Estudantes desenvolvem projeto que transforma garrafa PET em filamentos para impressora 3D
Componente é utilizado em estruturas mecânicas e é uma alternativa sustentável e de baixo custo
- Data: 31/07/2024 09:07
- Alterado: 31/07/2024 09:07
- Autor: Redação
- Fonte: Colégio Marista São Luís
A iniciativa surgiu da necessidade dos jovens em atender uma demanda interna do colégio, considerando a grande quantidade de dispositivos criados pelos estudantes ao longo do ano
Crédito:Lílian Tremea de Castro/Colégio Marista São Luís
Estudantes do Ensino Médio e membros da Equipe Cavalaria de Robótica do Colégio Marista São Luís, de Santa Cruz do Sul/RS, desenvolveram um projeto sustentável e de baixo custo que transforma garrafas PET em filamentos para impressoras 3D. O componente é utilizado em estruturas mecânicas, na fabricação de equipamentos como robôs e drones. A tecnologia da impressão em 3D permite criar objetos tridimensionais, camada por camada, a partir de um desenho digital.
A iniciativa surgiu da necessidade dos jovens em atender uma demanda interna do colégio, considerando a grande quantidade de dispositivos criados pelos estudantes ao longo do ano. O projeto é composto por dois protótipos: o primeiro corta a garrafa em pequenos filetes de aproximadamente 10 mm; o segundo derrete os filetes, transformando-os em filamentos de 1,75 mm, ideal para impressoras 3D.
“Todo filamento que compramos é produzido com plástico e, dependendo da sua composição, não é facilmente biodegradável, ou seja, um problema para a natureza. Outro fato importante é que, para produzirmos uma peça bem rígida, como a base para um robô, por exemplo, precisamos utilizar muito material. Diferente do que acontece com as peças produzidas através do PET, que ficam muito rígidas, praticamente inquebráveis – além da consciência ambiental”, destaca o instrutor de robótica do Colégio Marista São Luís, Fabrício Noronha.
Para construir os protótipos, os estudantes adquiriram alguns componentes eletrônicos e imprimiram as peças necessárias para a montagem. Segundo o estudante Lucas Weber Freitas, do 1º ano do Ensino Médio, a equipe realizou vários testes até chegar à versão atual do projeto. “O tempo todo estamos aprendendo! Derreter o plástico nunca foi o problema, embora a cor da garrafa possa influenciar. O verdadeiro desafio está no motor que puxa e enrola o filamento já pronto. O primeiro protótipo tinha pouca força para puxar, então imprimimos outro com mais engrenagens, o que deu mais torque ao motor. Uma verdadeira aula de física”, ressalta ele, orgulhoso da criação.
A estudante Luana Wolffenbüttel Machado, do 3º ano, e o estagiário e ex-aluno do Marista São Luís, Lucas Krainovic Landesvatter, também integram o grupo. Luana chama a atenção para a diferença na composição química de cada garrafa PET, que fica evidente durante o processo de impressão. “As garrafas transparentes são mais difíceis de imprimir, pois necessitam de uma temperatura mais alta tanto no processo de produção do filamento quanto na impressão 3D, em torno de 260 graus. Já as garrafas PET verdes são mais fáceis porque os aditivos ou pigmentos adicionados durante o processo de fabricação podem afetar as propriedades térmicas do material”, explica.
Cada garrafa de dois litros produz, em média, quatro metros de filamento. Para produzir a base de um drone de 180mm de comprimento, 60 mm de largura e 5mm de espessura, por exemplo, foram utilizados 10 metros de filamento, ou seja, três garrafas PET.
O diretor do Colégio Marista São Luís, Nei Cesar Morsch, reforça a importância do engajamento dos jovens em temas ambientais e do papel da escola na geração de conhecimento. “É gratificante ver os estudantes se preocuparem e estarem engajados com a questão ambiental. Toda iniciativa que busca rentabilidade precisa se preocupar com os pilares da sustentabilidade: ter uma utilidade social, ser economicamente viável e ambientalmente correto. Assim, entendemos que as tecnologias educacionais precisam estar alinhadas a esses conceitos, pois preparamos nossos estudantes para o futuro”, finaliza.