Especialistas esclarecem dúvidas sobre o controle do carrapato estrela, capivaras e febre maculosa
A reunião contou com 55 pessoas, entre pesquisadores, estudantes, técnicos e profissionais da área da saúde
- Data: 24/09/2024 16:09
- Alterado: 24/09/2024 16:09
- Autor: Redação
- Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Crédito:Divulgação/Prefeitura de Jundiaí
O Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, realizou na última sexta-feira, 20, um evento para discutir a importância do controle de capivaras e outros animais silvestres direta ou indiretamente envolvidos com a febre maculosa. A reunião contou com 55 pessoas, entre pesquisadores, estudantes, técnicos e profissionais da área da saúde.
Dando início às palestras, Carlos Alberto Perez, professor do Depto. de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), abordou o tema “Controle do carrapato Amblyomma e seu hospedeiro, a capivara, em região endêmica para febre maculosa”. Na apresentação, Perez explicou como é feito o controle e monitoramento do carrapato e, consequentemente, da doença, e trouxe resultados de estudos feitos no campus da ESALQ, em Piracicaba, e no campus da USP de Ribeirão Preto, onde já foi detectado o carrapato e a doença. Conforme contou o professor, a ESALQ possui todo um esquema de monitoramento da presença do carrapato Amblyomma, limitando os espaços aos quais as capivaras têm acesso. A Escola fornece ainda EPIs tratados com produto repelente para carrapato a todos os professores e funcionários do campus. Todo esse esquema de controle e monitoramento foi organizado pelo próprio Perez, junto a outros pesquisadores que trabalham com o assunto. Na sequência, a pesquisadora do IZ Cecília José Veríssimo, organizadora do evento, fez uma breve apresentação sobre as forrageiras que têm propriedades anti-carrapato, especialmente o capim-gordura (Melinis minutiflora). “Estas forrageiras poderiam ser plantadas em beira de calçadas e na beira de rios com presença de capivara, colaborando no controle deste ectoparasita”, ressaltou.
A empresa e indústria de produtos veterinários Ipanema Saúde Animal & Ambiental, patrocinadora do evento, divulgou o inseticida Demand 10 CS®, comercializado pela Syngenta para uso no ambiente, e o produto D-Fense Pro Tecidos®, fórmula comercializada pela Haxea para ser utilizada nas roupas como repelente de insetos e carrapatos.
Fique por dentro
O carrapato do gênero Amblyomma, cuja fase adulta é conhecida como carrapato estrela, e suas formas intermediárias são conhecidas como micuim (larva) e vermelhinho (ninfa), parasita capivaras e outros animais silvestres (gambá, quati, urubu, etc), estando diretamente relacionado à transmissão da febre maculosa. A febre maculosa é uma doença provocada por uma bactéria, Rickettsia rickettsii, que ao ser introduzida no corpo de um ser humano causa os seguintes sintomas: febre, dor de cabeça intensa, que pode levar à sensibilidade à luz (fotofobia), dores no corpo, mal-estar, indisposição, diarreia, náuseas, vômito, evoluindo para inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, e, finalmente, máculas na pele. A doença pode levar rapidamente a óbito (entre 7 e 14 dias após a infecção) se a pessoa não receber tratamento com antibiótico apropriado em tempo hábil. Os sintomas iniciais são parecidos com os de outras doenças, como a dengue por exemplo, e o diagnóstico diferencial laboratorial demora para ficar pronto. Portanto em regiões endêmicas para a doença, como é o caso da região de Campinas, se o paciente relatar ter tido contato com carrapatos, é importante o médico considerar o tratamento com antibiótico indicado para a febre maculosa já no primeiro atendimento, pois a doença possui um curso muito rápido.