Festival de Teatro Virtual lança agenda da região Norte, com grupos de Roraima e Rondônia
Nesta quinta-feira (9), a Locômbia Teatro de Andanças, de Roraima, apresentará Mar Acá. O festival teve início em agosto
- Data: 07/09/2021 10:09
- Alterado: 07/09/2021 10:09
- Autor: Redação
- Fonte: Funarte
Funarte
Crédito:Divulgação
A Fundação Nacional de Artes – Funarte inicia nesta semana a agenda de espetáculos da Região Norte no Festival de Teatro Virtual. Nesta quinta-feira, 9 de setembro, às 18h30, a Locômbia Teatro de Andanças, de Roraima, apresentará Mar Acá. A obra, indicada para todos os públicos, combina elementos culturais da América do Sul para narrar o encontro de Llamichu, o pastor de lhamas, com personagens como Iara e Curupira. Já na sexta-feira, dia 10, no mesmo horário, o grupo O Imaginário, de Rondônia, exibirá A Borracheira, também de classificação livre. A montagem busca refletir sobre as relações humanas e a presença da mulher na sociedade, a partir de memórias e histórias passadas em um seringal na Floresta Amazônica.
A agenda do festival tem 25 apresentações teatrais, de grupos e companhias das cinco regiões do País, voltadas ao público adulto e infantil. Um novo projeto é divulgado todas as quintas e sextas, até o final de outubro, sempre a partir das 18h30, no canal da Funarte no YouTube. Os vídeos ficam disponíveis para acesso posterior em: .
Mar Acá
Abrindo a agenda da região Norte no festival, a Associação Cultural Artística Locômbia Teatro de Andanças, de Roraima, traz Mar Acá, com direção cênica de Orlando Moreno, direção audiovisual de Thiago Briglia e roteiro criado de forma coletiva. A peça conta a história de Llamichu, pastor de lhamas — personagem que o grupo conheceu em uma viagem pela cordilheira dos Andes, na festa da Água em Puquio, cidade no Peru. Mais tarde, Llamichu serviu de inspiração para o trabalho.
Mar Acá combina elementos culturais da América do Sul e procura reforçar a ancestralidade local de uma forma poética, ecológica e de valorização à diversidade. Na peça, Llamichu é envolvido em diversas situações com personagens como a Iara e o Curupira. “Utilizamos técnicas de teatro, mímica, máscaras, origami, bonecos, acrobacia e música ao vivo”, contam.
O espetáculo teve sua estreia em 1992, “rejeitando a celebração dos 500 anos do descobrimento da América”. De acordo com o grupo, como a temática seguiu vigente nas décadas seguintes, a peça foi retomada com uma perspectiva amazônica e passou a fazer parte do repertório.
Para a atriz Beatriz Brooks, o teatro on-line tem sido uma alternativa importante, como “uma forma de expansão e conservação da arte teatral”, apesar do presencial ser “insuperável”. “A participação no festival está sendo uma oportunidade ímpar. Além de mostrar nosso trabalho, podemos também assistir às diferentes produções de outros Estados e ter uma panorâmica do movimento teatral nacional”, completa a atriz.
A Borracheira
De Rondônia, a Associação Cultural O Imaginário apresenta A Borracheira, com direção de Chicão Santos e texto de Daniel Graziane. Em cena, os personagens narram memórias e interpretam histórias que se passam em um seringal no meio da Floresta Amazônica. O trabalho pretende refletir a humanidade e suas relações, levantando temas como o silenciamento das mulheres e questões de justiça e poder.
O espetáculo é fruto de estudo e pesquisa cênica sobre narrativas de mulheres que viveram e vivem em ambiente extremamente hostil e dominado pelo “pensamento-homem”, nos seringais do Vale do Guaporé, em Rondônia. O objetivo é valorizar a dramaturgia regional em uma leitura contemporânea, colaborando para o exercício da diversidade cultural. A obra teve estreia em novembro de 2019 e entrou em cartaz em março de 2020, mas a temporada foi interrompida devido à pandemia.
