Exposição Vozes da Parede entra em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade

As obras investigam narrativas de um corpo que é diluído - desfeito e morto - sob a ação do espaço da casa

  • Data: 22/03/2022 15:03
  • Alterado: 17/08/2023 07:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Poiesis
Exposição Vozes da Parede entra em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Exposição Vozes da Parede

Crédito:Rodrigo Pivas

Você está em:

A exposição multidisciplinar Vozes da Parede: o testemunho do espaço entra em cartaz dia 23 de março de 2022 na Oficina Cultural Oswald de Andrade, programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis. Com obras apresentadas em diversas plataformas – como esculturas, fotografias, vídeos e performances ao vivo -, a mostra exibe ao público imagens da diluição do corpo da performer a partir de materiais como o gesso e o látex, fazendo com que as paredes não componham apenas a estrutura da casa, mas que sejam testemunhas, revelando as violências encobertas até então. 

A pesquisa que originou a mostra foi feita por artistas de áreas diversas – a artista Paula Halker assina a direção do projeto, a performance ao vivo, as esculturas e também as fotografias que estão expostas no local. A arquiteta Marina Legaspe assina expografia e cenografia, enquanto Emilie Becker é a compositora musical da mostra e Gabrielle Távora assina a produção. 

Segundo Paula Halker, responsável pela direção artística do projeto, a exposição foi realizada de forma conjunta, sendo composta por peças de diferentes materialidades. Cortinas de látex penduradas como vultos, fotografias impressas em pedaços de parede, esculturas de gesso como vestígios da interação com o corpo da performer, bem como videoartes e uma ambiência sonora que evoca as fantasmagorias de uma casa em ruínas. 

Nas seis performances que serão apresentadas ao longo da temporada (25/3, 1/4 e 8/4, sextas-feiras, 19h; e 26/3, 2/4 e 9/4, sábados, 15h), Paula Halker utiliza faixas gessadas em si mesma para criar uma duplificação de seu corpo que fica exposta na parede. “Entre experienciar o sufocamento pelo gesso e a imobilidade submetida por ele, atravesso a sensação de me tornar o espaço, gerando vestígios que se acumulam ao longo da exposição”, conta. Paredes quebradas, corpos de gesso e peles de azulejo são esculturas elaboradas a partir do seu corpo impresso no espaço e passam a fazer parte da exposição Vozes da Parede. 

Cada peça exposta passou por um processo de construção em performance para então constituírem esse espaço de ausências. As videoartes que compõem a exposição integram uma tríade composta por andares da casa – sótão, térreo e porão -pretendendo investigar as características físicas do espaço como se cada andar instaurasse um tipo de consciência. 

Texto de Parede da exposição 

“Os segredos que moram nas paredes de uma casa são os mesmos que morrem quando morre um corpo. Para contar as histórias dessas memórias perdidas, Paula assume a posição do vestígio: pelo uso do gesso, ensaia o sufocamento e a imobilidade de tornar-se parede, de fundir-se à casa. Dessa interação entre corpo e material, que é simultaneamente processo e performance, surgem corpos-fósseis que se acumulam ao longo da exposição, e com os quais ela interage nas instalações audiovisuais. Diante da impossibilidade de se retratar a violência como ela é, a narrativa da dor e do silenciamento de um emparedamento, imagem ápice de agressão doméstica, é aqui colocada em gesto performático, numa espécie de metonímia da violência. O processo foi elaborado e desenvolvido por Paula Halker, Marina Legaspe e Emilie Becker, a partir de três perspectivas: o corpo, o espaço e o som. Durante dois anos, trabalharam através de um ciclo retroalimentativo, em que cada uma cria o dispositivo que aciona a ação seguinte, construindo uma ação circular. A partir disso, Paula trabalha com impressões de seu próprio corpo no gesso, na luz e no tempo, construindo os relatos de uma casa que testemunha, que vê e fala por meio de seus rastros.” Izabela Feffer, antropóloga 

Ficha técnica 

Direção artística: Paula Halker

Performance, escultura e fotografia: Paula Halker 

Expografia e cenografia: Marina Legaspe 

Projeto Sonoro: Emilie Becker 

Projeto de Luz: Marcus Garcia 

Captação de vídeo e fotografia: Rodrigo Pivas 

Produção: Gabrielle Távora 

Identidade visual: Beatriz Oliveira e Marina Legaspe 

Montagem: Douglas Vendramini 

Mídias sociais: Pevi – Angelina Colicchio 

Assessoria de Imprensa: Diogo Marins Locci 

Serviço 

Vozes da Parede: o testemunho do espaço 

Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade 

Data: 23 de março a 12 de abril de 2022 

Horário de funcionamento da exposição: 

Segundas às sextas-feiras, das 10h às 21h. Sábados, das 11h às 18h. Sessões de performance dias: 25/03, 01/04 e 08/04 (sextas-feiras, 19h); e 26/03, 02/04 e 09/04 (sábados, 15h). 

Entrada gratuita 

Classificação indicativa: Exposição – 14 anos | Sessões de performance – 18 anos 

*Para entrada no prédio da Oficina Cultural Oswald de Andrade é obrigatório a apresentação do comprovante de vacinação contra Covid-19, com duas doses ou dose única, de acordo com o decreto nº 60.989, da PMSP.

Compartilhar:










Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados