Estação meteorológica da Etec Bento Quirino é finalista da Febrace
Estudantes iniciaram o projeto em 2018, quando todos os integrantes estavam no primeiro ano do curso técnico de Eletrônica
- Data: 01/03/2021 11:03
- Alterado: 01/03/2021 11:03
- Autor: Redação
- Fonte: CPS
Estudantes que criaram o projeto durante participação na edição de 2019 da Feira de Ciência e Tecnologia (Bentotec)
Crédito:Divulgação
Três estudantes do Ensino Técnico de Eletrônica Integrado ao Médio (Etim) da Escola Técnica Estadual (Etec) Bento Quirino, de Campinas, desenvolveram uma estação meteorológica de baixo custo e estão entre os finalistas da 19ª Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace). O Centro Paula Souza (CPS) classificou 19 projetos para a mostra, que será realizada em formato virtual, entre os dias 15 e 27 de março.
Lucas Ferreira de Lima, Lucas Benelli Tilli e Thiago Coluccini iniciaram o projeto em 2018, quando todos os integrantes estavam no primeiro ano do curso. Com o objetivo de participar da Feira de Ciência e Tecnologia (Bentotec) – tradicional evento da Etec – daquele ano, os alunos decidiram, após algumas discussões, criar uma estação meteorológica.
Muito utilizada na agricultura, a tecnologia recolhe os dados para análises meteorológicas, como temperatura, pressão e umidade. “Após pesquisarmos, descobrimos que as estações são bem caras. Então, decidimos criar uma tecnologia eficaz e com o custo reduzido para beneficiar agricultores de baixa renda”, comenta Lucas Ferreira de Lima.
Para integrar todos os sensores, foi utilizado arduino, plataforma de prototipagem eletrônica que possibilita o desenvolvimento de diversos projetos robóticos. “Ele funcionava como o cérebro de tudo e mostrava todos os dados coletados em uma tela pequena, que ficava na frente da estrutura. De tempos em tempos, era realizado um ciclo de medições, com os dados exibidos na tela, já com as unidades de medida inclusas”, completa o estudante.
Em 2018, o grupo conquistou o 3º lugar da Bentotec, na categoria Indústria. No ano seguinte, após realizarem aulas de programação, foram feitas modificações importantes na estrutura. Já sob a orientação dos professores Marcelus Guirardello e Regina Morishigue Kawakami, o projeto ganhou um painel solar com uma bateria que permite um ciclo de medições por 24 horas, além de sensores e módulo Wi-Fi, que possibilita a apresentação de todos os dados (gráficos, tabelas e históricos de medições anteriores) em um site. Com esses avanços, o grupo conquistou o 2º lugar na Feira Tecnológica Regional das Etecs e Fatecs (Fetec) 2019, na categoria Meio Ambiente.
Já em 2020, os jovens se desafiaram mais uma vez para diminuir o custo da estação meteorológica. O primeiro passo foi retirar os sensores menos essenciais, pois o valor do projeto que era de R$ 600 em 2018, já havia alcançado R$ 800 em 2019. “O arduíno foi retirado e substituído pelo módulo LoRa, tecnologia que permite a transmissão dos dados por vários quilômetros, eliminando a necessidade de utilizar uma rede Wi-Fi próxima da plantação.
Essas mudanças levaram em consideração as necessidades dos agricultores”, diz Lucas.
Por conta do distanciamento causado pela pandemia da Covid-19, em 2020, não foi possível realizar os avanços previstos na estrutura física. O projeto foi apresentado na Bentotec Experience e conquistou o 1º lugar da feira. A Estação Meteorológica de baixo custo também foi mostrada na Feira de Ciência e Tecnologia (Bragantec) e ganhou o 1º lugar na categoria Agronomia e o 2º lugar na classificação geral, qualificando o grupo para a Febrace.
Segundo Guirardello, o projeto tem como diferencial a evolução e a persistência, por se tratar de um trabalho que foi desenvolvido durante os três anos de formação dos estudantes. “A estação foi melhorada e ajustada conforme o retorno e experiência obtidos após as participações nas feiras.”
Para Regina, o amadurecimento da equipe e a continuidade do projeto certamente contribuíram para os resultados obtidos. “Claro que a dedicação, o interesse, o foco e o querer algo mais fizeram com que a equipe concluísse o projeto e o trajeto acadêmico de maneira louvável. Nossa alegria, enquanto educadores, é ver nossos alunos alçando altos voos e levando o aprendizado adquirido.”
Apesar das dificuldades decorrentes da pandemia, 2020 acabou sendo o melhor ano para o grupo na conquista de prêmios. “O projeto foi o nosso Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e estamos ansiosos pela Febrace, que pode ser a nossa última feira de tecnologia”, finaliza Lucas.