Faltou informação nos anúncios da Fiesp, afirma Greenpeace
Greenpeace publica um anúncio no mesmo estilo na página A16 do "Folha de S.Paulo", mas com as informações complementares que a Fiesp deixou de fora
- Data: 05/08/2013 14:08
- Alterado: 05/08/2013 14:08
- Autor: Redação
- Fonte: Greenpeace
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Ao exaltar hidrelétricas com reservatórios como solução para problemas energéticos do país, Fiesp deixa de mencionar o lado negativo das barragens e menospreza o potencial das fontes renováveis. Não faz mal: o Greenpeace vai ajudar a lembrá-los.
No dia 23 de julho, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) publicou três anúncios no jornal “Folha de S.Paulo” defendendo as hidrelétricas com reservatório. Hoje, o Greenpeace publica um anúncio no mesmo estilo na página A16 do mesmo jornal, mas com as informações complementares que a Fiesp deixou de fora.
Os anúncios publicitários da Fiesp defendiam essa fonte como a grande saída para geração de energia elétrica no país. Os argumentos usados? Ela seria a mais limpa, mais barata e mais segura para a matriz. A realidade não é bem essa.
Além de não contabilizar o custo real para as pessoas, a biodiversidade e o clima, a conta da Fiesp não considera que, quando há incentivo, outras fontes ficam igualmente competitivas. É o caso da energia eólica, que ficou muito mais barata nos últimos anos, equiparando seus custos aos das barragens. Com mais incentivos, outras fontes como a solar e a biomassa podem crescer rapidamente e tornar-se competitivas também.
A Fiesp também diz que o armazenamento de água em reservatórios dá segurança ao sistema elétrico. Eis outra informação incompleta: as hidrelétricas não driblam as secas sazonais – e isso já acontece hoje em dia; quem dirá em um mundo alterado pelo aquecimento global. Por último, o título dado, de “sustentável”, cai por terra quando se olha o rastro de conflitos e destruição que as grandes barragens na Amazônia têm deixado nos últimos anos. Se o custo para as pessoas, a biodiversidade e o clima fosse contabilizado, essa conta seria bastante salgada.
“A verdadeira solução para garantirmos energia constante e segura, e para afastarmos o risco de apagões, é investir na diversificação da matriz elétrica fazendo uso do potencial brasileiro de renováveis como eólica, solar e biomassa”, explica o engenheiro elétrico e doutor em Planejamento Integrado Ricardo Baitelo, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace. “As hidrelétricas com reservatório já existentes têm sua importância para o país. Mas, antes de construir novas, o Brasil pode e deve investir em caminhos que gerem menos impactos socioambientais e que, ao mesmo tempo, tragam ganhos para o consumidor.”
Os anúncios originais da Fiesp chamavam os leitores para 14o Encontro de Energia promovido hoje e amanhã, 5 e 6 de agosto, em sua sede, em São Paulo. O Greenpeace estará lá para lembrar aos presentes que é perfeitamente possível conciliar geração de energia e o cuidado com o ambiente e as pessoas – e que transparência é o começo de tudo.