Estudo mostra que 63% de quem aposta online no Brasil tiveram parte da sua renda comprometida em bets
Dados mostram que 23% deixaram de comprar roupas, 19% deixaram de fazer compras em supermercados, 14% deixaram de comprar produtos de higiene e beleza, 11% deixaram de gastar com cuidados com saúde e medicações.
- Data: 19/06/2024 07:06
- Alterado: 19/06/2024 07:06
- Autor: Redação
- Fonte: SBVC
Crédito:Joédson Alves/Agência Brasil
As aparentemente inocentes apostas esportivas online podem ter consequências bastante profundas. É o que aponta o estudo “Efeito das apostas esportivas no varejo brasileiro”, realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e pela AGP Pesquisas, segundo o qual 38% dos entrevistados já realizaram apostas online, sendo que mais de 50% deles o fazem ao menos semanalmente.
Mais ainda: neste ano de 2024, 49% dos entrevistados que apostam aumentaram a quantidade de bets realizadas nos últimos meses, contra 35% que diminuíram (principalmente devido ao medo do vício). Esse aumento na realização de apostas esportivas online pode ter um efeito negativo sobre o consumo, uma vez que 64% utilizam a renda principal para apostar.
Esse efeito parece já estar acontecendo. De acordo com dados do estudo, 63% dos entrevistados já se prejudicaram pelo menos uma vez com o uso da renda principal para realizar apostas, sendo que 24% afirmam ter problemas com certa frequência e 3%, sempre.
As categorias mais prejudicadas até o momento têm sido vestuário (23%), itens de mercado (19%) e viagens (19%), embora os efeitos negativos das apostas esportivas online também apareçam até mesmo no pagamento de contas de água, luz e gás (11%). O impacto é mais pronunciado nas classes C (54% dos apostadores) e B (33%). “É um público que experimenta restrições de renda e, movidos pelo desejo de uma renda extra aparentemente fácil de obter, arriscam a sorte”, afirma Terra.
“O objetivo com o Estudo das apostas online no Brasil foi avaliar o efeito desta nova indústria no Brasil, na renda e no consumo dos brasileiros e portanto no chamado share of pocket de um consumidor que tem uma única renda. Precisamos acompanhar e monitorar o crescimento de concorrentes indiretos pelo bolso do consumidor em uma economia dinâmica, que traz cada vez mais desafios.” Explica Eduardo Terra, Presidente da SBVC.
O estudo “Efeito das apostas esportivas no varejo brasileiro” ouviu 1.337 consumidores de todas as regiões do país, em um painel online quantitativo com um perfil amostral que representa a demografia da população brasileira.
A íntegra do estudo está disponível no site da SBVC: