Ex-Vereador Gabriel Monteiro é libertado após decisão judicial

Na noite da última sexta-feira (21), o ex-vereador Gabriel Monteiro deixou o Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, localizado em Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo advogado Sandro Figueiredo, que representa o ex-parlamentar.

Monteiro, que também possui experiência como policial militar, foi detido preventivamente em novembro de 2022, logo após ter seu mandato cassado pela Câmara Municipal do Rio, devido a alegações de quebra de decoro parlamentar. Atualmente, ele enfrenta acusações graves de estupro, crime pelo qual foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio em outubro daquele ano. O ex-vereador refuta as acusações.

Com a sua libertação, Monteiro tem um prazo de cinco dias para se apresentar e realizar a instalação de uma tornozeleira eletrônica, conforme exigência judicial.

A soltura foi possibilitada por uma decisão da 34ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que acatou o recurso da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O colegiado decidiu por unanimidade pela substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, que incluem restrições como a proibição de deixar o estado e a obrigação de comparecimento regular à Justiça. Além disso, o ex-vereador está proibido de manter contato com determinadas pessoas, conforme estipulado pela decisão judicial.

Na saída do Complexo de Gericinó, o ex-parlamentar foi recebido por seu pai, o deputado federal Roberto Monteiro (PL), e sua irmã, a deputada estadual Giselle Monteiro (PL), por volta das 20h. A defesa não revelou detalhes sobre os próximos passos que Monteiro deverá seguir após a sua soltura, uma vez que o processo permanece sob segredo de Justiça.

A denúncia aponta que Gabriel Monteiro teria conhecido a vítima em uma boate e posteriormente a levado para a residência de um amigo no bairro Joá, na zona sul do Rio. Segundo as alegações do Ministério Público, o ex-vereador teria trancado a mulher em um quarto, ameaçado-a com uma arma e praticado violência sexual contra ela, desconsiderando seus pedidos para usar preservativo.

Durante a abordagem, a vítima teria sido agredida fisicamente sempre que tentava resistir ao ato. Exames realizados posteriormente revelaram lesões internas e sinais indicativos de infecção por HPV.

Além dessa acusação grave, Gabriel Monteiro também enfrentou investigações relacionadas a assédio moral e sexual contra ex-assessoras e à exposição inadequada de crianças e adolescentes em conteúdos para redes sociais.

A controvérsia envolvendo esses últimos atos foi determinante para sua cassação na Câmara Municipal em agosto de 2022. O relatório do Conselho de Ética apontou práticas manipulativas nas gravações realizadas por ele para criar situações enganosas e explorar indivíduos vulneráveis para sua autopromoção. Monteiro sempre negou veementemente as alegações feitas contra ele.

Apesar das dificuldades legais enfrentadas e da cassação do seu mandato, Gabriel Monteiro continuou exercendo influência na política carioca. Ele chegou a registrar sua candidatura para deputado federal pelo PL-RJ, mas acabou desistindo da corrida eleitoral. Contudo, teve participação ativa na campanha eleitoral de seu pai e irmã, ambos eleitos com aproximadamente 94 mil votos cada.