“Então, é tipo um golfinho recluso, tímido e latino-americano”

Vai ao ar o primeiro episódio de podcast que alerta para risco de extinção de golfinho raro. Iniciativa faz parte do projeto conservação da toninha e conta com a atriz Camila Márdila

  • Data: 02/11/2020 17:11
  • Alterado: 02/11/2020 17:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
“Então, é tipo um golfinho recluso, tímido e latino-americano”

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Então, é tipo um golfinho recluso, tímido e latino-americano”. A frase, que resume bem o que são as toninhas, é da personagem Bárbara, protagonista do primeiro podcast de ficção ambiental do Brasil, o “Toninhas: a extinção do golfinho invisível”, que acaba de estrear nas plataformas digitais (https://anchor.fm/toninhas). A iniciativa é do Projeto Conservação da Toninha, apoiado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). O podcast tem roteiro assinado por Luna Grimberg, da série “Coisa Mais Linda” (Netflix), e produção da Trovão Mídia, especializada em podcasts narrativos.

Bárbara, que ganhou a voz e a interpretação da atriz Camila Márdila (“Amor de Mãe”; “Que Horas Ela Volta?”), é uma jornalista de um grande jornal da cidade de São Paulo. Ela é enviada a Ubatuba para levantar informações sobre 33 carcaças de toninhas encontradas na praia, caso viralizado na internet após uma blogueira registrar a cena dos animais mortos em suas redes sociais.

É a minha primeira experiência gravando um podcast. O formato tem ganhado força e ouço bastante. Por isso fiquei bastante animada com a ideia de fazer um de ficção para tratar do projeto Conservação da Toninha. A história tem uma boa dose de humor e mistério e dá conta de um conteúdo super importante num formato inovador”, ressalta a atriz.

Dona de um humor ácido e de um temperamento um pouco ranzinza, a jornalista não se mostra muito interessada, inicialmente, pelo ocorrido. Mas, por dever da profissão, começa a investigar o que poderia ter causado a morte de tantas toninhas ao mesmo tempo. Já no primeiro episódio do podcast, ela começa a se envolver nessa busca e pede ajuda à bióloga marinha Paula – que tem a voz da atriz Luisa Micheletti -, que contribui com informações importantes sobre a espécie.

Além do mistério por trás das carcaças de toninha, que vai se desenrolar ao longo dos sete episódios da trama, o podcast também aproveita para munir o ouvinte de conhecimento sobre esse tipo de golfinho tão ameaçado. Os próprios personagens já introduzem esse conteúdo mais científico, que é aprofundado no fim de cada capítulo, quando vão ao ar entrevistas com pesquisadores especializados nesse cetáceo. Neste primeiro episódio, o entrevistado é Daniel Danilewicz, biólogo e especialista em mamíferos aquáticos, que conta que levou 18 anos para ver uma toninha viva pela primeira vez, o que demonstra o quão tímidas elas são. Ele conta sobre pesquisa com drones para sobrevoos no mar e assim encontrar as toninhas e fala também sobre as principais características dela.

Hoje, acredita-se que haja cerca de 20 mil toninhas no país, espalhadas entre Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Elas são tímidas e têm comportamento discreto, o que talvez explique por que são pouco vistas e conhecidas. Nada de exibições próximas de embarcações, por exemplo. Pular ao lado de barcos não é com elas. Seu bico longo e fino constantemente fica preso em redes de pesca, o que costuma ser fatal. Consideradas os golfinhos mais ameaçados do Brasil, as toninhas vivem em grupos que vão de 2 a 30 animais e podem ser encontradas também nos vizinhos Uruguai e Argentina.

O projeto Conservação da Toninha, que começou em 2015, é o maior esforço coordenado já feito no Brasil sobre a espécie. A pesquisa cobre toda a área em que esses golfinhos se encontram no país, do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo. Ao longo destes cinco anos, enorme e inédito conhecimento vem sendo produzido. Informações sobre o tamanho dessa população, sua genética, distribuição pelo nosso litoral e a biologia da espécie são algumas delas. Entre as razões encontradas para a redução de sua população estão a perda de seu habitat, a poluição e sua captura acidental em redes de pesca.

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  • Data: 02/11/2020 05:11
  • Alterado:02/11/2020 17:11
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