Fatecs criam embarcação que fará mapeamento do Rio Amazonas
Construção faz parte do projeto “Rio Amazonas – do Gelo ao Mar”, do explorador Yuri Sanada; professores e alunos de Jahu e da Capital (Tatuapé) participam da iniciativa
- Data: 23/03/2023 15:03
- Alterado: 23/03/2023 15:03
- Autor: Redação
- Fonte: CPS
Ao participar do projeto
Crédito:Divulgação
No segundo semestre de 2021, o navegador e explorador Yuri Sanada convidou o professor de construção naval da Fatec Jahu, Alex Almeida Prado, para integrar o projeto “Rio Amazonas – do Gelo ao Mar”, que irá percorrer e documentar todo o percurso do rio, considerado o mais longo do mundo, utilizando tecnologia acessível e sustentável.
As Faculdades de Tecnologias do Estado (Fatecs) Jahu e Tatuapé serão responsáveis pela construção de um barco híbrido sustentável que fará o trajeto. Prado ficará encarregado da construção do casco e do motor. Já os professores Flávio Ventura e Rosangela Monteiro dos Santos trabalharão no desenvolvimento do assento e pedal da embarcação. Ventura também está colaborando na confecção do motor.
Além dos professores, participaram do projeto dois alunos do curso superior tecnológico de Construção Naval e uma nova turma de cinco estudantes dos cursos da área naval, da Fatec Jahu. “Participar de um projeto desse porte ajuda os alunos, principalmente, na visualização da aplicação de forma prática dos conhecimentos adquiridos nas aulas”, comenta Prado.
Os barcos serão do tipo trimarã, uma embarcação com três cascos – um central conectado a outros dois de menor comprimento – e serão construídos em materiais compósitos. “Estamos estudando a fabricação com reforços de fibras naturais (cânhamo, juta, entre outros) com matriz vegetal (resina de poliuretano à base de óleo de mamona)”, pontua o educador.
Um dos veículos utilizados na expedição será híbrido, movido a energia solar e dinâmico, com deslocamento feito por meio de pedais. “Além da parte do casco, focamos no desenvolvimento de um banco com características que favoreçam a atividade de pedalar e que também ofereça conforto nos momentos de descanso. Primeiro, determinamos a altura e a posição do pedal, considerando aspectos fisiológicos. Depois projetamos o assento, com um formato que adeque as características anatômicas, permitindo melhor distribuição de pressão nas áreas de sobrecargas. As embarcações serão utilizadas por três pessoas e depois serão doadas para a população ribeirinha”, comenta Rosangela.
Para a docente, participar desse projeto é desafiador e relevante em diversos aspectos. “Estamos fabricando um meio de transporte de maneira sustentável e limpa, poluindo o mínimo possível o meio ambiente. Com relação à relevância social, a doação da embarcação para a população ribeirinha é importante e algo bastante especial. Também temos a questão tecnológica, que abrange desde a criação até o uso de energia solar e a geração de energia pelo movimento humano. É muito gratificante e algo que realmente marcará nossas vidas”, finaliza.