Governo Federal identifica áreas suscetíveis a inundação e deslizamentos em São Paulo
Os estudos contemplaram as cidades paulistas Pirajuí, Bofete, Olímpia, Rifaína, Iperó, Araçoiaba da Serra e Caconde
- Data: 26/01/2021 18:01
- Alterado: 26/01/2021 18:01
- Autor: Redação
- Fonte: CPRM
Pirajuí é uma das cidades de São Paulo contempladas pelos estudos do Governo Federal
Crédito:Reprodução/Prefeitura Municipal de Pirajuí-SP
O Governo Federal disponibilizou nesta segunda-feira (25) os resultados dos estudos realizados em sete municípios do estado de São Paulo para a identificação de áreas que são suscetíveis a inundação e deslizamentos. As análises nas regiões contempladas foram feitas por pesquisadores em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), que é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) responsável pela produção das Cartas de Suscetibilidade dos municípios brasileiros. Nesta etapa, os estudos contemplaram as cidades paulistas Pirajuí, Bofete, Olímpia, Rifaína, Iperó, Araçoiaba da Serra e Caconde.
Além dos sete estudos disponibilizados nesta semana, o SGB-CPRM já analisou e publicou as informações sobre outros 97 municípios de São Paulo, chegando a um total de 526 cidades mapeadas em todo o Brasil, contemplando cerca de 87,8 milhões de pessoas. O projeto das Cartas de Suscetibilidade é coordenado pelo geólogo Tiago Antonelli, que explica a finalidade dos estudos. Trata-se de uma iniciativa que integra as ações de prevenção de desastres naturais executadas pelo Serviço Geológico com o objetivo de preservar vidas por meio da geração de informações que devem ser utilizadas pelo poder público de forma preventiva, priorizando o planejamento territorial para evitar a formação de áreas de risco geológico devido à ocupação inadequada.
“A produção das Cartas de Suscetibilidade é iniciada a partir de uma modelagem matemática elaborada em escritório e validada em campo por nossos pesquisadores, que vão até as cidades para avaliar as características do terreno. Após essa etapa, é possível indicar o grau de suscetibilidade de ocorrência de algum processo geológico, como movimento de massa, enxurrada, corrida de bloco ou inundação. Dependendo das características analisadas em campo, o grau de suscetibilidade pode ser enquadrado em alto, médio ou baixo. Após a conclusão dos estudos, as Cartas são enviadas aos gestores públicos das cidades contempladas”, esclarece Tiago Antonelli.
Os estudos apontam as regiões mais indicadas à expansão territorial em cada cidade, sendo uma ferramenta essencial ao planejamento urbano, com diretrizes para a ocupação residencial, industrial e agrícola. O coordenador do projeto destaca que as Cartas apontam quais são as melhores áreas para se ocupar e de que forma podem ser ocupadas. Os estudos indicam, ainda, quais eventos podem ocorrer nas áreas classificadas como de alta suscetibilidade, caso haja ocupação inadequada.
Além das classes de suscetibilidade a movimentos de massa e inundação, a Carta indica locais com feições que merecem atenção para o ordenamento territorial, como feições erosivas (voçorocas, ravinas), cicatrizes de escorregamento pretéritas, paredões rochosos, dentre outros. Todas as informações sobre os 104 municípios paulistas mapeados estão disponíveis publicamente e podem ser consultados por meio do link https://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Prevencao-de-Desastres/Cartas-de-Suscetibilidade-a-Movimentos-Gravitacionais-de-Massa-e-Inundacoes—Sao-Paulo-5088.html.
Em Pirajuí, a Carta de Suscetibilidade mostra que 96,53% da área urbanizada do município foi classificada como de baixa suscetibilidade. Já a área não urbanizada apresenta o percentual 89,73%, também classificada como de baixa suscetibilidade. Ou seja, é baixa a probabilidade de ocorrência de deslizamento, escorregamento, ruptura de talude, queda de barreiras, entre outros. O percentual é baixo também em relação à suscetibilidade a inundações, sendo de 3,21% na área urbanizada e de 1,77% na área não urbanizada.
Já em Bofete, 65,88% da área não urbanizada e 86,57% da área urbanizada foram classificadas como de baixa suscetibilidade a movimentos de massa. Em relação à inundação, 4,15% da área não urbanizada é suscetível, enquanto na área urbanizada a probabilidade é mínima – apenas 0,93%. Em Olímpia, quase 100% do município é favorável à expansão urbana – 99,52% da área não urbanizada é classificada como de baixa suscetibilidade a movimentos de massa, enquanto na área urbanizada o percentual é de 99,90% de baixa suscetibilidade. Sobre inundação, os estudos mostraram que apenas 1,38% da área não urbanizada do município é suscetível à ocorrência, enquanto na urbanizada é mínima – apenas 0,26% da área é suscetível.
O município de Rifaína apresenta baixa suscetibilidade na área não urbanizada – 64,7% da região não tem probabilidade de ocorrência a movimentos de massa e 98,47% da área urbanizada não é suscetível. Já para inundação, 4,97% da área não urbanizada apresenta alta suscetibilidade, e apenas 0,24% da área urbanizada tem probabilidade. Em Iperó, os estudos mostram que 78,8% da área não urbanizada é classificada como de baixa suscetibilidade a movimento de massa e 89,7% da área urbanizada não apresenta probabilidade. Quanto à inundação, 12,2% da área não urbanizada apresenta alta suscetibilidade à ocorrência. Na área urbaniza, 4,2% do território tem alta suscetibilidade.
Em Araçoiaba da Serra, os pesquisadores do SGB-CPRM verificaram que 77,4% da área não urbanizada apresenta baixa suscetibilidade a movimentos de massa, enquanto 93,3% do espaço urbanizado foi classificado com baixa suscetibilidade. A suscetibilidade para inundação foi classificada como alta em 3,2% na região não urbanizada e 1,4% na região urbanizada. No município de Caconde, 91,7% da região não urbanizada tem baixa suscetibilidade a movimento de massa e 99,58% da área urbanizada foi classificada como de baixa suscetibilidade. Em relação à inundação, a probabilidade é mínima: 0,09% da área não urbanizada tem alta suscetibilidade e nenhuma área da região urbanizada apresenta suscetibilidade.