Formação de facilitares em Justiça Restaurativa do IPAM terá seis encontros presenciais

Planos de ação da capacitação serão construídos para aplicação na comunidade de Heliópolis, na região sudeste de São Paulo

  • Data: 14/03/2022 14:03
  • Alterado: 17/08/2023 07:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: IPAM
Formação de facilitares em Justiça Restaurativa do IPAM terá seis encontros presenciais

Formação de facilitares em Justiça Restaurativa do IPAM terá seis encontros presenciais

Crédito:Divulgação

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Começou no último dia 23 de fevereiro o primeiro encontro da segunda etapa da “Formação Prática de Facilitadores de Círculos de Construção de Paz”, realizada pelo Instituto Paulista de Magistrados (IPAM) no âmbito do Projeto de Implantação e Expansão da Justiça Restaurativa, que terá seis encontros presenciais para aplicação na comunidade de Heliópolis. A supervisão ocorrerá uma vez por mês, sempre às quartas-feiras, dividida em dois grupos: um pela manhã, das 8h às 12h e, um à tarde, das 13h30 às 17h30. E os próximos encontros acontecerão nas seguintes datas: 23/03, 27/04, 25/05, 22/06 e 03/08.

“Durante o ano de 2021, a etapa formativa do Projeto de Implantação e Expansão da Justiça Restaurativa na região da subprefeitura do Ipiranga (Heliópolis) foi composta de duas etapas: um curso introdutório, desenvolvido para transmitir a ideia, os valores e os princípios da Justiça Restaurativa e uma capacitação de Facilitadores em Processo Circular, visando trazer autonomia para os profissionais da região, possibilitando o uso desta metodologia restaurativa”, lembrou a escrevente técnica do curso, Renata Zarantonelli Barbosa.

Para Renata, esse ano “o projeto segue com os encontros de Supervisão, que consistem no apoio e acompanhamento para desenvolvimento de ações concretas na região de Heliópolis, levando à prática os conceitos e ferramentas exploradas até então”.

Nessa etapa, segundo a escrevente técnica, “além da orientação no planejamento da estrutura dos Processos Circulares, os próprios planos de ação serão construídos em conjunto, com a participação das formadoras e dos facilitadores formados, integrantes da Rede de Apoio do território. Também serão proporcionados momentos de estudos teóricos, associando-os à prática. É um período de acompanhamento qualificado, importante para o início das ações”, finalizou.

Para Marcelo Salmaso, membro do Grupo Gestor da Justiça Restaurativa do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) e um dos coordenadores do curso, “todas as etapas da capacitação são importantes porque a Justiça Restaurativa é um convite à mudança de um paradigma de convivência social, e para que se deixe a lógica e as diretrizes do individualismo, do utilitarismo, do consumismo e da exclusão, que fomentam a competição e a guerra de todos contra todos em todas as ambiências do convívio, seja nas relações interpessoais, familiares ou institucionais, e um convite para construir uma sociedade e uma estrutura de convivência social pautada por outras diretrizes, como tolerância, diálogo no atendimento das necessidades, reparação de danos e construção de novos caminhos e responsabilidades individuais. Ao mesmo tempo é baseada na consciência da responsabilidade coletiva de toda uma comunidade, que se corresponsabiliza pelo que aconteceu, no sentido de garantir suporte às necessidades das pessoas e atuar nos fatores que motivam o conflito e a violência, para que eles não gerem novos conflitos e novas violências”.

Já para a aluna Tabta Gozodolo Batista, professora de Matemática e atualmente no cargo de Proatec (professor de apoio à tecnologia) na E.E. Manuela Lacerda Vergueiro, “a Justiça Restaurativa, especificamente os Processos Circulares, vem muito ao encontro de algo que sempre me incomodou nas escolas, que é a forma como os conflitos são tratados. Eu nunca achei justa a forma como os conflitos são resolvidos no ambiente escolar. E essa capacitação tem sido incrível porque já tenho um pouco de bagagem para começar a colocar em prática tudo que venho aprendendo, e me fez vencer vários preconceitos que eu tinha. Estou ansiosa para os próximos encontros”, concluiu.

Início do projeto

A primeira formação surgiu dentro de um projeto que já existia na região da Comunidade de Heliópolis, desde 2005, e durante muitos anos foi um dos primeiros no Brasil a ter uma iniciativa de Justiça Restaurativa, que depois foi interrompida. O curso foi um projeto-piloto que era para ter acontecido presencialmente em 2020, com a finalidade de retomar o projeto antigo. Mas com a pandemia, dos 100 inscritos, 61 apenas concluíram o curso on-line.

Em 2021 teve início o projeto-piloto da Capacitação de Formadores em Processo Circular, que também foi realizada em duas turmas e em seis encontros, só que em períodos diferentes (turma 1: setembro e outubro e turma 2: novembro e dezembro) e as aulas eram realizadas das 8h30 às 17h30.

O curso é fechado e tem a participação de funcionários de órgãos do Poder Judiciário, servidores de escolas estaduais e colaboradores de ONGs, que foram inscritos no projeto criado por meio de parceria firmada entre o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), através do Grupo Gestor da Justiça Restaurativa na Coordenadoria da Infância e da Juventude, o próprio IPAM, a Escola Paulista da Magistratura (EPM), a Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) e a Diretoria de Ensino Região Centro-Sul da Secretaria Estadual de Educação.

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  • Data: 14/03/2022 02:03
  • Alterado:17/08/2023 07:08
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  • Fonte: IPAM









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