Festival Assim Vivemos anuncia o vencedor do “Júri Popular”
A produção nacional “Posso” ganha prêmio de melhor filme pela escolha do público do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo
- Data: 12/12/2019 14:12
- Alterado: 12/12/2019 14:12
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria de Imprensa
Crédito:Divulgação
A 9ª edição do Festival Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência – anuncia o filme brasileiro “Posso” como o grande vencedor da categoria “Juri Popular” nas três cidades participantes do evento. Dirigido por Adama Quedraogo, o longa é de 2019, tem 59 minutos de duração e retrata a história de Waldenildo Alves, um homem surdo profundo desde o nascimento que consegue realizar o desejo de ser violonista.
Realizado nas sedes do Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo, o festival foi acompanhado por, aproximadamente, 4 mil pessoas, exibiu 38 produções de 20 países e promoveu importantes encontros. Além dos curtas, médias e longas-metragens, a programação – totalmente gratuita – incluiu os debates “Família e Estímulo”, “Inclusão pela Arte”, “Autismo” e “Moradia Assistida”, e duas oficinas em cada uma das três cidades por onde passou.
“O Festival Assim Vivemos, finalizou a sua 9ª edição e mais uma vez cumpriu seu objetivo de exibir um recorte com o melhor da produção mundial audiovisual sobre os temas relativos às pessoas com deficiências, ou seja, relativos a todos nós. Filmes brasileiros como “Meu Nome é Daniel”, “Posso” e “Mona” foram destaques e receberam muitos elogios, o que é um orgulho e uma grande alegria para o festival. Esta edição inovou trazendo as oficinas e performances realizadas por artistas com deficiência ou profissionais ligados a grupos ou cias inclusivos, que contaram com uma grande adesão do público. Os artistas protagonizaram momentos preciosos e propuseram vivências profundas e transformadoras para os participantes. Tivemos ainda os tradicionais debates, que contaram maioritariamente com pessoas com deficiências falando de si, das suas história e trajetórias. O festival segue se consolidando como uma festa da diversidade e um espaço de produção de reflexão e transformação. Estou muito satisfeita!”, ressalta a diretora do Assim Vivemos, Graciela Pozzobon.
Além do “Júri Popular”, a organização do “Assim Vivemos” também anuncia a lista de filmes premiados durante na última edição – as produções vencedoras foram escolhidas por uma comissão julgadora formada por pessoas com deficiências atuantes em suas áreas e uma roteirista. Felipe Monteiro, Regina Cohen e Cristina Gomes escolheram cinco destaques e indicaram duas Menções Especiais do Júri. Como já é tradicional, o júri escolhe os premiados e dá nomes específicos a cada prêmio. As produções “A Jornada”, de Fanny Bräuning, “Vidas Inteligentes”, de Dan Habib; “Rei Shimon”, de Ariel Mayrose; “Peixes de Água Doce (em Água Salgada)”, de Marc Serena & Biel Mauri e “Lágrimas Vermelhas” de Tharindu Ramanayaka foram selecionadas como as melhores produções, respectivamente, nas categorias: ‘Relacionamento’, ‘Transformação’, ‘Experiência’, ‘Representatividade’ e ‘Retrato’. O filme brasileiro, pré-indicado ao Oscar, Meu Nome é Daniel e o filme alemão Menina de Areia receberam Menções Especiais do Júri por trazerem importantes reflexões na forma e no conteúdo. Os realizadores de cada filme premiado receberão o Troféu Assim Vivemos; uma escultura da artista plástica carioca cega, Virgínia Vendramini.
O “Assim Vivemos” é o primeiro festival de cinema no Brasil a oferecer acessibilidade para pessoas com deficiência visual (audiodescrição em todas as sessões e catálogos em Braille) e para pessoas com deficiência auditiva (legendas inclusivas nos filmes e interpretação em LIBRAS nos debates). As sedes dos CCBBs são acessíveis para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. A realização do festival é do Centro Cultural do Banco do Brasil, com patrocínio do Banco do Brasil através da lei de incentivo a cultura, com produção da Cinema Falado Produções, sob a direção geral de Graciela Pozzobon.
Prêmio do Público:
“Posso” – I can (Brasil, 2019, 59 min.), direção de Adama Ouedraogo.
(Votação popular nas cidades do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo)
Prêmios do Júri:
Prêmio Relacionamento: “A Jornada” – The Journey (Suíça, 2018, 1h 25min.), direção de Fanny Bräuning
Prêmio Transformação: “Vidas Inteligentes” – Intelligent Lives (USA, 2018, 1h 12min.), dirigido por Dan Habib
Prêmio Experiência: “Rei Shimon” – King Shimon (Israel, 2018, 59 min.), direção de Ariel Mayrose
Prêmio Representatividade: “Peixes de Água Doce (em Água Salgada)” – Freshwater Fish (in Salt Water) (Espanha, 2018, 56 min.), dirigido por Marc Serena & Biel Mauri
Prêmio Retrato: “Lágrimas Vermelhas” – Red Tears (India, 2019, 20 min.), direção de Tharindu Ramanayaka
Menções Especiais do Júri:
“Meu nome é Daniel” – My name is Daniel (Brasil, 2018, 1h 23min.), direção de Daniel Gonçalves
Pela exposição e pela reflexividade do próprio personagem-documentarista e pela narrativa que articula temporalidades diferentes ressignificando situações e perspectivas;
“Menina de areia” – Sandgirl (Alemanha, 2017, 1h 24min), direção de Mark Michel
Pela articulação de procedimentos narrativos diversos para representar de forma lúdica e sensível um universo particular.
