Especialista defende que Brasil desenvolva vacina nacional contra a Covid-19
Dra. Ada Alves, da Fiocruz, ressalta em vídeo que as vacinas continuarão necessárias e que o país deve buscar sua autonomia tecnológica
- Data: 26/07/2022 11:07
- Alterado: 26/07/2022 11:07
- Autor: Redação
- Fonte: Fiocruz
Crédito:Edu Guimarães
A demanda por vacinas contra a Covid-19 continuará muita alta provavelmente até o fim do ano que vem, período em que vamos ter que conviver com ondas de infecções ocasionadas pelo aparecimento de novas subvariantes de variantes do vírus SARS-CoV-2. O Brasil precisa desenvolver uma vacina contra a Covid-19 com tecnologia nacional, defende a Dra. Ada Maria de Barcelos Alves, cientista do IOC/Fiocruz, em entrevista em vídeo produzido pelo Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01).
No curto e médio prazos, o Brasil necessitará de um volume muito grande de vacinas para estender a cobertura vacinal, hoje elevada apenas nas áreas urbanas, a todo o seu território continental, segundo a bióloga. Mesmo passada a pandemia, o país precisará manter uma produção regular de vacinas contra a Covid-19.
“A longo prazo, a comunidade científica acredita que as vacinas contra a Covid-19 vão entrar no sistema de imunizações anuais, como a vacina contra a Influenza. Pelo menos uma vez por ano, a população deve ser imunizada contra o vírus que estaria circulando um pouquinho antes. Mas não estamos nesse estágio e acredito que ainda não estaremos no ano que vem”, afirma a especialista.
A Dra. Ada Alves chefia o Laboratório de Biotecnologia e Fisiologia de Infecções Virais do IOC/Fiocruz, que está desenvolvendo uma vacina de DNA contra a Covid-19, atualmente em fase de testes em culturas de células no laboratório. Esse é um dos vários projetos de vacinas contra a Covid-19 com diferentes tecnologias em desenvolvimento na Fiocruz, em outros institutos de pesquisa, como o Butantan, e em universidades no Brasil.
“Precisamos ter a nossa autonomia. A gente precisa desenvolver a nossa vacina, primeiro para ter a garantia de que teremos vacina contra qualquer outra variante que venha a aparecer. Mas também para ter a tecnologia, o know-how, a infraestrutura e pessoas com conhecimento e capacidade para enfrentar outras pandemias que possam vir a surgir”, destaca a bióloga.