Estreia de documentário diademense agita o final semana
Com muitas cores e faces a história da artista plástica Ordalina Candido mostra as belezas da cidade de Diadema, retratadas pelos esforços e arte de Isabelli Gonçalves e Diaulas Ullysses
- Data: 26/08/2016 10:08
- Alterado: 26/08/2016 10:08
- Autor: Redação
- Fonte: Diaulas Ullysses
Crédito:
Neste sábado, 27 de agosto, acontece a estreia do documentário Ordalina Candido: Eu Sou o Povo. Através das pinturas e histórias da personagem o público ira entender a forca do trabalho social, como arte pode transformar vidas e conhecer mais os bairros de Eldorado e Inamar – Diadema. O projeto foi contemplado pelo edital 01/2015 0 Fundo Municipal de Cultura de Diadema e tem como diretores Isabelli Gonçalves e Diaulas Ullysses.
O filme tem como fio norteador a caminhada de Ordalina, como trajetoria de vida e os encontros pelas ruas de Diadema. O recorte proposto se caracteriza fundamentalmente pela investigação e análise documental sobre a vida e obra da artista plástica negra, que mesmo tendo uma vida com muitos altos e baixos, descobriu na arte seu legado. As cenas perpassam por seu trabalho como pintora, articuladora social e orientadora em artes plásticas.
Pensando em fortalecer o vínculo com a comunidade onde Ordalina e forte representante comunitária, a atividade acontecera no Cine Eldorado a partir das 19h. Além da exibição do filme, a programa conta com uma exposição das obras da artista e uma roda de conversa com convidados envolvendo os temas: arte, educação e memória.
Ainda neste ano, o documentário circulará na cidade de Diadema: Centro Cultural Vladimir Herzog – 17 de setembro; Centro Cultural Nogueira – 24 de setembro; e fechando com chave de ouro, um sarau no Centro Cultural Diadema – Teatro Clara Nunes no dia 08 de outubro.
SERVIÇO:
27 de agosto – 19h – Estreia Ordalina Candido: Eu Sou o Povo
Cine Eldorado – Rua Frei Ambrosio de Oliveira Luz, 55 – Eldorado – Diadema
Telefones: (11) 40591649 / (11) 96349 8480 / (11) 993286678
A ARTISTA E SUA OBRA
Ordalina Candido, 73 anos, tornou-se referência de apoio e inspiração na região de Diadema por meio dos seus trabalhos nas áreas de Artes Plásticas e Cabeleireiro. Sua principal ação e o incentivo para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, a partir de aulas, produção de atividades culturais, auxílio a famílias, exposições abordando o respeito com a diversidade e o cotidiano da favela. Como artista plástica possui trabalhos em Portugal, Noruega, Inglaterra, Dinamarca, Suíça, Austrália, França e Canadá, suas pinceladas abordam como tema principal as Favelas, descritas pela mesma como o Quilombo urbano.
No Brasil expôs em diversos espaços, entre eles: Universidade Pontifícia Católica – PUC – São Paulo com as “Favelas palco dos Sonhos” em 2002; Exposição Brasil 500 anos realizada na Sede do Poupatempo Santo Amaro – Governo do Estado de São Paulo; na faculdade Mackenzie em dezembro de 2003; No Metrô República em 2005; Exposição Beneficente na Inglaterra – através da entidade CARF-UK; Centro Cultural Eldorado em 2003 e 2011.
Nasceu no Paraná, onde enfrentou diversas dificuldades por conta de sua pele negra e sua origem humilde, entretanto, sempre teve como meta aprender e ser feliz, assim iniciou nas artes com seus 16 anos de idade e com o passar do tempo foi se aprimorando, com o sonho de se tornar uma pintora profissional. Em 1962 trabalhou na antiga FEBEM, atual fundação CASA; anos após na Galeria 24 de Maio como trançadeira; até o momento que abriu o seu próprio salão na comunidade do Inamar na cidade de Diadema. Em 2003 começou a trabalhar em um projeto com crianças em situação de rua, interligado a ACER – Associação de Apoio a Criança em Risco e RCBF – Rede Cultural Beija-Flor, onde ensinava o cabeleireiro – com influencias aos cabelos afros – e as artes plásticas, ambas utilizadas como ferramentas para a recuperação de diversos jovens e crianças que viviam em meio ao tráfico de drogas, violência física e psicológica, e outras situações da realidade conturbada dos centros urbanos.
Atualmente continua com seus trabalhos na área de educação, através de suas telas mostra o verdadeiro Brasil, com contraste social, fazendo uma reflexão sobre violência e preconceito. A cada pincelada e ação mostra a face da mulher negra guerreira que une as dificuldades sofridas pela população da periferia com a garra e perseverança afro-brasileira.