Empreendedores apostam em marketing retrô para conquistar consumidor
Gabriel Rossi, estrategista em marketing, exalta a importância do sentimento de nostalgia do consumidor moderno
- Data: 09/08/2013 19:08
- Alterado: 09/08/2013 19:08
- Autor: Redação
- Fonte: Atelier
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A onda retrô definitivamente chegou ao Brasil. A cada dia mais empresas apostam na nostalgia para conquistar clientes, seja com produtos novos que mantenham características antigas, seja com produtos antigos em perfeito estado de conservação. O estrategista em marketing Gabriel Rossi aprova a iniciativa e ressalta que ela sempre surge com força em momentos difíceis – políticos, econômicos ou culturais.
“Nessas circunstâncias as pessoas tornam-se nostálgicas. São produtos que representam integridade, estabilidade e felicidade. Nesses casos, as marcas tentam ajudar os consumidores a se sentir bem em relação ao mundo. Consumidores tendem a acreditar que dias do passado são dias melhores. As pessoas sentem carinho por lugares e produtos que evocam e remetem tempos mais felizes e saudosos. Geralmente o propósito dessas marcas é apoiar a ideia da lenda, nostalgia, permanência e longevidade”, afirma Rossi.
Além da marcas Havaianas, que vem apresentando propaganda em televisão rememorando estrelas de campanhas publicitárias, a Brastemp, por exemplo, tem uma linha de produtos vintage. São geladeiras, fogões e frigobares com design antiquado.
“Já tivemos, e ainda temos, mas em menor escala, uma onda de valorização dos anos 1980. A cidade de São Paulo ganhou festas e danceterias temáticas. Cabeleireiros e barbeiros com elementos dos anos 1950 surgiram com força. Até aparelhos ukebox voltaram a vender. O poder dos ‘bons velhos tempos’ para vender é bastante evidente quando as marcas evocam noções de herança, tradição e originalidade, tudo isso ligado à identidade central da marca”, ressalta Rossi.
Os exemplos são muitos. A fábrica de brinquedos Estrela relançou produtos que fizeram sucesso nos anos 1980, como o Genius, primeiro jogo eletrônico vendido no Brasil. “Consumidores tornam-se nostálgicos para as coisas simples e genuínas, coisas que eles percebem como clássicos. Coisas autênticas que causam uma sensação de déjà vu. Nada evasivo. Nostalgia sempre foi um mecanismo de encantamento para os consumidores. Quando os mercados, governos e outras instituições importantes deixam de entregar de alguma forma bem-estar, o consumidor recorre a outras fontes para não perder a esperança. Eles vão se dirigir para marcas que buscam os bons e velhos tempos, com a promessa de experiências seguras e familiares”, finaliza o especialista em marketing.