Estudantes querem parar o Brasil nesta quinta-feira
Entidade estudantil convoca paralisação nacional da educação no “Dia Nacional de Luta pelas Reivindicações dos Trabalhadores”
- Data: 26/06/2013 11:06
- Alterado: 26/06/2013 11:06
- Autor: Redação
- Fonte: ANEL
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Quinta-feira, dia 27, está sendo convocado por diversas entidades do movimento popular e sindical como o “Dia Nacional de Luta pelas Reivindicações dos Trabalhadores”, com o objetivo de levar para as ruas as pautas dos trabalhadores e dos movimentos populares organizados.
Convocado inicialmente pela central sindical e popular CSP-Conlutas, o dia está sendo organizado por entidades como Condsef, Andes-SN, Fenasps, Fasubra, Cpers, A CUT Pode Mais, entre outros grupos que compõem o Espaço de Unidade de Ação, formado por meio de plenárias e reuniões para elaborar uma pauta unitária e atrair novos setores para a mobilização.
A iniciativa foi recebida positivamente pelos estudantes. A ANEL, Assembleia Nacional dos Estudantes Livre, entidade estudantil que esteve na linha de frente dos protestos da juventude contra o aumento das tarifas e pela educação, comunicou em sua última circular nacional que está aderindo ao chamado: “Fortalecendo ainda mais a articulação com entidades sindicais do Brasil por via do espaço de Unidade de Ação, a ANEL reitera, mais uma vez, a sua aliança com os trabalhadores brasileiros. A ANEL atende ao chamado da CSP-Conlutas, central à qual é filiada, e se incorpora às atividades do Dia Nacional de Luta pelas Reivindicações dos Trabalhadores marcado para o dia 27 de junho de 2013.”
A ANEL deliberou em reunião da Executiva Nacional a convocação dos diretórios centrais, centros acadêmicos e grêmios de todo o país a que organizem assembleias em seus cursos, universidades e escolas para votar paralisação das aulas na quinta-feira, somando-se aos protestos, além de um chamado a que a UNE, União Nacional dos Estudantes, e os coletivos de oposição à UNE participem.
Matheus Gomes, do DCE da UFRGS, conta "Porto Alegre foi uma das primeiras capitais onde a juventude foi às ruas e derrubou o aumento das passagens, mas o transporte ainda é muito caro". E garante, "não vamos desistir enquanto não sair o passe-livre para estudantes e desempregados. Agora, com os trabalhadores, aumenta nossa chance de vencer".
Arielli Tavares, do DCE da USP, fala sobre os atos contra o Feliciano marcados para quarta e reforça o chamado para quinta. “Na quarta-feira [26], vamos sair às ruas para mostrar pra sociedade que quem abaixou a tarifa vai derrubar o Feliciano, vamos dizer para ele que o amor não tem cura. E no dia seguinte, na quinta [27], vamos receber de braços abertos os trabalhadores em nossas manifestações”. Em São Paulo, a manifestação pelo Fora Feliciano vai ocorrer na Praça do Ciclista, às 17h, na quarta-feira.
Já na opinião de Gustavo Bacelar, estudante da UnB e da ANEL-Brasília, "a revolta contra a corrupção não é coisa de direita, é uma indignação legítima de quem cansou dessa velha política". Bacelar lança um desafio: "não basta derrubar PEC 37, quero ver parlamentar recebendo igual professor, com filho matriculado em escola pública".
Para Júlio Anselmo, estudante da UFRJ e da ANEL-RJ, os estudantes não ficaram satisfeitos com o pronunciamento de Dilma no que diz respeito à educação: "Esse investimento dos royalties do pré-sal corresponde a menos de 1% do PIB a mais". E provoca, "agenda positiva é destinar 10% do PIB para a educação pública, aí fica padrão FIFA".
Além dos estudantes, professores e técnico-administrativos também estão se preparando nas universidades.
O ANDES-SN (professores) já se declarou publicamente favorável à data, mobilizando suas seções sindicais e professores universitários a realizar assembleias e votar paralisações. Em sua circular, orientam que as seções sindicais convoquem “assembleias para discutir a participação dos docentes no dia 27 de junho, visando somarmo-nos às manifestações no atual momento político, expressarmos nossas posições de crítica contidas no Plano de Lutas do ANDES-SN às políticas do governo, bem como de reforço na defesa de nossas reivindicações”.
A FASUBRA (técnico-administrativos) também prometem entrar em cena. Gibran Jordão, da diretoria da FASUBRA, defendeu que “a comunidade universitária precisa participar desse novo momento histórico que vive o país. Técnico-administrativos, docentes e estudantes precisam parar suas atividades em todo país no dia 27 e exigir do governo Dilma, nas ruas, mudanças que atendam à pauta dos trabalhadores e da juventude”.
A pauta de reivindicações que a ANEL vai defender na quinta-feira é:
– Passe Livre Já, Brasil! Estatização dos transportes públicos, rumo à tarifa zero.
– Menos dinheiro pra Copa e mais pra educação pública! 10% do PIB já! Não ao PNE do governo Dilma.
– Quem derrubou a tarifa vai derrubar o Feliciano! #amornaotemcura
– Abaixo a corrupção e a velha política! Que todo parlamentar ganhe igual a um professor! Não à PEC 37. Prisão e confisco dos bens de corruptos e corruptores.
– Contra a repressão e criminalização dos movimentos sociais! Desmilitarização da polícia já.
– Todo apoio à luta dos trabalhadores e suas bandeiras! Viva a aliança operária-estudantil.