Especialistas debatem o uso do biometano como alternativa ao diesel no transporte público
Seminário promovido pela Prefeitura de São Paulo discute aspectos como segurança energética, redução de emissões, infraestrutura, tecnologia e regulamentação
- Data: 25/03/2025 14:03
- Alterado: 25/03/2025 14:03
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
O prefeito Ricardo Nunes abriu na manhã desta terça-feira (25), na Praça das Artes, região central da cidade, o seminário técnico “Mobilidade Sustentável: o Papel do Biometano na Descarbonização do Transporte Urbano”, evento que reúne especialistas do setor público, acadêmicos e representantes da iniciativa privada para debater a viabilidade e implementação do biometano como alternativa sustentável para a mobilidade urbana.
Segundo Nunes, a realização do seminário é mais um passo importante da cidade para cuidar do meio ambiente e é ele que vai definir se a Prefeitura de São Paulo irá ou não ter o biometano como alternativa no transporte coletivo e em outras áreas. “O seminário vai definir se a gente vai caminhar ou não para fazer a utilização do biometano no transporte coletivo já que nos caminhões de coleta de lixo, que são quase 500, a gente já está fazendo essas alterações”, disse o prefeito lembrando que entregou 22 caminhões de coleta de lixo movidos a biometano na última semana. Em dezembro, a Prefeitura já havia apresentado 27 carretas movidas a biometano destinadas à limpeza.
Nunes também pontuou que a cidade tem avançado mais que qualquer outra cidade do mundo com ações concretas. “Nós temos R$ 6 bilhões disponíveis para fazer a substituição da frota de ônibus só nessa primeira etapa. A gente chegou em 54% de área de cobertura vegetal e a meta do C40 é chegar a 30%”, disse o prefeito lembrando que as decisões tomadas na cidade de São Paulo servirão como referência para estados, outros municípios do Brasil e para o mundo.
O principal objetivo do seminário é analisar a viabilidade do uso do biometano no transporte público da cidade de São Paulo, abordando aspectos como segurança energética, redução de emissões, infraestrutura, tecnologia e regulamentação.
“Não existe alternativa melhor para substituir o diesel de forma renovável, com escala, que não seja o biometano”, disse o ministro em exercício de Minas e Energia, Pietro Mendes. “Temos várias estimativas da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) de que São Paulo é decisiva nesse aspecto. Se a cidade adotar o biometano, a gente pode ter corredores verdes com a Comgás, regulação da ARCESP (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), um aumento significativo da utilização do biometano e zerar a importação de diesel no Brasil, além de todos os benefícios ambientais”, completou.
O evento conta com a participação de técnicos da Prefeitura de São Paulo, integrantes do Comitê Gestor do Programa de Acompanhamento da Substituição de Frotas por Alternativas Mais Limpas (COMFROTA), especialistas do setor e formadores de opinião.
“O que o Ricardo Nunes faz hoje aqui é articular e formular uma política pública que vai abrir mercado para o biometano em São Paulo e vai ser referência para o Brasil”, destacou o ex-governador Rodrigo Garcia, que está envolvido com o setor energético em suas atividades privadas. “Não tenho dúvida que com a eficiência que hoje os motores alcançaram e com o volume de produção crescente do biometano, nós teremos, sim, uma política pública estabelecida nos próximos anos aqui na cidade de São Paulo”, completou.
Secretário de Mobilidade Urbana e Transporte, Celso Caldeira destacou a importância do seminário. “Essa é uma grande oportunidade para que possamos aprender um pouco mais e trocar experiências. Nosso objetivo comum e determinação do prefeito é um transporte coletivo 100% movido a energia limpa, garantindo mais conforto e qualidade de vida para a população”, disse o secretário após pontuar os efeitos das recentes renovações e modernizações das frotas. “Atualmente, são 429 ônibus movidos à bateria, sendo que a grande maioria passou a integrar a frota em janeiro de 2023, e temos também 211 trólebus. No total, 41,3 mil toneladas de CO² já deixaram de ser emitidos na atmosfera”, afirmou.
A cidade de São Paulo tem adotado diversas iniciativas para reduzir os efeitos do aquecimento global e promover a sustentabilidade urbana. A Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas (SECLIMA) lidera esforços na implementação do Plano de Ação Climática do Município de São Paulo (PlanClima SP). Esse plano visa alinhar as políticas municipais aos compromissos internacionais assumidos no Acordo de Paris, buscando reduzir as emissões de gases de efeito estufa e aumentar a resiliência da cidade frente aos desafios climáticos, com o foco em zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.
Segundo o secretário executivo de Mudanças Climáticas, José Renato Nalini, a Prefeitura fez o financiamento de R$ 6 bilhões para eletrificar a frota de ônibus e, agora, o grande obstáculo é a infraestrutura. “O prefeito tem abertura suficiente para ouvir a academia, especialistas, o mercado, a sociedade civil e vejam que isso é um exercício concreto de democracia participativa”, disse o secretário exaltando a importância do evento. “Ele poderia deliberar isso no seu círculo íntimo, no gabinete, não, ele está chamando a sociedade toda para fazer essa discussão. Então, hoje nós precisamos de respostas”, completou o secretário lembrando que a meta desfossilizar São Paulo e que o seminário terá um papel muito importante nesse processo.
A SECLIMA reforça a importância da transição da matriz energética do transporte público como forma de redução de emissões de gases de efeito estufa, NOX e material particulado, alinhada ao PlanClima SP.
Painéis temáticos
O Seminário conta com quatro painéis temáticos, abordando desde a formulação de políticas públicas até os impactos práticos da adoção do biometano na mobilidade urbana.
Painel 1: O Papel dos responsáveis pelas políticas públicas na mobilidade sustentável
Esse painel discutirá os desafios e oportunidades da transição energética no transporte público sob a ótica das políticas públicas e regulatórias. Participarão representantes da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas, Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, SPTRANS, ARSESP e Abiogás, além do deputado Arnaldo Jardim, que abordará o programa Combustível do Futuro e incentivos ao biometano.
Painel 2: Oferta do Biometano e Infraestrutura para Distribuição
Especialistas da ABiogás, UNICA, Comgás e Loga apresentarão um panorama da produção, infraestrutura e desafios para a ampliação do biometano no Estado de São Paulo, destacando seu potencial para descarbonizar o transporte pesado.
Painel 3: A Tecnologia dos Motores a Gás e a Transição Energética
Empresas como Ecourbis, Scania, MWM e Agrale discutirão as tecnologias disponíveis para motores a gás, seus benefícios ambientais e a viabilidade técnica da substituição do diesel pelo biometano na frota de transporte público. A Eletra, fabricante de ônibus, apresentará a alternativa ao elétrico que já vem sendo implantada na cidade de São Paulo.
Painel 4: Desafios da Adoção do Biometano no Transporte Público
Pesquisadores da Amplum Biogás, USP, Única e SP Urbanuss abordarão os impactos ambientais, econômicos e regulatórios da substituição do diesel pelo biometano, discutindo também os desafios para sua adoção em larga escala e os benefícios para a qualidade do ar e a saúde pública.
O seminário será encerrado pelo secretário executivo de Mudanças Climáticas, José Renato Nalini, que fará um balanço das discussões e destacará as perspectivas futuras para a mobilidade sustentável na cidade de São Paulo.

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