Embaixada do Brasil em Kinshasa Sofre Ataques Durante Crescente Instabilidade
Ataques a embaixadas no Congo aumentam tensão; Brasil e outras nações pedem paz e restauração da ordem. Entenda a crise humanitária.
- Data: 28/01/2025 23:01
- Alterado: 28/01/2025 23:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Valter Campanato/Agência Brasil
A embaixada brasileira localizada em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, foi alvo de ataques recentes, conforme informado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil em um comunicado à imprensa nesta terça-feira. Apesar da gravidade da situação, não houve registros de feridos entre os funcionários da representação diplomática.
Em sua declaração, o Itamaraty expressou confiança na capacidade do governo congolês de restaurar a ordem e controlar a situação caótica. O ministério também revelou que a bandeira do Brasil foi retirada por manifestantes durante os eventos tumultuados.
O governo brasileiro manifestou preocupação com o agravamento da crise no país. A nota oficial destacou: “É alarmante a deterioração das condições humanitárias e a violência direcionada contra a população e as infraestruturas civis. O Brasil apela para que as partes envolvidas no conflito retomem o acordo de cessar-fogo e se comprometam com os esforços de mediação em curso, especialmente nos processos de Luanda e Nairóbi, visando reduzir as tensões regionais e alcançar uma paz duradoura na área dos Grandes Lagos.”
A embaixada brasileira não foi a única a sofrer ataques; representações diplomáticas da França, Estados Unidos, Uganda, Quênia e Ruanda também foram alvo de hostilidades. O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, condenou os ataques à embaixada francesa como “inaceitáveis”. Em contrapartida, Musalia Mudavadi, seu homólogo queniano, expressou profunda preocupação com os ataques aos escritórios e funcionários da embaixada do Quênia em Kinshasa.
A situação nas ruas da República Democrática do Congo é tensa. Rebeldes do grupo M23 tomaram o controle do aeroporto de Goma, a maior cidade do país, após uma ofensiva que resultou em um alto número de mortos nas ruas. Bruno Lemarquis, representante especial adjunto da ONU na RDC e coordenador das operações humanitárias, relatou: “A situação continua grave e instável. Tiros ainda são ouvidos, incluindo disparos de armas pesadas, e muitos corpos estão espalhados pelas ruas. Muitas vidas foram perdidas.”