessar-fogo com Israel, visando encerrar um conflito que se estende por mais de 15 meses e resultou na morte de mais de 45 mil pessoas na Faixa de Gaza.
Palestinians celebrating ahead of the announcement of the ceasefire agreement in Gaza. pic.twitter.com/XiOGFJSQup
— Eye on Palestine (@EyeonPalestine) January 15, 2025
Em comunicado oficial, o Hamas informou que a resposta foi encaminhada aos mediadores do Catar e do Egito após uma reunião emergencial dedicada ao tema. O grupo palestino destacou que a decisão foi tomada de maneira responsável, reafirmando seu compromisso com a população da Faixa de Gaza em pôr fim à agressão israelense e aos massacres em curso.
No dia anterior, durante um evento no Atlantic Council, nos Estados Unidos, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou que a aceitação do acordo dependia unicamente da resposta do Hamas.
A proposta de cessar-fogo, que ainda não foi oficialmente divulgada, prevê uma fase inicial de seis semanas. Nesse período, ocorrerá a retirada gradual das forças israelenses da região e a libertação de reféns detidos pelo Hamas, em troca da soltura de prisioneiros palestinos por parte de Israel.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou sobre o acordo em suas redes sociais, afirmando que sua eleição influenciou os desdobramentos. Trump enfatizou que seu governo continuará a colaborar com Israel e aliados para evitar que Gaza se torne um abrigo para terroristas e reiterou seu compromisso com a paz por meio da força na região.
Os Acordos de Abraão, firmados entre Israel e diversas nações árabes para normalizar as relações com Tel Aviv, são frequentemente citados como um dos fatores que impulsionaram o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, marcando o início da atual fase do conflito israel-palestino.
Detalhes do Cessar-Fogo
A primeira etapa do cessar-fogo inclui a libertação mútua de prisioneiros entre Hamas e Israel, priorizando mulheres, crianças e homens acima dos 50 anos, além de feridos ou enfermos. A segunda fase se desenrolará após 16 dias, com a liberação dos demais prisioneiros retidos.
A fase final do acordo contempla discussões sobre um governo alternativo em Gaza e estratégias para a reconstrução da região. Segundo Antony Blinken, que participou das negociações junto com representantes do Catar e do Egito, está implícito que o Hamas não deve fazer parte da nova administração em Gaza.
“Não se deve esperar que Israel aceite um Estado palestino sob liderança do Hamas ou outros grupos extremistas; qualquer governo deve ser desmilitarizado e livre de milícias armadas independentes”, afirmou Blinken.
Resistências em Israel
No entanto, setores do governo israelense manifestam resistência ao acordo. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, expressou sua desaprovação ao considerar o pacto “terrível” e convocou uma aliança com o Ministro das Finanças para se opor ao que considera um acordo prejudicial.