Expansão do EaD podem aumentar o acesso ao ensino público superior

Atualmente, a maioria das vagas em EaD está sob responsabilidade do setor privado (71,7%), com uma participação menor do setor público (12,9%)

  • Data: 07/11/2024 10:11
  • Alterado: 07/11/2024 10:11
  • Autor: Redação/AI
  • Fonte: Agência Brasil
Expansão do EaD podem aumentar o acesso ao ensino público superior

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Crédito:Divulgação - MCTIC

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Em um esforço para aprimorar o ensino superior público e democratizar o acesso à educação de qualidade, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) divulgou um relatório intitulado “Um olhar sobre o ensino superior no Brasil”. O documento apresenta uma série de propostas inovadoras, incluindo a criação de faculdades públicas focadas exclusivamente no ensino, a ampliação de cursos noturnos e a expansão do ensino a distância (EaD).

O relatório sugere o estabelecimento de faculdades federais dedicadas unicamente ao ensino. Essa iniciativa busca proporcionar formação profissional qualificada a custos reduzidos por aluno, ampliando o acesso ao ensino superior público. Atualmente, as universidades federais desempenham um papel multifacetado, englobando pesquisa e extensão comunitária. No entanto, as novas instituições seriam projetadas para responder mais diretamente às demandas dos estudantes, como a necessidade de maior flexibilidade e cursos noturnos.

Dados do relatório indicam que apenas 22% da população brasileira entre 25 e 34 anos possui diploma universitário, significativamente abaixo da média de 47% observada nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Além disso, 79% das matrículas estão concentradas em instituições privadas.

Rodrigo Capaz, professor do Instituto de Física da UFRJ e membro da ABC, argumenta que a democratização do ensino superior não se efetivou através das universidades de pesquisa devido aos altos custos por aluno. Ele defende que faculdades dedicadas exclusivamente ao ensino podem viabilizar uma expansão mais eficiente do acesso à educação superior.

Outro ponto destacado pelo relatório é a proposta de criação dos Centros de Formação em Áreas Estratégicas (CFAEs) nas universidades públicas. Esses centros teriam foco em setores chave como bioeconomia, agronegócio, transição energética, saúde, transformação digital e tecnologias quânticas, promovendo uma abordagem interdisciplinar para solucionar desafios contemporâneos.

Em relação ao ensino a distância, o documento propõe expandir e qualificar a oferta pública nessa modalidade, atendendo à crescente demanda por flexibilidade. Entre 2011 e 2021, o número de estudantes em EaD cresceu 474%, enquanto as matrículas presenciais caíram 23,4%. Apesar do crescimento, há uma preocupação com a qualidade dos cursos EaD. Em resposta, o Ministério da Educação suspendeu novas vagas até 2025 para revisar as diretrizes regulatórias.

Atualmente, a maioria das vagas em EaD está sob responsabilidade do setor privado (71,7%), com uma participação menor do setor público (12,9%). A proposta é que instituições federais ampliem sua presença nesse segmento.

Helena Nader, presidente da ABC e integrante do grupo de trabalho responsável pelo relatório, ressalta que mesmo diante dos cortes orçamentários do governo federal, a educação deve ser priorizada como um pilar essencial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Ela argumenta que investir em educação é fundamental para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças tecnológicas e pela inteligência artificial.

Assim, o relatório da ABC não apenas destaca a necessidade urgente de reformas no ensino superior brasileiro como também propõe estratégias concretas para garantir uma educação mais acessível e alinhada às exigências contemporâneas.

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  • Data: 07/11/2024 10:11
  • Alterado:07/11/2024 10:11
  • Autor: Redação/AI
  • Fonte: Agência Brasil









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