Estudantes criam projeto de redução de ruídos em sala de aula e são finalistas de premiação global
Dispositivo controla o nível de barulho e ajuda no bem-estar de alunos com transtorno do espectro autista (TEA)
- Data: 21/11/2023 14:11
- Alterado: 21/11/2023 14:11
- Autor: Redação
- Fonte: Educação SP
Dispositivo controla o nível de barulho e ajuda no bem-estar de alunos com transtorno do espectro autista (TEA)
Crédito:Educação SP
O barulho da sala de aula pode incomodar a todos: professores e estudantes e, principalmente, aqueles com transtorno do espectro autista (TEA). Para resolver esse problema real do cotidiano escolar, um grupo de alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Ângelo Scarabucci, em Franca, desenvolveu um dispositivo de alerta para altos ruídos. Além de ser adotado por outras classes, o protótipo é o único finalista paulista na 10ª edição do Solve For Tomorrow Brasil. A votação do júri popular segue aberta até dia 26 de novembro.
A ideia do aparelho surgiu em uma das disciplinas eletivas da unidade voltada para criar soluções por meio de projetos de iniciação científica. Durante os encontros, uma das questões levantadas foi o excesso de barulho, que compromete não só o processo de aprendizagem, mas também impacta no bem-estar dos alunos com autismo e hipersensibilidade sonora.
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O dispositivo foi colocado em cima da lousa da sala e é sempre acionado quando o volume do ambiente alcança 85 decibéis. Esse alerta serve para que a turma diminua o barulho. “Fizemos testes que duraram cerca de seis semanas e registramos uma redução de 35% no ruído da sala em que o dispositivo foi instalado”, explica Henrique Pereira, professor de Biologia e orientador da equipe.
“Trata-se de um projeto voltado à saúde e à diversidade, pois estamos falando de uma iniciativa que envolveu toda a turma para identificar e atender às necessidades dos alunos com autismo e sensibilidade auditiva. Eles têm empatia um pelo outro e se solidarizam, ao ponto de criar um dispositivo visual que é aplicado em sala de aula”, acrescenta Henrique.
Além da participação no prêmio, a expectativa da equipe é envolver ainda mais a comunidade escolar na iniciativa. Para isso, o grupo planeja desenvolver um manual de instruções com as estratégias de conscientização e as informações necessárias para a programação do equipamento utilizando a plataforma Arduino.
“Com o desenvolvimento desses projetos, estimulamos o protagonismo dos alunos para que eles observem suas realidades e se sintam capazes de modificá-las na comunidade onde vivem. No futuro, essas alunas podem se tornar pesquisadoras que resolvem problemas ainda maiores na sociedade. As pessoas falam muito sobre o potencial de transformação da educação e esse é o meu melhor exemplo”, conclui.