Ex-vice-presidente da Caixa é demitido por justa causa por assédio sexual e moral
CGU aplica punição severa e reforça combate ao abuso no serviço público brasileiro
- Data: 22/11/2024 11:11
- Alterado: 22/11/2024 11:11
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Crédito:Agência Brasil
Antônio Carlos Ferreira de Sousa, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, foi exonerado por justa causa nesta sexta-feira (22) devido a acusações de assédio sexual e moral, em decisão histórica da Controladoria Geral da União (CGU). Este veredicto, considerado o mais severo já aplicado no serviço público, segue a confirmação de práticas vexatórias cometidas por Sousa entre 2021 e 2022.
Sousa, que permaneceu na Caixa após seu afastamento em julho de 2022, agora enfrenta uma proibição de oito anos para ocupar cargos comissionados. A decisão foi oficializada pelo ministro-chefe da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, conforme publicado no Diário Oficial da União.
O ex-vice-presidente era figura central na administração de Pedro Guimarães e liderava estratégias que incluíam um controverso “dossiê KGB”, utilizado para investigar a vida pessoal dos funcionários e avaliar suas inclinações políticas. Este comportamento resultou em uma atmosfera de perseguição implacável dentro da instituição.
A investigação da CGU teve início após denúncias no canal Contato Seguro da Caixa, envolvendo alegações de perseguição a empregados, remoção injustificada de cargos e assédio sexual. As averiguações confirmaram um padrão de assédio moral caracterizado por humilhações e ameaças às vítimas. O assédio sexual também foi constatado, envolvendo constrangimentos e insinuações inadequadas.
Antônio Carlos Ferreira de Sousa ingressou na Caixa em 1989 e ocupou diversas posições ao longo dos anos, incluindo uma passagem pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Em 2021, foi nomeado vice-presidente de Logística e Operações.
As revelações sobre os episódios de assédio ganharam notoriedade após uma reportagem do site “Metrópoles”, que expôs o ambiente tóxico fomentado por Pedro Guimarães durante sua presidência. Em 2023, Guimarães tornou-se réu em múltiplas acusações relacionadas a assédio sexual e importunação.
Esses eventos destacam um marco na luta contra práticas abusivas no serviço público brasileiro, sinalizando um compromisso renovado com a ética e o respeito dentro das instituições federais.