A versão para o Teatro Virtual da Funarte foi gravada com “um olhar da linguagem do audiovisual/cinema, exercitando a experimentação do vídeo e do teatro”, conta o diretor Chicão Santos. “Neste projeto, pretendemos filmar subvertendo os princípios do registro teatral por meio audiovisual, que geralmente é feito em take único, sem edições. Trabalhamos com seis planos fixos e um plano subjetivo, representando o olhar do espectador”, explica.
O diretor reforça que a questão do teatro on-line ainda é algo novo para todos, que seguem se reinventando para preservar o coletivo e os processos de criação. “Não tem sido fácil manter as atividades e os/as artistas trabalhando. Ainda estávamos sentindo os efeitos da pandemia e o Festival foi um suspiro, um socorro para a gente se manter ativo e esperançoso para que tudo volte ao normal ou ao ‘novo normal’”, completa Chicão.
Sobre o Festival de Teatro Virtual da Funarte
A programação é resultado do edital Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual 2020. O objetivo era incentivar montagens para apresentação virtual e contribuir para a manutenção de coletivos, grupos e companhias. “Ele foi elaborado em meio a pandemia como uma saída, uma alternativa de fomento à classe artística, contemplando não apenas os artistas, mas também os técnicos”, declara Renata Januzzi, coordenadora de Teatro e Ópera da Funarte. Com o festival, a Fundação busca ainda estimular a democratização e acessibilidade à linguagem artística.
O Teatro Virtual faz referência e homenagem a outro projeto da Funarte, a Série Seis e Meia, que promovia shows de música sempre às 18h30. A ideia é manter o compromisso de levar arte ao público com assiduidade, em um horário acessível, mesmo que à distância. Os vídeos, previamente gravados, ficam disponíveis gratuitamente para o público após a exibição.
Renata Januzzi ressalta a força histórica do teatro, que hoje enfrenta mais um desafio para se manter presente. “O teatro é uma arte milenar e vem sobrevivendo a diversas ameaças de extinção. Dentre elas, a tecnologia, que já foi uma dessas ameaças, surge agora como uma solução de fomento a uma linguagem tão artesanal.”
Programação do Teatro Virtual
O festival teve início em 5 de agosto com O Homem e a Mancha (SP), texto de Caio Fernando Abreu encenado pelo ator, professor, produtor e diretor Marcos Breda, com direção de Aimar Labaki e fotografia de Jacob Solitrenick. No dia seguinte, foi a vez de Zapato busca Sapato, da Trupe de Truões (MG), história para todas as idades sobre um “sapato recém-nascido”.
Na semana seguinte, foram exibidos A Casa de Farinha do Gonzagão e A Cripta de Poe, os dois de São Paulo, inspirados, respectivamente, no instrumentista, compositor e cantor Luiz Gonzaga e no escritor estadunidense Edgar Allan Poe. Logo após, foram disponibilizados Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro (RJ), de Maurício Lima; Ombela (PE), da companhia O Poste Soluções Luminosas; Salto (PE), do Bote de Teatro com a Janela Gestão de Projetos; Suelen, Nara, Ian (CE), do Pavilhão da Magnólia; Maria Firmina dos Reis, uma voz além do tempo (MA), do Núcleo Atmosfera de Dança Teatro; e Épico – Casa Tomada (BA), do Território Sirius Teatro com a Cia Improviso Salvador.
Os vídeos ficam disponíveis em: . Na semana que vem, o festival continua com a agenda da região Norte, seguida pela programação com os grupos do Sul e Centro-Oeste do País.
