Grito Silenciado: violência psicológica assola mulheres indígenas em Roraima

Entre janeiro de 2022 e abril de 2023, 842 casos de violência contra mulheres indígenas em Roraima foram registrados, sendo a violência psicológica a mais prevalente

  • Data: 02/09/2023 14:09
  • Alterado: 11/09/2023 13:09
  • Autor: Be Nogueira
  • Fonte: ABCdoABC
Grito Silenciado: violência psicológica assola mulheres indígenas em Roraima

Crédito:Foto: Robson B. Sampaio

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Um cenário alarmante de violência psicológica contra mulheres indígenas em Roraima veio à tona, revelando uma realidade perturbadora que permanece totalmente silenciada. De acordo com boletins de ocorrência publicados pela InfoAmazonia, entre janeiro de 2022 e abril de 2023, um total de 842 casos de violência foram denunciados, com a violência psicológica liderando as estatísticas, contabilizando 288 casos, equivalente a 34%.

A violência psicológica, que engloba ameaças, perseguições, e constrangimentos, muitas vezes são precursoras de agressões físicas, impactando níveis o bem-estar emocional das vítimas. A maioria desses abusos ocorreu no ambiente doméstico, com 170 casos enquadrados na Lei Maria da Penha.

As vítimas mais frequentes desse tipo de violência foram mulheres indígenas solteiras, entre 24 e 34 anos, com educação fundamental incompleta. O acesso à educação foi identificado como uma ferramenta crucial para capacitar essas mulheres a compreender e denunciar os abusos. No entanto, as barreiras para denunciar são significativas, incluindo falta de informação, distância das delegacias e barreiras linguísticas.

Apesar dos desafios enfrentados, as mulheres indígenas estão começando a denunciar. O Conselho Indígena de Roraima implementa medidas próprias para punir os agressores, com foco na correção em vez de proteção, utilizando normas consuetudinárias. Além disso, a presença crescente de mulheres indígenas em posições de poder, como a ministra Sônia Guajajara e a deputada Joênia Wapichana, está impulsionando a conscientização sobre a violência que essas mulheres enfrentam.

Entretanto, a subnotificação continua sendo uma triste realidade devido as séries de obstáculos cintadas acima. As políticas públicas destinadas a combater a violência de gênero ainda não visam considerar especificamente as especificidades das mulheres indígenas, destacando a urgência de fornecer mais informações, apoio e inclusão no debate público. É fundamental que a sociedade e as autoridades se unam para garantir que essas vozes sejam ouvidas e que medidas sejam tomadas para erradicar a violência contra as mulheres indígenas em Roraima.

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Crédito:Foto: Robson B. Sampaio
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  • Data: 02/09/2023 02:09
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