Governo de SP investe 12 milhões em programa relacionado à tecnologia e inovação
Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (SPAI) completa uma década; soluções em telecomunicações, saúde, meio ambiente e segurança são resultados do trabalho em benefício da população
- Data: 01/10/2024 11:10
- Alterado: 01/10/2024 11:10
- Autor: Redação
- Fonte: Agência SP
Programa tem o objetivo principal de fazer a transição entre ciência e mercado, incentivando o desenvolvimento científico e tecnológico
Crédito:Divulgação/ Governo de SP
São muitas as histórias de sucesso na trajetória de 10 anos do Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (SPAI) , completados neste ano. O programa, vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Estado, reúne atualmente 48 ambientes credenciados espalhados por todas as regiões. São parques tecnológicos, centros de inovação e incubadoras de empresas de base tecno-científica, onde cotidianamente milhares de pessoas e startups interagem com o objetivo comum de produzir inovação para o benefício da sociedade. Reconhecendo a importância desse trabalho, o Governo do Estado de São Paulo está injetando R$ 12 milhões adicionais para aprimorar a operação dos ambientes de inovação. O recurso permitirá o aperfeiçoamento da integração e das sinergias estratégicas do sistema.
O programa tem o objetivo principal de fazer a transição entre ciência e mercado, incentivando o desenvolvimento científico e tecnológico nos centros de excelência, que são financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e com recursos do orçamento estadual. “Essa foi a gestão estadual que mais contribuiu com nosso trabalho”, afirma Nelson Tadeu Cancellara, presidente do Parque Tecnológico de Sorocaba, integrante do Spai, referindo-se ao apoio do governador Tarcísio de Freitas. O ambiente foi contemplado com verba para dois projetos – a expansão e modernização do LabX 4.0 e do Lab Metro, além da criação do novo laboratório especializado Open Lab 5G. O LabX, considerado o primeiro centro de excelência em tecnologia 4.0 (área de telecomunicação) do Brasil.
O apoio do governo estadual permitirá desenvolvimentos relacionados à tecnologia 5G para comunicação móvel, com maior velocidade e maior capacidade de conectar grande número de dispositivos simultaneamente. Trata-se de uma solução para a demanda crescente por infraestrutura de testes e validação desta tecnologia.
O SPAI atua em diversas áreas, inclusive com benefício direto ao meio ambiente. “Nosso trabalho é ampliar o potencial de negócios com geração de valor. Um exemplo é a atuação com benefício socioambiental para as empresas que fazem parte do sistema de inovação, como os processos de descarbonização de indústrias de pequeno e médio portes, que pretendemos ampliar”, afirma o secretário da SCTI, Vahan Agopyan.
Proteção antimicrobiana
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), também vinculado à SCTI, se faz presente no SPAI por meio do programa IPT Open, parque tecnológico que une a expertise do instituto com empresas consolidadas e startups, governos, instituições de pesquisa e universidades. Entre os muitos cases de sucesso do ambiente, pode ser destacado o Nanocobre, desenvolvido pela startup Abluo, do grupo empresarial Cecil.
São nano partículas de cobre com propriedades antimicrobianas – em formulações líquidas e em pó – para aditivar produtos industriais. O produto pode ser usado em áreas ambulatoriais e hospitalares, tintas imobiliárias, utilidades e utensílios domésticos, ampliando a proteção contra contaminação, tão importante para evitar doenças.
De São José para o mundo
Pioneiro no território paulista, o Pit (Parque de Inovação Tecnológica) de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, tem 18 anos de existência, ou seja, surgiu antes mesmo da criação do Spai. Agora vinculado ao sistema, tornou-se importante articulador para criação de novas tecnologias, produtos e processos. Empresa que se desenvolveu no Pit, a Autaza desenvolveu, por exemplo, sistema de aferimento que é capaz de contar a quantidade exata de itens corretos em cada embalagem com número determinado de produtos, e ainda outro que verifica em tempo real se os colaboradores de uma fábrica estão utilizando corretamente EPIs (equipamentos de proteção individual), entre outras soluções.
Esses sistemas são adotados em empresas multinacionais de diversos países, como General Motors, Volkswagen, Embraer, Nestlé e Basf, tornando a empresa autoridade e referência em tecnologias para inspeção de qualidade e monitoramento de processos. Mesmo após o crescimento, a Autaza continua com a sua matriz no Pit e possui uma filial no Michigan (EUA).
Mil unicórnios
Outro ambiente integrante é a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP (Universidade de São Paulo) – Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares)/Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), pioneira em inovação de base tecnológica no Brasil, com 26 anos de existência e cerca de mil startups incubadas. Atualmente, 90 unicórnios fazem parte da sua comunidade, instalada no campus da USP e considerada a maior da América Latina.
Um deles é a Magnamed, especializada em ventilação pulmonar, que obteve destaque durante a propagação do coronavírus no Brasil. Assim como a Genera, pioneira em análise genômica (pesquisa que procura entender o surgimento de um fenótipo por meio da modificação da função de um gene de maneira direcionada e intencional). “A Incubadora de São Paulo é referência internacional no desenvolvimento de startups com soluções baseadas em pesquisas científicas, as chamadas deep techs. A vocação da Incubadora é transformar conhecimento em soluções de futuro que impactem positivamente a vida de milhões de brasileiros”, explica Paula Lima, CEO do Cietec, entidade gestora da incubadora.
Evento
Nesta segunda-feira (30), o Museu do Ipiranga, na capital paulista, sediou evento que encerrou as celebrações dos 10 anos do Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (SPAI) em 2024. Intitulado Celebrando Novos Futuros, o dia de atividades foi promovido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Estado, que organizou ações anteriores neste ano para fortalecer a política pública da área no âmbito estadual.
O objetivo foi reunir gestores de ambientes e de políticas públicas de inovação, empreendedores e fundadores de empresas de base tecnocientífica, investidores-anjo, representantes de fundos de investimento de risco e/ou de impacto, institutos de advocacia social e ambiental, fundos patrimoniais filantrópicos, líderes de centros de pesquisa e tecnologia, cientistas, desenvolvedores de games, especialistas em tecnologias assistivas, conselheiros em inclusão e acessibilidade e outros profissionais de áreas correlatas.