Espetáculos desta semana:
Dia 9 de setembro | Quinta-feira
Mar Acá | RR
Ass. Cult. Art. Locômbia Teatro de Andanças
Ficha técnica:
Elenco: Orlando Moreno (Llamichu e Saxofone), Beatriz Brooks (Iara ou Mãe Natureza, Monge, Raposa e Clarineta), Shanti Sai (Curupira, Viola e Efeitos Musicais) | Direção cênica: Orlando Moreno | Músicos convidados: Pedro Link e Renato José Costa | Concepção de adereços, figurinos e cenografia: Grupo Locômbia Teatro | Máscaras: Nonato Tavares, Luis Ricardo Gaitan | Execução de figurinos: Ocilene Macedo | Interpretação de Libras: Iolanda Viana da Silva | Roteiro: Criação Colaborativa Grupo Locômbia Teatro de Andanças | Desenho visual: Vanessa Binder | Gravação e Edição: Platô Filmes | Iluminação: R Prado da Costa Ltda | Imagens: Jesus Covas Stephanie Vieira | Edição: Anderson Souza | Direção audiovisual: Thiago Briglia.
Dia 10 de setembro | Sexta-feira
A Borracheira | RO
Associação Cultural O Imaginário
Ficha técnica:
Atuadores: Edmar Leite, Flávia Diniz, Amanara Brandão e Zaine Diniz | Dramaturgia e texto: Daniel Graziane | Dramaturgia sonora: Bira Lourenço | Preparação corporal: Andréa Melo | Preparação de voz e Direção de texto: Babaya Morais | Concepção de figurino: Zaine Diniz | Concepção de cenário, luz e Direção: Chicão Santos | Execução de cenário e objetos: Ismael Barreto e Young Bloom | Registro e programação visual: Ediér William | Colaboração e pesquisa: Nilson Santos, Elisabete Christofoletti e Nilza Menezes.
Espetáculos já disponíveis:
O Homem e a Mancha: 24 anos-luz | SP
Com o ator Marcos Breda e texto de Caio Fernando Abreu
Classificação: 12 anos
Zapato busca Sapato | MG
Com a Trupe dos Truões
Classificação Livre
A Casa de Farinha do Gonzagão | SP
Teatro-Baile Produções
Classificação: 10 anos
A Cripta de Poe | SP
Companhia Nova de Teatro
Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro | RJ
Espetáculo-performance de Mauricio Lima
Ombela | PE
O Poste Soluções Luminosas
Classificação: 18 anos
Salto | PE
Bote de Teatro / Janela Gestão de Projetos
Classificação: 16 anos
Suelen, Nara, Ian | CE
Grupo Pavilhão da Magnólia
Maria Firmina dos Reis, uma voz além do tempo | MA
Núcleo Atmosfera de Dança-Teatro
Épico – Casa Tomada | BA
Território Sirius Teatro / Cia Improviso Salvador
Próximos lançamentos:
Norte
Dia 16 de setembro | Marília Gabriela não vai mais morrer sozinha | AM
H Produções e Artes Cênicas Ltda
Dia 17 de setembro | Gibi | TO
Lamira Artes Cênicas
Dia 23 de setembro | Vestido Queimado | AM
Soufflé De Bodó Company
Sul
Dia 24 de setembro | 2068 | RS
Máscara Encena
Dia 30 de setembro | Manual para náufragos | RS
Tainah Dadda
Dia 1º de outubro | Pa Pe Lê – uma aventura de papel | SC
Téspis Cia. de Teatro, Música e Artes
Dia 7 de outubro | Habite-me teatro de máscaras, bonecos e dança | RS
CIA 4
Dia 8 de outubro | Limita-ações: as coisas que guardamos | SC
Dionísos Teatro
Centro-Oeste
Dia 14 de outubro | Bodas de Sangue | DF
Merun Filmes/Estupenda Trupe
Dia 15 de outubro | À Espera de Godot | DF
Diego Pereira Borges
Dia 21 de outubro | Estranhas | DF
Dephot Fotografia e Projetos Culturais
Dia 22 de outubro | A Moscou! Um Palimpsesto | DF
Roberto Felipe de Oliveira
Dia 28 de outubro | As 12 caixas de Hércules | DF
Voar Arte para Infância e Juventude
Prêmio Funarte Festival de Teatro Virtual
Acesso gratuito em:
Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte | Centro de Artes Cênicas | Coordenação de Teatro
Secretaria Especial da Cultura | Ministério do Turismo | Governo Federal
Mais informações para o público: [email protected]