Os Filmes Premiados
Prêmio do Público: soma da votação popular nas cidades do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo
Posso – I can (Brasil, 2019, 59 min.) Dir. Adama Ouedraogo. LIVRE
Um homem surdo prova no dia a dia que é possível fazer tudo o que ele sonhou. O filme retrata a história de Waldenildo Alves, que, enfrentando adversidades, diz, entusiasmado: eu posso!
Prêmio Relacionamento:
A Jornada – The Journey (Suíça, 2018, 1h 25min.) Dir. Fanny Bräuning. LIVRE
Um homem e uma mulher viajam pelo mundo em um motor home: Niggi, um fotógrafo apaixonado, e Annette, o amor da sua vida, que ficou paralisada do pescoço para baixo há 20 anos. Com coragem, sabedoria e charme, eles arrancam da vida aquilo que ainda faz valer a pena viver. Mas o que acontece ao amor quando as circunstâncias da vida mudam tão drasticamente? Cheia de curiosidade e encantamento, a documentarista (e filha do casal) Fanny Bräuning vai em busca de respostas.
Prêmio Transformação:
Vidas Inteligentes – Intelligent Lives (USA, 2018, 1h 12min.) Dir. Dan Habib. LIVRE
Três jovens com deficiência intelectual pioneiros – Micah, Naieer e Naomie – desafiam as percepções de inteligência quando vão do ensino médio para o ensino superior e para o mercado de trabalho. O ator premiado com um Oscar Chris Cooper narra o documentário, contextualiza as vidas desses personagens e compartilha sua perspectiva pessoal, revelando o sórdido histórico dos testes de inteligência nos EUA.
Prêmio Experiência:
Rei Shimon – King Shimon (Israel, 2018, 59 min.) Dir. Ariel Mayrose. LIVRE
“Rei Shimon”, um jovem com síndrome de Down que vive na periferia de Israel e que tem grande conhecimento sobre a música Mizrahi (um estilo musical específico dos judeus de ascendência oriental). Shimon quer ser um DJ. Ele tem a oportunidade de realizar este sonho quando é aceito em uma escola de radialismo. O filme segue a batalha pessoal e social de Shimon na sua tentativa de comandar um programa na rádio da escola.
Prêmio Representatividade:
Peixes de Água Doce (em Água Salgada) – Freshwater Fish (in Salt Water) (Espanha, 2018, 56 min.) Dir. Marc Serena & Biel Mauri. LIVRE
O autismo nos desperta muitas questões que a ciência não é capaz de responder. Nesse documentário, nós vamos conhecer as histórias de Mariona (23 anos) e Marc (10 anos) bem como vamos ouvir os maiores especialistas da Espanha. O objetivo é apresentar um retrato atualizado das pessoas com autismo e sua diversidade em função do espectro e da idade.
Prêmio Retrato:
Lágrimas Vermelhas – Red Tears (India, 2019, 20 min). Dir. Tharindu Ramanayaka. LIVRE
Subhash Dey é o único diretor-ator de teatro cego na Índia que também é cofundador do grupo Anyadesh Theatre, o único grupo de teatro na Índia para pessoas com deficiência visual. Ele não é apenas ator, mas também diretor, cantor e estudioso. Neste filme, através de sua narração e histórias de sua vida, vemos como ele usa o teatro para superar os contratempos de sua deficiência e conhecer sua visão, filosofia e processo.
Menção Especial do Júri:
Meu nome é Daniel – My name is Daniel (Brasil, 2018, 1h 23min.) Dir. Daniel Gonçalves. LIVRE
Daniel Gonçalves nasceu com uma deficiência que nenhum médico conseguiu diagnosticar. Neste documentário pessoal, o jovem cineasta narra a trajetória da sua vida para tentar entender sua condição. Por meio de imagens de arquivo da família e imagens gravadas recentemente, acompanhamos sua história e suas reflexões.
Pela exposição e pela reflexividade do próprio personagem-documentarista e pela narrativa que articula temporalidades diferentes ressignificando situações e perspectivas
Menção Especial do Júri:
Menina de areia – Sandgirl (Alemanha, 2017, 1h 24min) Dir. Mark Michel. LIVRE
Uma jovem escritora que não anda nem fala nos convida a conhecer seu universo único. Um ensaio documental sobre liberdade e percepção.
Pela articulação de procedimentos narrativos diversos para representar de forma lúdica e sensível um universo particular.
Sobre o Festival Assim Vivemos
Além de exibir filmes nacionais e internacionais inéditos, o festival é conhecido por seus debates, sempre com convidados, que trazem novas perspectivas aos temas retratados nos filmes. As discussões promovidas pelo evento já foram apontadas como uma quebra paradigmática ao deslocar para um espaço cultural um debate que antes se restringia aos ambientes de saúde e serviço social. O festival exibe documentários, filmes de ficção e animações que mostram a pessoa com deficiência como protagonista, colaborando para quebrar preconceitos que ainda são obstáculos para a realização de sua cidadania plena. O festival teve sua primeira edição em 2003 no Rio de Janeiro e em Brasília. A programação completa do festival: http://www.assimvivemos.com.br/2019/pt/programacao-sao-paulo/