Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil é lançada na Alesp
Entidades que prestigiaram lançamento do colegiado entoam pedido de valorização da categoria e seus servidores
- Data: 24/05/2023 08:05
- Alterado: 24/05/2023 08:05
- Autor: Redação
- Fonte: Alesp
Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil
Crédito:Rodrigo Costa
A Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil foi lançada, nesta segunda-feira (22), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Coordenado pelo deputado Reis (PT), o grupo suprapartidário irá buscar soluções para diversas demandas da categoria.
“A Polícia Civil vem passando por um processo de desmonte, de precarização, de sucateamento nesses últimos anos. Então, a frente parlamentar irá defender a instituição e defender que o Governo faça essa reestruturação”, afirmou Reis.
Além do deputado, participarão das atividades os parlamentares Teonilio Barba (PT), Ana Perugini (PT), Carlos Giannazi (PSOL), Dr. Jorge do Carmo (PT) e Paulo Fiorilo (PT).
Carlos Giannazi parabenizou o trabalho e luta dos servidores da Polícia Civil, mas lamentou sua baixa remuneração. “É uma das polícias mais competentes e respeitadas do Brasil, mas vivemos um paradoxo, uma contradição. Ao mesmo tempo em que é muito respeitada, ela é uma das mais mal pagas do país”, destacou o parlamentar.
João Batista Rebouças da Silva Neto, presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo, celebrou a oportunidade que a Frente Parlamentar está dando para a categoria de discutir suas demandas na Alesp e pregou a união das entidades para que conquistem melhorias.
“Poucas vezes a gente teve essa oportunidade de vir até a Assembleia falar das mazelas que estão afetando a Polícia Civil. Por isso, vamos, junto com o deputado Reis e demais entidades que se uniram, fazer de São Paulo a melhor segurança do país”, disse Rebouças.
Bola de Neve
De acordo com as mais de dez entidades, associações e sindicatos que estiveram presentes no evento, os problemas encarados pela Polícia Civil são inúmeros e se somam. Segundo eles, tudo parte de uma baixa valorização dos profissionais das diversas áreas que compõem a corporação.
A sequência de obstáculos que os policiais civis enfrentam começa por dois fatores: a falta de efetivo, já que, segundo Reis, o déficit é de mais de 16 mil profissionais, e a baixa remuneração. Ambos são responsáveis por forçar os funcionários a trabalharem mais do que deveriam, seja porque precisam suprir a falta de colegas ou porque precisam fazer trabalhos paralelos, os famosos ?bicos?, para ganhar um pouco mais de dinheiro no fim do mês.
Essa sobrecarga de trabalho, por sua vez, causa exaustão física e mental, desmotivando e adoecendo os policiais. Com esse cenário, aqueles que são responsáveis por proteger a sociedade, se enxergam incapazes de exercer suas funções.
Alberto Sabino de Oliveira, presidente da Adispesp (Associação de Defesa dos Integrantes da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), disse que espera que a Frente Parlamentar mexa com os deputados e com o Governo do Estado e que mudanças sejam feitas a partir dela. “A população não aguenta mais. O policial desmotivado e mal remunerado não tem condições psicológicas de defender a sociedade. Ele tem problema com a família, tem que fazer bico”, relatou.
Na mesma linha, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, que foi representado pela presidente Jacqueline Valadares, defendeu que o investimento na Polícia Civil deve ir além do aumento da remuneração. Segundo Jacqueline, os servidores devem ser valorizados no âmbito pessoal, para que possam prestar um bom atendimento à população.
“Hoje, os policiais civis estão estafados. Nós temos inúmeros casos de licenças médicas em decorrência de problemas psicológicos, por problemas como a síndrome de burnout. Há uma necessidade de preocupação, não só com o aspecto financeiro, mas também no aspecto pessoal”, afirmou.
O coordenador da frente, o deputado Reis, disse ainda que o colegiado irá debater o fato de o salário ser calculado como uma profissão de nível médio, mesmo sendo exigido ensino superior para entrar na corporação, além da recomposição estrutural da Polícia, que, segundo ele, necessita de reformas nas instalações prediais, viaturas e equipamentos.