Equador e Peru têm dia de eleição com protocolos sanitários rígidos
Eleições ocorrem em meio a um aumento nos casos de covid-19 em ambos os países e um avanço insuficiente em seus programas de vacinação
- Data: 11/04/2021 17:04
- Alterado: 11/04/2021 17:04
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Ernesto Benavides / AFP
Equador e Peru escolhem novos presidentes neste domingo com uma série de protocolos sanitários em razão da pandemia do coronavírus, que recentemente se recrudesceu nos países da América do Sul.
Os equatorianos têm um segundo turno entre um empresário conservador e um protegido do ex-presidente de esquerda Rafael Correa, enquanto os peruanos têm 18 opções de escolha no primeiro turno. Todas as cadeiras no congresso do Peru também são disputadas.
No Equador, não está em jogo a eleição de um presidente, mas de um modelo econômico e político. A disputa é entre o populista Andrés Arauz, de 36 anos, que defende a versão de socialismo do ex-presidente Rafael Correa, e o liberal Guillermo Lasso, de 65 anos, um ex-banqueiro.
Arauz propõe retomar a proposta da revolução cidadã e o socialismo do século 21, que Correa iniciou, em janeiro de 2007, e manteve com mão de ferro durante uma década. No fundo, trata-se de uma forte intervenção do Estado na economia, um estilo de governo autoritário e populista.
No Peru, a incerteza reina. Após entrar em vigor a proibição de divulgar pesquisas a menos de uma semana das eleições, os peruanos irão às urnas hoje sem um favorito definido. As últimas sondagens mostram 7 dos 18 presidenciáveis com porcentuais semelhantes, dentro da margem de erro.
Nenhum dos sete principais candidatos supera 10% de intenção de voto, em uma eleição que tem se caracterizado pelo acentuado descrédito da classe política, resultado do sentimento de desesperança em um país afetado pela pior crise sanitária de sua história.
Ninguém sabe ao certo o que acontecerá hoje, embora haja apenas um número que se possa estimar, o dos 300 peruanos que morrerão em decorrência do novo coronavírus, a média oficial que o governo vem divulgando há alguns dias. Um recorde em meio a um processo de vacinação desorganizado e lento.
A desilusão política do peruano médio não foi necessariamente causada pela má gestão da crise sanitária. Ela vem de antes. Das repercussões político-judiciais da Lava Jato no país, assunto que estava pegando fogo quando o vírus chegou para roubar as manchetes dos jornais.
Em meio a pandemia e cada vez piorando mais, os países adotaram métodos para o dia de votação.
No Equador, os eleitores foram obrigados a usar máscara, trazer seu próprio desinfetante para as mãos e lápis, manter uma distância de 1,5 metro de outras pessoas e evitar qualquer contato pessoal no local de votação. O único momento em que os eleitores poderão baixar a máscara será durante o processo de identificação.
As autoridades eleitorais no Peru agendaram horários específicos para as pessoas votarem para evitar a superlotação nas urnas. As pessoas terão de limpar os sapatos em tapetes desinfetantes, usar máscaras, passar por uma verificação de temperatura e carregar sua própria caneta de tinta azul.