Flávio Bolsonaro e sócio entregam loja de chocolates investigada pelo MP

Franquia da Kopenhagen é peça importante na investigação contra o senador; suposta lavagem de dinheiro por meio dela é o principal desdobramento do caso

  • Data: 03/02/2021 20:02
  • Alterado: 03/02/2021 20:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Flávio Bolsonaro e sócio entregam loja de chocolates investigada pelo MP

Flávio e sócio entregam loja e chocolate suspeita de ser usada para lavagem de dinheiro das rachadinhas

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O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu sócio, Alexandre Santini, entregaram a loja de chocolates num shopping do Rio que é alvo de investigação do Ministério Público. Citada em diversos momentos das apurações contra o parlamentar – e atualmente o principal desdobramento do caso -, a franquia da Kopenhagen é apontada pela Promotoria como uma forma dele lavar o dinheiro supostamente desviado da Assembleia Legislativa do Rio quando era deputado estadual.

Denunciado em novembro do ano passado, o filho do presidente é acusado de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito das “rachadinhas”, o desvio de salários de assessores que seriam “fantasmas”. A loja no Via Parque, na zona oeste da cidade, teria sido uma das formas encontradas por Flávio para dar aparência de legalidade aos valores.

No momento, a loja está fechada e, segundo o Via Parque, sendo controlada pelo grupo CRM, dono da Kopenhagen e outras marcas. A empresa de Flávio e Santini (Bolsotini), por sua vez, continua com CNPJ ativo na Receita Federal, com capital social de R$ 200 mil.

A investigação do MP do Rio levantou diversas incongruências entre receitas e despesas, mostrando que o senador e a mulher, Fernanda Bolsonaro, não tinham o valor necessário para a aquisição e operação da franquia. Santini, então, teria entrado como “laranja”.

O dado que mais chamou a atenção dos investigadores quando analisaram os balanços da loja foi o fato de a contabilidade não refletir o natural aumento de vendas esperado na quinzena que antecede a Páscoa. Eles concluíram, portanto, que o negócio tinha a “finalidade de acobertar a inserção de recursos decorrente do esquema de rachadinhas da Alerj no patrimônio de Flávio Bolsonaro sem levantar suspeitas.”

As apurações sobre a loja são hoje o principal desdobramento da investigação, conforme sinalizou o próprio MP na primeira denúncia do caso, que deixou de fora esse núcleo. Entraram, na peça, Flávio, a mulher, o operador Fabrício Queiroz e ex-assessores que teriam participado do esquema de desvios, além de um corretor de imóveis envolvido em transações suspeitas do senador.

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